

Domingos Quadé falava na localidade histórica de
Cassacá, durante a cerimónia do lançamento oficial da sua candidatura às
Presidenciais com vista às eleições de 13 de Abril.
O antigo Bastonário da Ordem dos Advogados afirmou que,
se for eleito Presidente de República, apostará no «renascimento dos valores da
pátria através da criação de mecanismos e condições de implementação de
políticas de um Estado forte, que implante o império da lei sobre a força do
homem».
Domingos Quadé é da opinião que a ordem, o rigor na
gestão da coisa pública e a organização do aparelho do Estado vão voltar a ser
realidades na Guiné Bissau, através da urgente adopção de critérios rígidos de
gestão e de combate à cultura de «homem poderoso e intocável», sem prejuízo do
reconhecimento da personalidade.
«Cassacá trouxe a independência nacional e a
implementação da autoridade do Estado que, na sua fase inicial, ficou marcada
com resultados orgulhosos no campo económico, com a infra-estruturação e a industrialização
geral da Guiné Bissau, nomeadamente o complexo agro-industrial de Cumere,
N´haye, Volvo, Hanura, Guimetal» apontou, dizendo que infelizmente, tudo isto
se perdeu cedo.
«Assim, tal como na era de Cassacá, sente-se hoje a
necessidade de reerguermos este poderoso edifício posto vergonhosamente em
ruínas» desafiou o candidato independente.
O líder do projecto «Por Um Cassacá 2», de olhos
postos na Presidência da República da Guiné-Bissau, defende a criação de um
Estado reconciliado consigo próprio que crie e introduza condições favoráveis à
mudança tranquila e não violenta, bem como a verdadeira e sincera reconciliação
nacional.
«É defensável a criação de uma comissão integradora, a
partir de uma Conferência Nacional, com amplos poderes de identificação,
investigação, julgamento e, eventual, ´perdão ou amnistia´ de responsáveis pelo
cometimento de vários crimes políticos na Guiné-Bissau» disse Domingos Quadé,
sublinhando que caso seja eleito, irá trabalhar com fidelidade e franqueza em
conjunto com qualquer Governo saído das urnas, assim como inculcar no homem
guineense os «valores insubstituíveis da democracia pluralista e responsável».
No plano internacional, Domingos Quadé comprometeu-se
a respeitar e a reforçar a identidade guineense e a vocação lusófona,
contribuir para a promoção da cooperação no plano bilateral com todos os países
da CPLP, assim como reforçar as relações politicas, económicas, diplomáticas e
culturais com a vizinhança.
Apoiar as acções concertadas de consolidação da integração
do país em organizações sub-regionais, nomeadamente a CEDEAO e a UEMOA,
promover as bases de cooperação com todos os países amigos, quer no quadro da
ONU, quer bilateralmente, são também intenções da sua candidatura.
De referir que Cassacá foi o local onde Amílcar Cabral
convocou o primeiro congresso do PAIGC em 1964, para reorientar o processo de
luta e trazer a génese e os primeiros ensaios de uma organização do Estado com
a criação da Saúde de Base Popular, Escola Piloto, Armazéns do Povo e Forças Armadas
Revolucionárias do Povo.
Domingos Quadé, com 53 anos de idade, é licenciado em
Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, em Portugal,
tendo seguido a especialização jurídico-publicista.
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