sábado, 26 de outubro de 2013

Chefe das Forças Armadas exorta militares a não pegarem em armas "contra o povo"

O chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, António Indjai, exortou hoje os militares a nunca mais pegarem em armas "contra o povo".

Na cerimónia de juramento de bandeira de 2.400 novos militares e paramilitares da Guiné-Bissau, no centro de instrução militar de Cumeré, no norte do país, António Indjai pediu aos militares para que "nunca mais voltem a pegar em armas contra o povo, porque as armas são compradas com o dinheiro do povo e para servir o povo".

 Indjai, liderou o golpe de Estado militar de 12 de Abril, que derrubou as autoridades eleitas.

 Os elementos que a partir de hoje passam a fazer parte das Forças Armadas guineenses são soldados, polícias, guardas alfandegários, guardas florestais e pessoal afecto à Guarda Nacional, mas que se tinham juntado ao exército "de forma anárquica", de acordo com uma fonte do Governo.

 A maioria desses elementos juntou-se às Forças Armadas durante o conflito político-militar de 1998/99, que levou à deposição de João Bernardo "Nino" Vieira por uma Junta Militar.

  O presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Ibraima Sory Djaló, que presidiu ao acto, disse que no cômputo geral, a actuação das Forças Armadas nos últimos 15 anos tem custado caro ao país, pelo que era chegada a altura de acabarem com sobressaltos.

 "Há 15 anos que não temos paz neste país. Apelo às nossas Forças Armadas para que acabem com os sobressaltos para que possamos arrancar para o desenvolvimento", enfatizou Sory Djaló.

 Os novos elementos das Forças Armadas estiveram três meses no centro de instrução militar de Cumeré.

ANGOP

3 comentários :

  1. 15 anos sem paz...
    Presidente de ANP, pede aos militares para evitarem de sobressaltos para arrancarmos para o desenvolvimento.

    Muito bem e tambem e vontade de Chefe de Estado Maior das FA.

    Atencao guineenses, nao ha nenhum pais no mundo que ARRANCA para o desenvolvimento, com a corrupcao, impunidade e desordem na funcao publica!
    Se se arrancar, sera um desenvolvimento fragil e sem garantia.

    Ainda menino e estudante passava ferias em Senegal. Sempre diziam que se alguem, isto e, corruptor tentar dar dinheiro para um funcionario publico, em troca de favor, e o funcionario que denuncia o caso a justica, porque "nao quer perder o seu trabalho!"
    Na Guine Bissau, e assim? Agora e assim? Sera assim como no Senegal?

    Irmaos , coragem , vamos lutar e limpar os males, para termos um desenvolvimento sustentavel, duradeiro e que beneficie a todos os guineenses. Nao um desenvolvimento que serve a minoria. E pobres esquecidos a sua forte.

    Nha mantenha!
    Francisco Sanha

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  2. Finalmente, as pessoas estão já ganhando consciência de que os maus comportamentos dos militares já nos custaram caro demais, e que estas armas custam o dinheiro do povo da Guiné-Bissau. Estas armas não poderiam de forma alguma serem disparadas contra o próprio povo. Se há já uma tomada de consciência sobre isso, embora bastante tardia, mas tem sentido.

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  3. Até quando vamos continuar a receber notícias deste gênero?
    Para quê um recrutamento irregular e mal explicados meses antes do fim da transição?
    Até quando os governantes/militares vão continuar a expor o País desta forma, vexatória, promovendo recrutamentos de militares sem ao menos ter fardas para os vestirem? E depois dizem que os outros é que denigrem a imagem do País!
    Até quando mortes e mais mortes vão continuar a ser promovidos por aqueles que se dizem combatentes da liberdade de pátria? De onde veio tanta apetência por matar!?... Quando acabará o ódio!?...

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COMENTÁRIOS
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