O novo líder do Partido Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, defendeu o regresso à
Guiné-Bissau dos políticos forçados ao exílio com o golpe de Estado de 2012.
No seu primeiro discurso perante os delegados ao
oitavo congresso do PAIGC que o elegeram na última noite em Cacheu, norte da
Guiné-Bissau, Simões Pereira afirmou que o exílio de dirigentes políticos do
país "é a real imagem de rutura" que ainda persiste no país.
"O asilo a que estão forçados é a real imagem de rutura ainda prevalecente na nossa sociedade", disse Simões Pereira,
deixando saudações especiais aos dirigentes do partido derrubados com o golpe
de Estado de 12 de abril de 2012.
"Deixamos também aqui uma referência de apreço ao
ex-presidente do partido camarada Carlos Gomes Júnior, ao ex-segundo
vice-presidente do partido camarada Raimundo Pereira, assim como a todos os
camaradas que os acompanham no exílio a que são forçados e este congresso lhes
rende uma merecida homenagem", observou.
O novo líder do partido mais votado nas últimas
eleições legislativas guineenses diz ser necessário desenvolver "um
apurado processo político" para a criação de confiança e compromissos no
sentido de repor "as peças sociais" no país.
"Somos por isso todos chamados e convidados a dar
o nosso quinhão para que um dia, esperemos que não muito longe, possamos estar
todos juntos e celebrarmos a pertença a uma nação única, inclusiva, soberana e
solidária", preconizou.
Simões Pereira disse ter "a perfeita noção"
do estatuto e da responsabilidade que passa a ter como líder do PAIGC, mas
também sabe da "honra e distinção" que tem a partir de agora para
"servir o partido de Amílcar Cabral".
Aos concorrentes no cargo, Braima Camará e Aristides
Ocante da Silva, lançou um repto no sentido de serem "enterrados os
machados de guerra" para, juntos, promoverem a reconciliação e a unidade
do partido.
Sobre as próximas eleições gerais no país, o novo
presidente do PAIGC, ex-secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP), disse que a sua preparação ocorre sob o signo de "muita
desconfiança", mas irá trabalhar com a sociedade civil e os demais
partidos para que venham a ser "uma festa da democracia".
//Lusa
Espero que a paz venha mesmo para ficar, mas para que isso aconteça é fundamental que cada um de nós veja no seu concidadão um companheiro de luta e não um inimigo, um homem em vez de uma tribo, um potencial factor de multiplicação do bem estar social, em lugar de um perturbador, pois só assim a paz poderá morar em nossas casas, moranças e tabancas espalhadas por esta Guiné fora. Enveredar por outro caminho que não seja este, como seja o de desprezo que se alimenta do preconceito, é retroceder e abrir caminho para ciclo de outras violências
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