segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Novo líder do PAIGC defende regresso de exilados políticos à Guiné-Bissau



O novo líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, defendeu o regresso à Guiné-Bissau dos políticos forçados ao exílio com o golpe de Estado de 2012.
No seu primeiro discurso perante os delegados ao oitavo congresso do PAIGC que o elegeram na última noite em Cacheu, norte da Guiné-Bissau, Simões Pereira afirmou que o exílio de dirigentes políticos do país "é a real imagem de rutura" que ainda persiste no país.

"O asilo a que estão forçados é a real imagem de rutura ainda prevalecente na nossa sociedade", disse Simões Pereira, deixando saudações especiais aos dirigentes do partido derrubados com o golpe de Estado de 12 de abril de 2012.

"Deixamos também aqui uma referência de apreço ao ex-presidente do partido camarada Carlos Gomes Júnior, ao ex-segundo vice-presidente do partido camarada Raimundo Pereira, assim como a todos os camaradas que os acompanham no exílio a que são forçados e este congresso lhes rende uma merecida homenagem", observou.

O novo líder do partido mais votado nas últimas eleições legislativas guineenses diz ser necessário desenvolver "um apurado processo político" para a criação de confiança e compromissos no sentido de repor "as peças sociais" no país.

"Somos por isso todos chamados e convidados a dar o nosso quinhão para que um dia, esperemos que não muito longe, possamos estar todos juntos e celebrarmos a pertença a uma nação única, inclusiva, soberana e solidária", preconizou.

Simões Pereira disse ter "a perfeita noção" do estatuto e da responsabilidade que passa a ter como líder do PAIGC, mas também sabe da "honra e distinção" que tem a partir de agora para "servir o partido de Amílcar Cabral".

Aos concorrentes no cargo, Braima Camará e Aristides Ocante da Silva, lançou um repto no sentido de serem "enterrados os machados de guerra" para, juntos, promoverem a reconciliação e a unidade do partido.

Sobre as próximas eleições gerais no país, o novo presidente do PAIGC, ex-secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse que a sua preparação ocorre sob o signo de "muita desconfiança", mas irá trabalhar com a sociedade civil e os demais partidos para que venham a ser "uma festa da democracia".

//Lusa

1 comentário :

  1. Espero que a paz venha mesmo para ficar, mas para que isso aconteça é fundamental que cada um de nós veja no seu concidadão um companheiro de luta e não um inimigo, um homem em vez de uma tribo, um potencial factor de multiplicação do bem estar social, em lugar de um perturbador, pois só assim a paz poderá morar em nossas casas, moranças e tabancas espalhadas por esta Guiné fora. Enveredar por outro caminho que não seja este, como seja o de desprezo que se alimenta do preconceito, é retroceder e abrir caminho para ciclo de outras violências

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