“Lázaro, sai para fora” – grita Jesus com voz forte
e determinada. E ele levanta-se e sai, amortalhado como havia sido colocado na
sepultura. Jesus continua, dirigindo-se aos circunstantes: “Desligai-o e
deixai-o ir”. E João, o narrador do sucedido, conclui: “Ao verem o que Jesus
fez, acreditaram n’Ele”.
A revivificação de Lázaro constitui um sinal, na
sequência de outros, que visam manifestar quem é Jesus e provocar a adesão à
sua pessoa e mensagem: a água transformada em vinho nas bodas de Caná; o pão abençoado
e repartido pela multidão; a cura do paralítico junto à piscina e a do cego de
nascença; a doação da própria vida como belo e bom pastor; a vitória sobre a
morte, simbolizada em Lázaro, e realizada aquando da ressurreição. Estes e
outros sinais credenciam um conjunto de ensinamentos sobre a acção inovadora do
Messias e induzem as testemunhas a tomar posição, aceitando ou rejeitando o que
presenciam e ouvem.
Qual a nossa atitude perante tantos sinais de
novidade que a vida nos traz? Deixamo-nos interpelar e somos consequentes?
Lázaro adoece e as irmãs, Marta e Maria, mandam
recado a Jesus que, na sua missão, andava por longe de Betânia, terra desta
família. Eram amigos. Os discípulos desaconselham o regresso. Passa o tempo. E
a morte vem sem eles terem chegado, facto que leva Jesus a dizer-lhes que se
alegrava porque eles iriam ter uma nova oportunidade de acreditar. Da morte
comprovada surgiria a vida restituída. O luto e a dor reforçariam os laços
afectivos do amor.
E o que acontece é deslumbrante: Jesus emociona-se e
chora várias vezes; escuta os desabafos das irmãs de Lázaro, dialoga com elas e
consola-as na sua perda, dando-lhes garantias de que algo de novo iria fazer
pelo amigo; ouve os comentários críticos de judeus que são ignorados; indaga onde
haviam posto o cadáver e vai ao local, aceitando o convite/resposta de Maria;
perturba-se e fica comovido; aproxima-se da gruta e manda remover a pedra;
vence a hesitação de Marta que temia o mau odor; ergue os olhos ao céu e reza a
Deus, seu Pai, dando-Lhe graças por tudo, mas sobretudo pela acção que estava
prestes a realizar. E grita com voz bem forte: “Lázaro, sai para fora”. E ele
obedece, ergue-se e sai. Ajudado, solta-se das amarras da morte e do sudário do
encobrimento e do medo. Liberto, retoma os caminhos da vida, refaz os laços da
amizade que a morte havia interrompido, ousa olhar o futuro com serena
confiança.
E os circunstantes? Muitos abriram-se à fé, mas
outros “quais espiões infiltrados” levam a notícia às autoridades que ficam
alarmadas e começam a urdir a eliminação física de Jesus - o que origina um
reajuste do seu programa missionário. Que decisão tão reacionária, a dos
fariseus: fechar os olhos à vida, à verdade, à liberdade e à solidariedade;
disfarçar o embaraço com argumentos de segurança nacional e endurecer o sistema
opressor que gera o medo e provoca a morte.
Valdir da Silva É impressionante a história de Lázaro enquanto amigo próximo de Jesus Cristo, a forma como adoeceu e morreu e o gesto amável do Senhor Jesus Cristo em provar a sua suprema divindade ressuscitando-o de morte. Mas, o importante nesta história ,apesar de eu acreditar no milagre e claro, na morte e ressurreição, importa-me referir que as histórias e os tempos não são semelhantes as figuras que fazem histórias também são diferentes. Não se pode comparar o Cristo que se fez homem para salvar a humanidade com seres humanos pecadores.
ResponderEliminarHá casos em que homens forjam mortes para serem notórios ou para serem considerados heróis e que às vezes não acontece da forma como foi previsto. Portanto, heróis na minha era não existem cá nesta nossa Guiné!
Irmao Silva, promessas de Deus sao para todos, sem excepcao, nao importa que circunstancias nem tempos. Mas sim o coracao de cada ser humano que so ele o criador conhece. Francisco Sanha.
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