O Governo de
Transição guineense apresentou desculpas à Nigéria pelo ataque à embaixada
daquele país na Guiné-Bissau.
Na quinta-feira,
um dos maiores jornais da Nigéria, “The Guardian” escrevia na sua edição de que
a Nigéria já teria aceitado o pedido formal de desculpas por parte das
autoridades guineenses.
O ministro de Estado dos Negócios Estrangeiros, Dr. Nurudeen Mohammed,
confirmou a morte de um cidadão do seu país e de que as investigações já
tivessem começado, porque “a morte de um nigeriano não é algo que nós, como
governo permitiríamos sem justiça, na nova prática da nossa política externa”.
O ministro que
falou com “The Guardian” ontem à tarde, em Abuja sobre possíveis implicações do
ataque e para o futuro das relações Nigéria-Guiné-Bissau, Nurudeen Mohammed
disse que as relações têm voltado quase à normalidade. “As coisas se acalmaram
um pouco com uma carta de desculpas enviada hoje (ontem). A embaixada está
agora bem protegida e as actividades normais foram retomadas”, indicou o
ministro. Para ele, “essa manifestação espontânea teria sido causada pela raiva
contra a Nigéria e o nosso papel na restauração da ordem democrática civil” na
Guiné-Bissau.
Para o alto
oficial nigeriano, devido o papel da CEDEAO — que tem servido de intermediária
entre Guiné-Bissau e o resto do mundo — “alguns sectores têm usado este facto
para provocar sentimentos anti-Nigéria”.
O ministro revelou
que o Presidente de Transição da Guiné-Bissau, Manuel Serifo Nhamajo , que se
encontra na Arábia Saudita para o Hajj, está a acompanhar a situação e já terá
dado orientações às autoridades sobre as medidas adequadas para evitar a
reincidência deste tipo de incidentes.
Mohammed fez
também outras revelações, segundo as quais as autoridades da Guiné-Bissau estão
a suspeitar de inimigos políticos que “estariam a tentar criar complicações” no
relacionamento entre os dois países. Alguns grupos políticos na
Guiné-Bissau, escreve “The Guardian”, “não vêem a Nigéria com bons olhos,
devido às suas ambições ilegítimas”. Para Nurudeen Mohammed, a missão nigeriana
não era o alvo principal dos ataques. A missão foi um alvo secundário. Demais,
o pretexto de ir procurar eventuais sequestradores nigerianos foi apenas um
boato, uma mentira selvagem. Na verdade, as investigações têm mostrado que o
alegado sequestrador era até um cidadão da Guiné-Conacri, e não um nigeriano. ”
Sobre o futuro
imediato das relações diplomáticas, Mohammed disse: “A Guiné-Bissau é um país
amigo. O que aconteceu foi um rude golpe para todos. Após o nosso protesto
diplomático agora apresentado, temos a certeza de que incidentes não se
repitam. Estamos a investigar a causa do problema e, se necessário, a punição
apropriada seria aplicada”.
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