Jesus
estava de passagem. Ele parou para descansar junto a um antigo poço próximo à
cidade samaritana de Sicar. Uma mulher veio tirar água do poço. A conversa que
se seguiu desafiou ela e uma cidade cheia de pecadores a mudarem suas vidas e
seu destino eterno. Abra sua Bíblia no evangelho de João, capítulo 4, onde
temos o privilégio de aprender com uma mulher que foi buscar água, e encontrou
a fonte da vida eterna.Descansando junto ao poço de Jacó.
Abra
sua Bíblia no evangelho de João, capítulo 4, onde temos o privilégio de
aprender com uma mulher que foi buscar água, e encontrou a fonte da vida
eterna.Jesus estava voltando da Judéia para a Galiléia. Em Jerusalém, sua justa
indignação pela corrupção dos chefes judeus tinha encontrado uma resposta meio
comprometida de um povo que estava morrendo espiritualmente. Ele passou algum
tempo na região circunvizinha da Judéia, e, então, partiu de volta para a
Galiléia. A rota mais curta entre as duas regiões levou-o através do coração de
Samaria, uma terra de pessoas desprezadas que não eram mais consideradas judias
pelos seus vizinhos mais religiosos do sul.
Como
ser humano, Jesus sofria fadiga e sede. Ele parou junto a um poço para descansar
enquanto seus discípulos foram buscar comida. Quando uma mulher veio tirar água
do poço, Jesus ofereceu-lhe a oportunidade de servir ao mais nobre homem da
história do mundo. Nunca passou alguém igual através da cidade dela. Ele
simplesmente pediu-lhe um pouco de água.
A
mulher ficou surpresa com seu pedido. Ali estava um homem judeu que reconhecia
que ela existia. Ela, uma humilde mulher samaritana que teria sido ignorada ou
desprezada pela maioria dos homens judeus. Ela imediatamente reconheceu que havia
algo diferente com esse viajante.
Falando
uma linguagem diferente
A
conversa que se seguiu (4:9-26) é um exemplo marcante de como Jesus ensinava as
pessoas a usarem uma linguagem diferente. Quando ele pediu água, a mulher
naturalmente pensou em água do poço. Ela tinha ido ao poço por causa de
necessidade física, e não espiritual. Jesus imediatamente direcionou a conversa
para assuntos espirituais. Se ela entendesse a dádiva de Deus e soubesse com
quem estava falando, estaria ela buscando água espiritual, e não material. Mas
essa mulher não estava usando a mesma linguagem. Ela não estava pensando em
coisas espirituais.
Jesus
não alterou o rumo. Podemos ser tentados a encontrar pessoas carnais em seu
próprio terreno, mas Jesus manteve o rumo. Ele não chegaria ao coração dessa
mulher através de seu estômago. Ele continuou usando a linguagem da vida
espiritual: "Quem beber desta água tornará a ter sede; aquele, porém, que
beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que
eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna"(4:13-14).
A
mulher não entendeu. "Senhor, dá-me dessa água para que eu não mais tenha
sede, nem precise vir aqui buscá-la" (4:15). O único tipo de sede que ela
conhecia era a física, e a única água que ela tinha bebido na vida inteira
vinha de um poço. Jesus ainda tinha que criar nela um desejo de reconhecer a
sua mais profunda necessidade espiritual. Jesus encontrou sua aproximação recorrendo
à vida pessoal dela: "Vai, chama teu marido e vem cá" (4:16).
Ela
respondeu honestamente: "Não tenho marido" (4:17). Até esse ponto, a
conversa era interessante, mas a mulher ainda estava usando a linguagem deste
mundo. As próximas palavras que saíram da boca de Jesus foram o momento
decisivo da conversa, e na vida dela: "Bem disseste, não tenho marido;
porque cinco maridos já tiveste, e esse que agora tens não é teu marido; isto
disseste com verdade" (4:17-18).
Antes
de continuarmos a narrativa, paremos por apenas um momento para pensar no
impacto dessas palavras nessa mulher. Jesus, um estranho total que parou
"por junto ao poço naquele dia, um homem judeu que poderia facilmente ter
ignorado a própria existência dela, conhecia os pormenores da vida dela. Essa
mulher representa bilhões de seres humanos vivos hoje em dia. Na pressa de
cuidar das necessidades básicas de sua existência física, eles passam por Jesus
sem mesmo entender sua língua. Pouco sabem que ele é o Senhor e Salvador que
conhece as minúcias íntimas de suas vidas, e que oferece a água da vida eterna.
Se você for um desses bilhões S preocupados com as coisas materiais e a rotina
da vida diária S pare para ouvir cuidadosamente o homem que conversou com uma
mulher samaritana naquele dia, em Sicar.
Falando
a mesma língua
O
silêncio entre os versículos 18 e 19 provavelmente representa um dos mais
sérios momentos na vida inteira dessa mulher samaritana. Sua vida era uma
confusão. Ela tinha passado de um homem a outro e estava agora numa relação
insatisfatória com um homem que nem era seu marido. Ela trabalhava, comia e
bebia. Ela teria, provavelmente, feito essa mesma monótona viagem ao poço 1000
vezes, antes. No momento, ela estava falando com alguém que lhe oferecia vida
eterna, e cujas palavras provavam que ele era capaz de cumprir a promessa. Esse
foi um momento crucial em sua vida.
O
homem judeu e a mulher samaritana estavam agora falando a mesma língua. Não
havia mais preocupação com a água de um velho poço. Agora ela estava tão
intrigada com a conversa espiritual com Jesus que esqueceria o seu próprio
cântaro, quando ela se fosse. Porém ela ainda não estava pronta para sair.
Jesus tinha despertado-a, espiritualmente.
