O
Partido da Renovação Social (PRS), segundo maior partido na Guiné-Bissau, e a
coligação Aliança Democrática (AD) defenderam hoje que, a ser criada, a
Comissão Multipartidária Social de Transição não pode substituir o parlamento.
Tanto
o PRS como a AD entendem que a Comissão Multipartidária e Social de Transição
(CMST) - órgão cuja eventual criação tem suscitado reações contraditórias no
país - poderia ajudar o processo de transição iniciado com o golpe de Estado de
abril passado.
O
PRS (28 deputados no parlamento) e a AD (2) esclarecem que, para uma maior
dinâmica ao diálogo que se pretende no país e sem um quadro estritamente
partidário, seria vantajoso para o processo de transição a criação da CMST, que
juntasse partidos com e sem representação parlamentar, sindicatos, igrejas e
organizações da sociedade civil.
Os
dois grupos partidários lembram que ambos defendem a legalidade dos órgãos de
soberania, pelo que em nenhum momento poderiam admitir a usurpação das
competências constitucionais do parlamento a favor da CMST ou de qualquer outro
espaço político.
O
PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), principal
força na Assembleia, diz que é contra a criação desse órgão alegando que viria
apenas acabar com o parlamento.
Algumas
organizações da sociedade civil, entre as quais a Liga Guineense dos Direitos
Humanos, também criticaram a criação desse órgão, notando que seria como se
fosse um segundo golpe de Estado contra a Constituição guineense.
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