sábado, 20 de junho de 2015

Guiné-Bissau corre risco de entrar em colapso da harmonização do sistema político e de governação

Juliano Fernandes, Secretário-geral da Assembleia do Povo Unido – Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), liderado por Nuno Gomes Na Biam, alertou esta sexta-feira, 19 de Junho que o país corre risco de perder rumo e entrar em situação de colapso da harmonia do sistema político e de governo.

O político relaciona o facto com a falta de “convergência política e democrática”, em matéria de observação dos princípios constitucionais da separação dos poderes, do respeito pelas atribuições e competências, próprias de cada órgão de soberania e da “necessária independência dos poderes do Estado”, notou.

Segundo Juliano Fernandes, a situação pode minar as aspirações do povo à estabilidade, à paz, ao desenvolvimento e ao bem-estar socioeconómico.

De acordo com a segunda figura da recém-formação política, esses factos acontecem justamente numa altura em que a qualidade da vida das populações vem se degradando “gradativamente”, com o aumento de preços dos produtos da primeira necessidade e o correspondente ao “abaixamento do poder de compra dos guineenses”, sublinha.

APU-PDGB quer que o Presidente da República assuma a sua responsabilidade de garante do normal funcionamento das instituições para sanar em definitivo tensões e garantir uma coabitação pacífica entre os órgãos do Estado.

Em conferência de imprensa, Juliano Fernandes, diz que é inaceitável que essa situação continue a prevalecer.

Na opinião do Secretário-geral do partido não existe neste momento uma oposição parlamentar na gestão dos assuntos do Estado.

APU-PDGB quer ainda ver as autoridades a darem provas da sua maturidade política, necessária à gestão dos assuntos do Estado com base em princípios da boa governação, tomando medidas que concorram para a resolução dos problemas com que o povo guineense se confronta ao invés de prosseguirem na via de gestão de conflitos institucionais.

Em relação à justiça, Juliano Fernandes refere que não deve haver impunidade na Guiné-Bissau. Sobre membros do governo indiciados de crimes de vária ordem, este político entende que perante situações de suspeitas de prática de crime, o processo correspondente deve ser transparente, independentemente do estatuto do suspeito.

Para o APU-PDGB, apesar da profunda crise política instalada no país, a Constituição da República prevê mecanismos para serem ultrapassadas as situações de bloqueio à boa governação do país e esses mecanismos devem ser utilizados quando necessário.


Todavia, alerta que antes disso “é preciso que as pessoas estejam a altura de assumirem o princípio do diálogo como factor unificador que permita ultrapassar os problemas do país”. Com Odemocrata

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