Como se sabe, a má governação consiste na adopção de uma prática
política cujo efeito ou consequência se traduz num prejuízo, imediato ou
futuro, para o País e a sua gente, não apenas na sua Economia como em todos os
outros aspectos.
Tem origem, por um lado, na errada compreensão da sociedade política,
mas, também, no desconhecimento das suas reais necessidades e idiossincrasias.
Por outro lado, revela desprezo pelos valores sociais dominantes, mas
também, a deficiente formação política daqueles que exercem o poder de facto.
A deficiente formação política tem a consequência de, perante as
dificuldades ou escassez de meios, para satisfazer os interesses da comunidade
nacional, o governante decidir optar pela satisfação de interesses de um
pequeno grupo, no qual considere residir a sua base social de apoio, em prejuízo da Nação.
Em vez de trabalhar para o conjunto da Nação, o mau Governante opta pela
solução mais simples ou supostamente mais fácil: governar, prioritariamente, em
função de interesses do seu grupo social de apoio.
O erro de governação
em função de interesses
minoritários
Esse tem sido o erro, sistematicamente, cometido, na Guiné-Bissau, nos
sucessivos governos, que se constituíram, após a Independência.
Foi o erro do Presidente Nino Vieira, ao cometer o acto de barbárie, que
foi o tristemente célebre “Caso 17 de Outubro de 1985”, que
resultou no massacre de dezenas de Heróis da Independência, unicamente motivado
pela sede do Poder pessoal, movido pelo receio de perder o Poder, perante o
prestígio crescente daqueles, junto da População e no aparelho do Estado.
Desde então, despiu a sua faceta de Combatente da Liberdade da Pátria e
optou, deliberadamente, pela sua identidade social, cujos interesses passou a
servir, daí em diante, em prejuízo do País e da Unidade Nacional.
Basta lembrar a composição mono- étnica
dos membros dos Governos, que passou a constituir, desde então (maioritariamente, à base da sua Etnia), ao
contrário do que sucedia, anteriormente, em que os Governos eram pluriétnicos e socialmente representativos.
Foi o mesmo erro que o levou a despoletar a Guerra Civil de 1998/1999,
que acabaria com a sua derrota humilhante, e sem glória, sendo obrigado a
seguir o caminho do exílio em Portugal, por bondade e sentido de Estado da
Junta Militar.
O mesmo tipo de erro foi cometido pelo sr. Carlos Gomes Júnior (Primeiro-Ministro deposto pela Acção Militar de 12 de Abril).
Nos seus Governos (também eles excessivamente mono- étnicos), teve em
vista, unicamente, o fortalecimento do seu poder pessoal e do seu reduzido
grupo social (de grandes comerciantes, ansiosos pelo enriquecimento pessoal),
em prejuízo da unidade nacional e do equilíbrio social multi-étnico.
O mesmo erro levou-o a negociar e a introduzir, no País, uma Força Militar Estrangeira, em flagrante
oposição com os interesses da Paz e Estabilidade política, social e
institucional da Guiné-Bissau, unicamente com o objectivo de assegurar a sua defesa pessoal, pondo em risco a Soberania Nacional e a Independência do
Estado da Guiné-Bissau.
A má governação
e o subdesenvolvimento
Para ganhar a batalha do Desenvolvimento, e deixar de figurar, nas
Estatísticas Internacionais, como exemplo de más práticas politicas, os
Guineenses terão de decidir, um dia, por via democrática, pôr fim ao ciclo da má governação e iniciar uma fase de saneamento
da sua História passada, dando oportunidade a um novo ciclo: de Paz, Estabilidade e Prosperidade, assente na verdade
e honestidade, no exercício da Política.
Essa tarefa caberá, com certeza, ao Povo da Guiné-Bissau, que deverá
recusar qualquer tipo de manipulação que tenha por objectivo a recondução ao
Poder de indivíduos que só servem para desestabilizar e pôr em risco a
estabilidade social e política da Guiné - Bissau.
