quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

A modernização das Forças Armadas Revolucionarias do Povo da Guiné-Bissau, é uma vertente importantíssima para desenvolvimento do País

Na sua alocução, Major General Eduardo Costa Sanhá, veterano da Luta de Libertação Nacional ao manifestar sua satisfação pelo trabalho extraordinário realizado pelo Estado Maior General das Forças Armadas, o Comando do Centro de Instrução e de Formação Militar começou o seu discurso cumprimentando os cidadãos com as seguintes palavras.

“Permitam-me em nome do Primeiro-ministro da República da Guine-Bissau, que não pode estar presente neste importante acto por motivos da agenda, saudar e cumprimentar todos e a cada um de vós presentes neste acto de 13º Juramento da Bandeira Nacional dos mancebos.

Esta moldura humana prova mais uma vez que a relação entre as forças amadas e a nossa população, é sã, pelo que só temos motivos de continuar a trabalhar de forma serena e abnegada para a prossecução dos nossos objectivos.

O nosso muito obrigado à todos aqueles que aceitaram deslocar-se até ao Centro de Instrução Militar de Cumeré para vir testemunhar este acto simbólico, mas que não deixa de ser importante para as forças armadas.”

Segundo o Ministro foi “sob instruções do Presidente da República, José Mário Vaz, Comandante Supremo das Forças Armadas, que o processo da reforma do sector da defesa e segurança encetado há vários anos, ganhou uma nova dinâmica.

“Este processo permanece um pressuposto fundamental para a consolidação da estabilidade política, da paz social e do desenvolvimento sustentável desta nossa pátria amada.

A modernização das forcas armadas é uma vertente importantíssima deste processo, mas a desmobilização e o recrutamento de novos soldados, são componentes irreversíveis na profissionalização da classe e na melhoria do seu desempenho.

Se o processo da reestruturação das forças armadas tem trazido ganhos consideráveis ao país, não pudemos descurar que o seu redimensionamento vai contribuir na criação da capacidade interna visando proteger e defender a nossa integridade territorial”.

“É com base neste propósito e, não obstante as nossas dificuldades financeiras, decidimos recrutar 1600 mancebos incluindo elementos da Guarda Nacional, Guarda-fiscal e Bombeiros, que hoje prestam o seu juramento da Bandeira Nacional. Quero neste particular, agradecer o Ministro da Economia e Finanças pela disponibilidade de recursos, sem os quais não seria possível recrutarmos estes homens.

Os Mancebos que doravante farão parte das forças de defesa e segurança - Gostaria de dirigir-me mais especificamente à aqueles que integrarão as forças armadas, e dizer o seguinte:

. Ser militar, é muito mais do que vestir o uniforme e pegar numa arma. Ser militar, é estar integralmente disponível ao serviço do seu país, das forças armadas e da sua pátria. É estar disposto a defender até a última gota do seu sangue, a bandeira, os símbolos nacionais e a integridade do território da República da Guiné-Bissau. Ser militar, é ser um homem disciplinado, respeitador da hierarquia e da cadeia de comando, obediente, mas capaz de defender a sua pátria com bravura. Ser militar, é ser um soldado ao serviço do seu povo”.

“A partir de hoje, vocês vão iniciar uma nova etapa e sem duvida a mais longa do vosso percurso, mas com o empenho e dedicação, serão um dia o que este país espera de vós.

Não nos suscita dúvidas de que as instruções que receberam ao longo deste período, permitiu-vos conhecer e compreender as forças armadas, a sua missão e o vosso papel nelas.

Contamos convosco e esperamos o que qualquer nação espera das suas forças armadas”.

Dirigindo-se ao Chefe de Estado-maior General, adiantou que,

“Após este 13º Juramento da Bandeira Nacional, as forças armadas terão a sua disposição elementos novos, jovens com vontade e determinação de continuar a contribuir para o desenvolvimento do seu país.

O Governo reconhece a necessidade do cumprimento do serviço militar obrigatório, mas as vezes só a vontade não basta, sobretudo quando outros condicionalismos sobrepõem esta vontade.

Vamos continuar a prestar a divida atenção as forças armadas, para que em consequência, disponham de capacidades e competências necessárias para a defesa da integridade do nosso território.

Estou convicto, aliás já nos foi provado que a actual direcção das forças armadas que o Senhor General encabeça, vai continuar a priorizar a formação do homem militar, para que este possa respeitar as leis da República e submeter-se ao poder político.

As forças armadas estão e devem continuar a estar longe do jogo político. Se assim for, não nos resta acreditar que o futuro do nosso país, que tanto Amílcar Cabral e demais companheiros de luta sonhavam, será risonho”.

Para os distintos presentes e irmãos guineenses, o Ministro disse “Partimos de longe, de bem longe, para chegarmos aqui. O nosso percurso custou suor e sangue de vários camaradas; perdemos irmãos, perdemos colegas, familiares e amigos, mas ganhamos a nossa pátria.

A conquista desta pátria una e indivisível, deve permanecer um factor de orgulho para cada filho deste país, porque poucos são os povos que alcançaram este feito no mundo.

