A nova data para a
realização de eleições na Guiné-Bissau não foi decidida na cimeira dos chefes
de Estado da África Ocidental que sexta-feira decorreu no Senegal e só deverá
ser conhecida após consultas com as forças vivas guineenses.
De acordo com uma fonte
da presidência guineense, a cimeira de Dacar analisou os vários cenários
possíveis mas recomendou ao Presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo
Nhamadjo, que faça consultas no país e só depois determinar uma nova data do
escrutínio.
Inicialmente as
eleições gerais estavam marcadas para 24 de novembro mas atrasos na organização
do processo fazem com que o escrutínio tenha que ser adiado.
Acreditava-se que a
cimeira dos líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
(CEDEAO) iria marcar uma nova data.
Uma fonte da
presidência disse à agencia Lusa que Serifo Nhamadjo vai convocar o Conselho de
Estado na terça-feira, presidirá ao Conselho de ministros na quarta-feira e na
quinta-feira iniciará as consultas com os partidos políticos.
Contactado pela Lusa
ainda em Dacar, para onde se deslocou para assistir a cimeira da CEDEAO, o
representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné- Bissau,
José Ramos-Horta, disse que "nem o Presidente Nhamadjo, nem a CEDEAO
avançaram com alternativas" para a nova data das eleições.
"A ONU não se
sobrepõe, ou substitui, as autoridades de facto do país ou a CEDEAO em decisões
que pertencem exclusivamente a estas duas entidades", afirmou Ramos-Horta.
Para o responsável da
ONU cabe às autoridades guineenses em consulta com a CEDEAO "determinarem
em definitivo" uma data para as eleições gerais na Guiné-Bissau.
Para o representante
das Nações Unidas a questão de falta de verbas para as eleições já não se
coloca uma vez que várias entidades da comunidade internacional já anunciaram
os apoios concretos que irão fazer para o processo.
"O financiamento
já está totalmente assegurado, apesar de a comunidade internacional continua a
achar inflacionado os 20 milhões de dólares apresentados pelo Governo como
sendo o orçamento do processo", disse Ramos-Horta.
Mesmo com o
"orçamento inflacionado", o representante do secretário-geral da ONU
quer ver as autoridades guineenses a marcarem "em tempo razoável" a
data do escrutínio.
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