O povo guineense
não se revê no governo
deposto
A Guiné-Bissau não é só Chão de
Papel, Bolama ou Cacheu. Não é só Bafatá, Gabu ou Farim. É de todos os
Guineenses, qualquer que seja a sua origem ou região. Todos têm o direito de
ser Felizes na sua própria Terra e não escravos ou subalternos de quem quer que
seja.
Será preciso lembrar que a maioria do Povo Guineense não se reconhece na
política de subserviência e miserabilismo baseada na corrupção (politica,
social e moral), que tem governado o País desde a Independência?
Será preciso lembrar que, na prática, para muitos Guineenses não há
diferença entre a governação colonialista europeia e a governação neocolonial
do PAIGC, levada a efeito pelo Governo deposto?
A má
governação
e a acção militar de 12 de abril
A intervenção militar, levada a efeito pelo Comando Militar, em 12 de
Abril, foi uma reacção oportuna, à medida do risco iminente de uma possível
acção de força da Tropa Estrangeira, instalada no País pelo Governo deposto,
que arriscava mergulhar, de novo, o Povo Guineense em mais uma situação de
grave instabilidade.
Desta vez, o efeito teria sido muito pior do que a crise social e
humanitária provocada, em 08 de Junho de
1998, com a entrada em Bissau de duas
Forças Estrangeiras (do Senegal e da
Guiné-Conakry), a pedido do General
Nino Vieira (então, Presidente da República), sem autorização do Parlamento, que resultou na fuga precipitada de
milhares de cidadãos, quer para o interior do País, quer para Portugal, por via
marítima e área.
A eficiente intervenção do Comando Militar, cirurgicamente executada,
sem derramamento de sangue, teve um carácter de elevado patriotismo, que será,
certamente, lembrado, para sempre, tanto no plano interno, como internacional,
pela sua admirável eficiência técnica,
não só na execução do plano, mas, também, pela alta capacidade política, na
sua justificação, perante o País e a Comunidade Internacional.
Assim, também, na implementação de
um programa de estabilização,
através da formação de um Governo de Transição, constituído, em tempo
record, por elementos dos 35 Partidos
legais (incluindo o PAIGC), tal como a retoma da normalidade institucional, mas também, económica e social, apesar do bloqueio a
que o País ficou sujeito por parte de alguns Países e Organizações
internacionais.
Evitou-se, assim, uma grande tragédia ao Povo Guineense, de que o País levaria
muitos anos para recuperar, caso tivesse havido uma confrontação militar entre
as Forças Armadas Nacionais e a Força Estrangeira da MISSANG, estrategicamente
imobilizada e neutralizada, no seu luxuoso aquartelamento, porém, sem qualquer
sinal de hostilização ou vingança, em nome da preservação de boas Relações de
Amizade com o Povo e o Governo de Angola.
Todo o Mundo entendeu que a Força Estrangeira não era o Inimigo, mas
quem, internamente, solicitou a sua intervenção e armamento poderoso, pelos
motivos e intenções com que o terá feito. Salvou-se (esperamos) a Amizade
Histórica entre os Povos da Guiné-Bissau e da Republica Popular de Angola!
Ninguém duvida que foi esse notável sentido patriótico que esteve na
base do reconhecimento do Comando Militar
pela CEDEAO (Organização
sub-regional Oeste africana), que teve expressão clara na disponibilização ao
País de uma Força de Interposição, para garantia da Paz e Estabilidade.
Conhecendo a
realidade do País, você estará colaborando para a Paz e Estabilidade Política e
Social da Guiné-Bissau, pela Verdade e Justiça! Por isso, leia o nosso próximo Tema,
neste blogue, no dia 23.03.2013.
Colabore connosco. Dê
a sua sugestão por uma Guiné Melhor, mais Digna e Desenvolvida. Esse é o nosso
objectivo! Nada mais!
Ótimo trabalho! precisamos de pessoas assim, empenhados em interpretar o nosso contexto e apontar possíveis soluções valiosos, afim de que a nossa querida pátria possa sair da situação em que se encontra detonada.
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