Por isso, sempre que as dificuldades nos interpelam, devemos lembrar donde partimos e o que queremos; porque o que nos une, é muito mais do que as nossas diferenças.

Podemos continuar a divergir nas nossas opiniões, mas que saibamos primar pelo bem comum, ou seja desenvolvimento do nosso país, em detrimento dos nossos interesses pessoais”.

“Seria de todo injusto, se eu terminasse esta intervenção sem no entanto felicitar Director-geral do Pessoal e Recrutamento Militar, o Chefe de Divisão do Pessoal e Quadros do Estado Maior General das Forças Armadas (EMGFA), o Director do Centro, aos instrutores e a todos aqueles que contribuíram para que este processo chegasse aqui hoje e de forma bem-sucedida.

Termino reafirmando o que já tive oportunidade de dizer em outras ocasiões, ‘a construção deste Estado custou suor e sangue, por isso não deve haver nenhum limite de sacrifício para que os seus filhos possam viver na paz, na tranquilidade e na estabilidade, pois só assim poderemos alcançar o progresso que tanto almejamos”.

Junto e unidos, seremos sempre invencíveis. Viva a República da Guiné-Bissau! Viva as Forças Armadas! Viva a Unidade Nacional!

MANCEBOS DA 13ª INCORPORAÇÃO MILITAR JURAM BANDEIRA

A sua presença nesta cerimónia, tem para nós um duplo significado, pois, para além de responsável máximo pelo destino das Forças Armadas da Guiné-Bissau, é também um amigo do Centro de Instrução e Formação Militar do Cumeré, ajudando a criar as melhores condições para todos aqueles que aqui servem e, dentro do possível, empreenderam todos os esforços para que o apoio à formação que agora termina não nos faltasse e como tal, não podemos deixar de lhe dedicar todo o apreço em momentos como o presente, expressando publicamente a consideração e amizade que todos sentem.

Volta mais uma vez, Vossa Excelência, a este Centro de Instrução, para presidir a cerimónia de encerramento do 1º Curso de Formação dos Soldados Recrutas e também do Juramento de Bandeira dos militares presentes nesta formatura e por essa razão, a sua visita é sinal de consideração não só por este Centro mas também, tenho a firme certeza pelos Militares que aqui trabalham e todos aqueles que com a sua dedicação, esforço e grande empenhamento souberam dar o melhor de si para que os objectivos traçados fossem alcançados com sucesso.

Agradeço a distinta presença de Vossas Excelências, pois ela, mais do que uma representação institucional, é prova de grande amizade e consideração, não só pessoal mas também de todos aqueles que servem no Centro de Instrução e Formação Militar do Cumeré. Reitero a Vossas Excelências, que o respeito, amizade e consideração são mútuos.

A vossa presença na nossa Unidade, neste dia do encerramento do 13º Curso de Formação dos Soldados Recrutas contribui de forma decisiva para o abrilhantar da cerimónia em que pusemos toda a nossa dedicação e empenhamento e tenho a certeza que espelha um sentimento de colaboração e grande amizade para com o Centro de Instrução e Formação Militar do Cumeré.

Não posso também deixar de manifestar a minha gratidão por todo o apoio facultado pelas Direcções que Vossas Excelências dirigem e que são determinantes para o cumprimento e sucesso da missão deste Centro de Instrução”.

Em termos de reconhecimento o papel desempenhado pelo Portugal no âmbito da cooperação técnico-militar o Director disse, “Portugal, país amigo e com quem temos o privilégio de manter fortes relações de amizade e de cooperação, nomeadamente na vertente da Cooperação Técnico Militar, que ficou bem evidente nos trabalhos desenvolvidos aqui neste Centro, que culmina desta vez, com o encerramento do 1º Curso de Formação dos Soldados Recrutas. Bem-haja, Senhor Adido de Defesa pela disponibilidade de Portugal”.

Para os Oficiais Superiores, Oficiais Subalternos, Sargentos, Praças, familiares e amigos dos Soldados, disse que é com grande alegria que saúdo todos os presentes. Ao contrário do que possa parecer, esta não é apenas mais uma cerimónia. Ela é especial. Sim, é uma cerimónia para ser inscrita na memória de muitos, sobretudo daqueles que, após terminado o seu período de formação, irão prestar o seu compromisso com a Pátria que os viu nascer, através do Juramento de Bandeira, tendo a certeza que os conhecimentos militares adquiridos até aqui, lhes permite entender, de forma clara, o que representa o nobre serviço de servir a Pátria. Pois, este local, mais do que um Centro de formação, é um espaço onde, tenho a certeza, foram criados vínculos de respeito e de afecto. É um espaço privilegiado de “trocas”, onde, para além de ensinar, também se aprende com cada aluno e com cada aluna, aprendendo-se com as diferenças. Afinal, são as pessoas que fazem uma escola. Esta é feita de relações.

Hoje iremos assistir ao encerramento de mais uma acção de formação, o 1º Curso de Qualificação dos Soldados Recrutas e ainda à Cerimónia do Juramento de Bandeira dos militares presentes nesta Parada, missão que nos foi atribuída pelo Estado Maior General, através das Divisões das Operações e Pessoal e Quadros”.

