terça-feira, 30 de setembro de 2014

Ex-primeiro-ministro santomense regressa do "exílio" para disputar novo mandato


O antigo primeiro-ministro santomense, Patrice Trovoada, é esperado quinta-feira em São Tomé, pondo fim a quase dois anos de uma "ausência forçada", para participar nas eleições legislativas de 12 de outubro pela Ação Democrática Independente (ADI, oposição).

O regresso de Patrice Emery Trovoada, primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe de agosto de 2010 a novembro de 2012, foi anunciado por Levy Nazaré, secretário-geral da ADI, no quadro da campanha eleitoral deste principal partido da oposição santomense lançada no fim-de-semana.

Trovoada deixou o país após o derrube do seu Governo numa moção de censura aprovada pelo Parlamento em fevereiro de 2012, sob proposta do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD), que lidera a atual aliança no poder.

Derrotado por Fradique de Menezes nas eleições presidenciais de 2006 e filho do antigo chefe de Estado santomense, Miguel Trovoada, ele é novamente candidato a primeiro-ministro pela ADI, atual principal partido da oposição no arquipélago e que ele conduziu à vitória eleitoral nas legislativas de agosto de 2010 com 26 deputados em 55 possíveis.

O seu regresso foi anunciado, no corredor da Praça Avenida Geovâni, abarrotada de gente no primeiro dia de comício de campanha para as eleições legislativas, autárquicas e regionais em São Tomé e Príncipe.

A notícia foi recebida com alegria pelos milhares de simpatizantes que se deslocaram ao mercado Coco Coco instalado no coração da cidade capital, São Tomé, palco da campanha.

"(...) O doutor Patrice Trovoada chega a São Tomé, na sexta feira, pelas 12:00. Convidamos todo o povo de São Tomé e Príncipe, militantes e simpatizantes, a deslocarem-se ao aeroporto para recebermos o doutor Patrice Trovoada, o nosso líder", aclamou o secretário-geral da ADI.

Depois da sua demissão pelo Presidente Manuel Pinto da Costa, na sequência da moção de censura proposta pelo MLSTP/PSD, Patrice Trovoada disse ter abandonado o país por alegada perseguição política com supostas ameaças feitas contra si e contra os seus mais próximos.

A sua decisão de voltar ao país, que ele considera "legítima e natural", resulta "do compromisso inabalável assumido com o partido, o Povo e a terra São Tome e Príncipe".

Trata-se, segundo ele, de um compromisso assumido "particularmente com todos aqueles que sofreram no passado e continuam, nos dias de hoje, a sofrer as agruras de um quotidiano que as políticas desastrosas e as opções cáusticas e pouco esclarecidas do atual Governo transformaram num autêntico calvário para os mais desfavorecidos".

O objetivo é "apresentar, promover e defender em nome do ADI a Nação inteira, a nossa visão do desenvolvimento futuro de São Tomé e Príncipe, o nosso compromisso eleitoral, e mobilizar uma ampla coligação de vontades de todos aqueles que acreditam que o país pode fazer melhor para concretizar o sonho que habita em todos nós de um país unido, moderno, próspero, pacificado e de oportunidades para todos", prometeu.

Participam nestas eleições 14 formações políticas, incluindo o MLSTP/PSD e o MDFM/PL (Movimento Democrático Força da Mudança/Partido Liberal) do antigo Presidente Fradique de Menezes, que, por seu turno, escolheu o largo da fortaleza de San Sebastião (Museu Nacional), no centro da cidade, para fazer o seu festival comício.

Fradique de Menezes agora é também candidato a primeiro-ministro e diz que se apresenta como solução de governação em São Tomé e Príncipe.

"Oito anos depois, voltei a pôr essa camisa, agora não é para Presidente, mas sim para governar São Tomé e Príncipe", afirmou.

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