O VIII Congresso
do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) entra hoje,
quarta-feira, na sua fase mais importante com o início de debates sobre os
estatutos do partido.
O começo dos
trabalhos está marcado a partir das 10h00 locais, na cidade centenária de
Cacheu, norte da Guiné-Bissau. Já ontem, os delegados discutiram os relatórios
do Comité Central do PAIGC e do Conselho de Jurisdição Nacional (CJN) do
partido.
Cerca de 1.200 delegados participam nesta reunião
magna que decorre agora sob à presidência de Carmen Pereira.
Eis os pontos fulcrais no que concerne ao debate dos
estatutos do PAIGC:
- Nos estatutos actuais existe um secretário nacional com funções apenas administrativas;
- Nos estatutos actuais existe igualmente o cargo de presidente, quem dirige o partido e encabeça a lista às eleições legislativas;
- O candidato Braima Camará do projecto “Por uma liderança democrática e inclusiva” quer manter os estatutos actuais do PAIGC;
- A actual coligação “Aliança para Unidade e Coesão do PAIGC” defende a mudança dos estatutos do PAIGC;
- Esta coligação liderada por Domingos Simões Pereira defende que o PAIGC passe a ter um secretário-geral que seja cabeça-de-lista nas legislativas, passando o presidente a dedicar-se unicamente ao partido;
- Se a proposta defendida pela ala de DSP ou seja a “Aliança para Unidade e Coesão do PAIGC” tiver a maioria da votação, o PAIGC terá os seguintes candidatos à presidência:
Carlos Correia
Satú Camará
- Se a proposta defendida pela ala de DSP ou seja a “Aliança para Unidade e Coesão do PAIGC” tiver a maioria da votação, o PAIGC terá os seguintes candidatos ao cargo de secretário-geral:
Domingos Simões Pereira
Aristides Ocante da Silva
Cipriano Cassamá
Daniel Gomes
- Braima Camará será certamente candidato à presidência do partido se os delegados aprovarem a manutenção dos presentes estatutos. Ainda não é claro se ele, Braima Camará, candidatar-se-á ao cargo de secretário-geral se os congressistas aprovarem a proposta da “Aliança para Unidade e Coesão do PAIGC” de Domingos Simões Pereira;
- Como ainda não se sabe quais serão os resultados das votações, o posicionamento de cada candidato a líder (presidência e/ou secretário-geral) poderá depender do que vier a ser decidido sobre os estatutos.
Ainda do Cacheu, alguns militantes do PAIGC
denunciaram que há suspeita de compra de votos nos bastidores
de uma das maiores eleições internas do partido.
Estas denúncias expõem que o
aliciamento tem sido feito com dinheiro falso, instruindo os delegados que caso
entreguem o seu crachá identificativo e deixem de votar, receberão 1 milhão de
francos.
Elementos ligados à candidatura “Por
uma Liderança Democrática e Inclusiva” são acusados de terem uma elevada
quantia, que ronda os 250 milhões de francos em notas falsas, para realizar
esta operação de desvio na altura das principais votações.
Tudo indica que a candidatura
liderada pelo empresário Braima ‘Ba Quecuto’ Camará tem perdido terreno desde
que chegou a Cacheu e decidiu pôr em prática um plano mais audaz, tentando
desviar os delegados apoiantes das outras candidaturas e criando um ambiente de
muita desconfiança entre camaradas.
Estas denúncias, poderão levar os
observadores da CEDEAO a entrar em acção, assim como as próprias forças
policiais que já estão no terreno a tentar identificar tais acções, pois a
falsificação de moedas confere uma actividade criminal de natureza pública.
Ouvir aqui
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.