O
que você faria na situação dela? Começaria imediatamente a fazer as mais
importantes perguntas de todas? Buscaria saber como agradar ao Senhor? Ela o
fez. Sua pergunta no versículo 20 foi diretamente ao ponto: onde ela deveria
adorar para ser aceita por Deus?
Há
bastante história por trás da pergunta dela. Durante séculos os samaritanos
tinham defendido suas práticas de adoração em outros lugares, tais como o Monte
Gerizim ao qual ela referiu-se em sua pergunta (neste monte). Os judeus, apesar
de seus erros em outras coisas, continuavam a defender corretamente a
importância de Jerusalém como a cidade designada por Deus como o local de
adoração.
A
resposta de Jesus desafiou-a a desviar seus olhos do monte e olhar para dentro
de sua alma. O tempo estava rapidamente se aproximando, Jesus explicou, quando
o lugar não importaria mais. Não entenda mal. Os judeus estão certos em adorar
em Jerusalém por enquanto, e os samaritanos não sabem o que estão fazendo. Mas
tudo isso está para mudar. O Pai, como um ser espiritual, está buscando pessoas
que o adorarão em espírito e verdade.
Que
desafio! Poderia essa mulher, a qual estava tão preocupada com a água de um
poço apenas momentos antes, despertar em si um interesse genuíno por coisas
espirituais? Que desafio! Poderia essa mulher, a qual estava tão preocupada com
a água de um poço apenas momentos antes, despertar em si um interesse genuíno
por coisas espirituais? Jesus obviamente pensava assim. Ele, que conhece a
natureza do homem melhor do qualquer um (veja João 2:25), olhava para essa
pecadora com amorosa compaixão e com confiança que ele era capaz para
resgatá-la de seu pecado.
A
mais surpreendente revelação ainda estava por vir. Quando a mulher ponderou a
resposta anterior de Jesus, ela comentou sobre uma verdade em que ela
acreditava: "Eu sei ... que há de vir o Messias, chamado Cristo; quando
ele vier, nos anunciará todas as cousas" (4:25). Na resposta do Senhor ela
ouve a espantosa razão para seu comentário enigmático anterior (veja 4:10). Se
apenas ela soubesse quem estava pedindo água! Agora, com seus interesses
espirituais despertados, ela estava pronta para ouvir o resto da história sobre
esse forasteiro judeu: "Eu o sou, eu que falo contigo" (4:26).
Poderia ser? Poderia ela, uma desprezada samaritana, estar falando face a face
com o Ungido de Deus?
Ide
contar ao Mundo!
Jesus
não teve que mandar essa mulher espalhar a notícia. Ele não ofereceu aulas de
"técnicas de evangelismo". Ele tinha plantado nela uma semente de
verdade eterna, de modo que ela era naturalmente compelida a partilhar as boas
novas. O testemunho dessa mulher não foi suficiente para convencer os moradores
da cidade, mas quando ouviram as palavras de Jesus, perceberam que tinham
encontrado o Salvador do mundo (4:39-42).
Searas
brancas para a ceifa
Enquanto
a mulher voltou a Sicar para contar o sucedido ao povo, Jesus sentou-se com os
apóstolos. Eles tinham ficado surpresos ao vê-lo conversando com essa mulher,
revelando que eles não viam os outros da forma como Jesus via. Eles viam uma
mulher desprezada de uma terra ímpia. Jesus via uma alma a ser salva, que
necessitava ser despertada para sua própria necessidade. Eles viam um deserto
espiritual, enquanto Jesus olhava adiante para a grande colheita (João
4:31-38). Na verdade, o povo samaritano provou ser um dos mais receptivos da
mensagem do evangelho (Atos 8:4-25).
Lições
para hoje
Essa
história é rica demais para que se possa observar todas as suas grandes
mensagens em apenas um único artigo breve. Mas antes que você feche a sua
Bíblia e comece a pensar em assuntos mundanos, pare um pouco para observar
algumas das maravilhosas lições que aprendemos aqui:
Œ
Estamos rodeados de oportunidades. O que parece ser um simples encontro entre
Jesus e uma mulher desconhecida vira uma tremenda oportunidade para
evangelizá-la. Talvez Jesus não voltasse a passar por aquele caminho outra vez,
mas ele tirou completa vantagem da oportunidade em suas mãos. Nossos encontros
"oportunos" num ônibus, numa loja, ou numa fila de banco, poderiam
ser justo, uma de tais ocasiões. Vemos campos prontos para serem ceifados?
Não ofereceremos a salvação ao mundo com conversa mundana. Quando Jesus usou a
linguagem espiritual e a mulher pensou em água do poço, o Senhor não se desviou
de seu rumo. Ele encontrou um modo de trazer os pensamentos dela do poço para
as elevadas verdades que poderiam mudar a eternidade dela.
Ž
Jesus usou as perguntas dela como um trampolim para os importantes assuntos que
ela precisava ouvir. Ela falou de um monte, e Jesus foi para o seu coração. Ela
pensou no Messias como uma esperança futura, e Jesus colocou-a face a face com
o Cristo.
Para alcançar a salvação, precisa-se ver a verdade penosa da própria condição
espiritual. O ponto crítico da conversa foi quando Jesus implicitamente revelou
duas coisas: (a) Que a mulher estava num triste estado de pecado e, (2) Que ele
é aquele que pode reconhecer e resolver tais problemas da alma.
Para
alcançar a salvação, não se pode confiar somente no testemunho de outros.
Precisamos ouvir as palavras de Jesus. João, e outros discípulos, registraram
cuidadosamente as palavras e atos de Jesus para dar a todas as futuras gerações
uma base para crerem (João 20:26-31).
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