sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O Governo de Transição guineense apresentou desculpas à Nigéria



O Governo de Transição guineense apresentou desculpas à Nigéria pelo ataque à embaixada daquele país na Guiné-Bissau.

Na quinta-feira, um dos maiores jornais da Nigéria, “The Guardian” escrevia na sua edição de que a Nigéria já teria aceitado o pedido formal  de desculpas por parte das autoridades guineenses.

O ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros, Dr. Nurudeen Mohammed, confirmou a morte de um cidadão do seu país e de que as investigações já tivessem começado, porque “a morte de um nigeriano não é algo que nós, como governo permitiríamos sem justiça, na nova prática da nossa política externa”.

O ministro que falou com “The Guardian” ontem à tarde, em Abuja sobre possíveis implicações do ataque e para o futuro das relações Nigéria-Guiné-Bissau, Nurudeen Mohammed disse que as relações têm voltado quase à normalidade. “As coisas se acalmaram um pouco com uma carta de desculpas enviada hoje (ontem). A embaixada está agora bem protegida e as actividades normais foram retomadas”, indicou o ministro. Para ele, “essa manifestação espontânea teria sido causada pela raiva contra a Nigéria e o nosso papel na restauração da ordem democrática civil” na Guiné-Bissau.
Para o alto oficial nigeriano, devido o papel da CEDEAO — que tem servido de intermediária entre Guiné-Bissau e o resto do mundo — “alguns sectores têm usado este facto para provocar sentimentos anti-Nigéria”.

O ministro revelou que o Presidente de Transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamajo , que se encontra na Arábia Saudita para o Hajj, está a acompanhar a situação e já terá dado orientações às autoridades sobre as medidas adequadas para evitar a reincidência deste tipo de incidentes.

Mohammed fez também outras revelações, segundo as quais as autoridades da Guiné-Bissau estão a suspeitar de inimigos políticos que “estariam a tentar criar complicações” no relacionamento entre os dois países. Alguns grupos políticos na Guiné-Bissau, escreve “The Guardian”, “não vêem a Nigéria com bons olhos, devido às suas ambições ilegítimas”. Para Nurudeen Mohammed, a missão nigeriana não era o alvo principal dos ataques. A missão foi um alvo secundário. Demais, o pretexto de ir procurar eventuais sequestradores nigerianos foi apenas um boato, uma mentira selvagem. Na verdade, as investigações têm mostrado que o alegado sequestrador era até um cidadão da Guiné-Conacri, e não um nigeriano. ”

Sobre o futuro imediato das relações diplomáticas, Mohammed disse: “A Guiné-Bissau é um país amigo. O que aconteceu foi um rude golpe para todos. Após o nosso protesto diplomático agora apresentado, temos a certeza de que incidentes não se repitam. Estamos a investigar a causa do problema e, se necessário, a punição apropriada seria aplicada”.

Sem comentários :

Enviar um comentário


COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.