O
presidente da Agência Nacional do Caju (ANCA) da Guiné-Bissau e investigador na
área, Henrique Mendes, considerou hoje que a amêndoa de caju do país deve ser
publicitada como "a melhor do mundo".
O
presidente da Agência Nacional do Caju (ANCA) da Guiné-Bissau e investigador na
área, Henrique Mendes, considerou hoje que a amêndoa de caju do país deve ser
publicitada como "a melhor do mundo".
"Do
ponto de vista organolético, do sabor, do paladar, somos o número um ao nível
mundial", defendeu hoje Henrique Mendes à agência Lusa, ao fazer o balanço
de uma visita de quatro dias da Aliança Africana do Caju (ACA) a Bissau.
Mestre
em engenharia alimentar pelo Instituto Superior de Agronomia da Universidade
Técnica de Lisboa, Henrique Mendes tem em discussão pública uma tese sobre
segurança alimentar e produção de caju na Guiné-Bissau.
O
especialista lamenta o facto de o país não estar a tirar partido do que diz ser
"vantagem comparativa".
"Temos
uma amêndoa inteiramente orgânica que é produzida em pomares que não têm
necessidade de uso de inseticidas ou pesticidas", afirmou.
Uma
amêndoa produzida nestas condições "vale três vezes mais" do que
aquela que, durante o processo de produção, precisou de um produto químico no
seu tratamento fitossanitário, sublinhou.
Henrique
Mendes destacou ainda a "posição geográfica privilegiada" da
Guiné-Bissau face à Europa, que é o segundo maior mercado comprador de amêndoa
do caju, a seguir aos Estados Unidos.
"Somos
o único país produtor no mundo que em oito dias consegue fazer chegar a sua
amêndoa à Europa, de barco", defendeu Mendes, enaltecendo ainda o facto de
a Guiné-Bissau ser também o único país produtor cuja safra pode ser apanhada,
transformada e consumida no mesmo ano.
Em
termos mundiais, o presidente da Agência Nacional do Caju da Guiné-Bissau diz
que o país é atualmente o quarto produtor mundial, atrás da Índia, Costa do
Marfim e Vietname, mas acredita ser o primeiro em termos da qualidade da
amêndoa, destacou.
A
Guiné-Bissau produz em média cerca de 220 mil toneladas do caju por ano.
Entre
60 a 70 mil toneladas são escoadas pelo mercado clandestino para o Senegal e o
resto é vendido em circuito oficial para a Índia, indicou Mendes, que convidou
as autoridades guineenses a tomarem parte na conferência mundial sobre o
produto a ter lugar no Gana em novembro.
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