sábado, 14 de abril de 2018

Estados Unidos lançaram mais de 100 mísseis e Síria abateu uma boa parte, diz Rússia


Os Estados Unidos e os seus aliados lançaram mais de 100 mísseis contra a Síria e um "número significativo" foi interceptado pela defesa aérea local, disse neste sábado o ministério russo da Defesa.

"Os Estados Unidos, Reino Unido e França dispararam mais de 100 mísseis de cruzeiro do mar e do ar contra objetivos militares e civis sírios (...) e um "número significativo" foi derrubado por defesa aérea, informou o ministério, citado pela agência RIA Novosti.

Estados Unidos, França e Reino Unido bombardearam alvos na Síria na madrugada deste sábado, numa ação coordenada contra o regime de Bashar Al Assad uma semana após um suposto ataque com armas químicas ter matado cerca de 40 civis nos arredores de Damasco.

Na primeira reação de Moscovo ao ataque, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, advertiu "que estas ações não ficarão sem consequências". "Toda a responsabilidade recai sobre Washington, Londres e Paris".

A agência oficial síria Sana declarou que a agressão "bárbara e brutal" teve como "principal objetivo dificultar o trabalho da Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) e pressionar sua missão na tentativa de dissimular as mentiras e invenções" dos ocidentais.

O ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão, outro dos países que tem apoiado o regime sírio, emitiu uma nota na qual destaca que "os Estados Unidos e os seus aliados, sem qualquer aviso e antes de uma posição da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), realizou esta ação militar (...) contra a Síria e será responsável pelas consequências regionais desta aventura".

O chefe do Comando Conjunto dos EUA, general Joe Dunford, revelou em conferência de imprensa que os alvos "foram especificamente identificados para reduzir o risco de envolver as forças russas" na Síria.

O ministério russo das Relações Exteriores confirmou que "nenhum míssil de cruzeiro disparado pelos Estados Unidos e pelos seus aliados entrou nas zonas de responsabilidade das defesas aéreas russas, que protegem instalações em Tartus e Hmeimim", localizações das bases navais russas.

A ministra francesa da Defesa, Florence Parly, revelou que os ataques atingiram o "principal centro de investigação" e "duas unidades de produção do programa clandestino químico" do regime sírio. "Esta capacidade de desenvolver, de produzir armas químicas foi atingida (...). O objetivo era simples: impedir o regime de fazer novamente o uso de armas químicas".

Segundo um oficial americano, os ataques aéreos coordenados utilizaram diferentes tipos de armas, incluindo mísseis de cruzeiro Tomahawk.

Quatro aviões tornado dispararam mísseis Storm Shadow contra "um complexo militar, uma antiga base de mísseis, a cerca de 24 km a oeste de Homs, onde se suspeita que o regime armazene substâncias para fabricar armas químicas", revelou o ministério da Defesa em Londres.

"Foram realizadas análises muito cuidadosas para determinar onde era melhor atacar com os Storm Shadows a fim de maximizar a destruição de produtos químicos armazenados e minimizar qualquer risco de contaminação nas áreas circundantes".

"As informações iniciais mostram que a precisão dos Storm Shadow e o planeamento meticuloso resultou em um ataque de sucesso".

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH) informou que "foram registados bombardeamentos ocidentais contra centros de pesquisa científica, várias bases militares e locais da Guarda Republicana em Damasco e seus arredores".

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, manifestou seu apoio aos bombardeamentos avaliando que "isto vai reduzir a capacidade do regime de voltar a atacar o povo da Síria com armas químicas".

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