É sabido que as instituições valem pelos resultados, e para as Forças Armadas é, como todos sabemos, a capacidade de gerar produto Operativo, esse produto que tanto necessitamos. Mas, se tudo isto é verdade, não é menos verdade que não há produto operativo sem formação. Neste âmbito, o Centro de Instrução e Formação Militar do Cumeré tudo fez para que os militares agora formados possam assim dar corpo a esta necessidade de levantar novas subunidades e também desta forma contribuir para um produto operativo ao serviço das Forças Armadas e das necessidades da Pátria, internamente e ainda, no seio das Organizações de que fazemos parte. Estes resultados só nos podem deixar orgulhosos”.

Recordou que, “nas duas últimas décadas, verificaram-se alterações profundas e significativas no Sistema Internacional, nomeadamente, as induzidas pelo surgimento de novos actores como Grupos Radicais e o Terrorismo, tornando este muito mais complexo, perigoso e violento. Consequentemente, passaram a existir novas ameaças, algumas das quais, de cariz assimétrico, indefinido e imprevisível. Perante este novo cenário, é necessário que as nossas Forças Armadas se adaptem aos novos desafios, visando uma mais adequada e eficaz capacidade de resposta. Por isso, insisto que temos que olhar para a formação de forma mais cuidadosa, ministrando formação militar de base aos cidadãos que ingressem nas nossas Forças Armadas e qualificar melhor os que já se encontram nas fileiras de forma a termos umas Forças Armadas mais qualificadas e capazes de responder aos novos desafios”.

“Permita-me agora que me dirija aos Militares, familiares e amigos dos Soldados Recrutas que hoje juram a bandeira. Sentimo-nos sensibilizados com a disponibilidade de V. Exas., para participar na efeméride que hoje também festejamos, sendo certo que esta cerimónia, embora simples, mas carregada de simbolismo será porventura aquela que mais marcará os vossos filhos pela vida fora, pois serão os primeiros passos, encetados ao serviço da Pátria.

Gostava de vos lembrar que pese, embora estejamos na era das novas tecnologias, com grande desenvolvimento da ciência, tudo continua a girar em volta do homem, sendo por isso nossa grande preocupação o rigor na vossa formação, pois só assim se conseguirão avanços de forma a termos umas Forças Armadas mais eficientes e modernas, devidamente estruturadas, apetrechadas e ajustadas à dimensão e interesses do nosso país.

É nas virtudes militares que se inspira o culto da camaradagem, da lealdade e da generosidade, que são a essência da autêntica vivência militar. Mas estas exaltantes componentes têm de ser construídas sobre um dia a dia sólido, de rigor, de aprumo e de pontualidade”.

“Reconheço todo o esforço desenvolvido e as dificuldades que passaram, sendo bem visível o espírito de cooperação entre todos vós. Exorto-vos a continuar a fazer o vosso melhor, porque só assim ireis conseguir aquilo que, de forma voluntária e consciente, vos propuseste ser – Soldados da Guiné-Bissau.

Terminada a vossa formação, que culmina com o Juramento de Bandeira, que marca o vosso compromisso com a Pátria. Tenho a certeza que os conhecimentos militares adquiridos até aqui, vos permite entender, de forma clara, o compromisso que ireis assumir publicamente perante a Bandeira Nacional.

A Bandeira Nacional é um dos símbolos nacionais e representa a Nação Guineense, materializando a nossa história e os nossos anseios como povo, é a realização viva dos nossos ideais e a realização dos nossos valores e projectos colectivos, assumindo assim um carácter sagrado e materializando o orgulho de sermos Guineenses.

Que os juramentos, que ides realizar, vos inspirem, a vontade e à força para, se necessário for, de forma heróica, defender até com a vida, a vida da própria Pátria, isto é, tudo aquilo que vocês mais amam: a terra em que se nasceu, onde se vive, onde repousam os nossos saudosos Combatentes de Liberdade da Pátria, os nossos antepassados, a segurança e o bem-estar dos vossos familiares, dos vossos amigos. Exorto-vos a continuar, todos os dias, com uma mentalidade nobre a servir a nossa querida Pátria”.

No capítulo de comportamento realçou que – “Ainda a disciplina como a força dos Exércitos, elemento que fortalece a organização militar e cria premissas para o êxito no cumprimento das missões atribuídas. “Foram esses os dois elementos fundamentais que permitiram projectar o Exército e as Forças Armadas no seu todo, para novos patamares da sua prontidão e operacionalidade na salvaguarda das conquistas democráticas do nosso povo.

Para terminar, não será a escassez de recursos que nos fará esmorecer, os valores e as circunstâncias falarão sempre mais alto e assim sempre saberemos colocar à frente as prioridades definidas por Sua Excelência, continuando Vossa Excelência a contar com todo o apoio necessário para reedificarmos as nossas Forças Armadas. Bem-haja meu General/Exército pela sua presença”. Com as FARP’s

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