Muitas centenas de pessoas participaram hoje, em Bissau, nas cerimónias fúnebres de Henrique Rosa, antigo Presidente de transição da Guiné-Bissau, marcadas por elogios à personalidade do antigo estadista.Henrique Pereira Rosa morreu na semana passada em Portugal, vítima de doença, e foi hoje a enterrar no cemitério municipal de Bissau, depois de uma missa de corpo presente na catedral da capital.
Na catedral, com escuteiros e jovens com camisolas a homenagear o antigo Presidente (uma fotografia e as palavras Juntos Sempre Presente) perfilados na entrada, coube ao bispo de Bissau, José Camnaté, o elogio fúnebre.
O bispo, amigo de Henrique Rosa (um católico fervoroso e desde sempre ligado à Igreja Católica), falou da "coerência" e da "serenidade" do antigo Presidente de transição e das suas qualidades como pai de família, marido, empresário e político.
"Foi um político que restituiu aos cidadãos o orgulho de serem guineenses", disse, referindo-se ao período em que Henrique Rosa foi Presidente, de 2003 a 2005, na sequência de um golpe de Estado que derrubou o Presidente eleito (Kumba Ialá).
José Camnate citou mesmo "um observador internacional" que na altura se terá referido a Henrique Rosa como "um estadista de grande relevo que podia abrir caminhos novos, não só para a Guiné-Bissau mas para outros países de África".
Emocionante foi também o momento em que um dos filhos de Henrique Rosa falou na catedral para agradecer todos os apoios e palavras de conforto recebidas.
Depois disso, a urna, tapada com a bandeira da Guiné-Bissau, foi transportada por uma carrinha da polícia entre muitos populares, entre eles um grupo vestido com a camisola do clube desportivo Benfica (do qual Henrique Rosa foi presidente).
Além das muitas pessoas que encheram a catedral e os passeios das ruas à volta (especialmente à sombra) foram também muitos os que assistiram à passagem do cortejo fúnebre ao longo do percurso até ao cemitério.
O atual Presidente de transição, Serifo Nhamadjo, foi um dos presentes nas cerimónias no cemitério. Na catedral e no cemitério estiveram, entre outras personalidades, políticos, como o presidente da Assembleia Nacional Popular, Sory Dajaló, e diplomatas, como o representante da ONU em Bissau, José Ramos-Horta.
Depois de palavras, também de elogio, no cemitério, coube ao bispo de Bafatá proferir as últimas orações.
Henrique Rosa nasceu em Bafatá, leste da Guiné-Bissau, a 18 de janeiro de 1946. Foi empresário, Presidente de transição, e duas vezes candidato a Presidente da República. Morreu no passado dia 15 no hospital de S. João, no Porto.
Amapro Antonio Có valeu carr
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