Desejo ao futuro Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau a
melhor sorte na prática política da sua governação, no exercício da função de
Chefe de Governo, haja firmeza no controle e gestão dos recursos territoriais,
que execute com inteligência e sensibilidade específica, a gestão empreendedora
de projectos, de acordo com as necessidades do País.
Com objectividade consensual e selectiva, convém
separar as águas, com a nitidez possível, traçar prioridades francas e assumir
com toda a frontalidade as escolhas do País. Seja nos projectos nacionais, seja
nos internacionais. Tendo em consideração que nem tudo que vem à rede é bom
"peixe".
Atentos a projectos oportunistas, mafiosos, e para
fins de branqueamento de capitais, serão estes os projectos que não servem os
reais e verdadeiros interesses do Povo. Devem ser simplesmente reavaliados e
reconhecidos, passados a pente fino, todos os projectos que estão a operar no
País.
Criar um Gabinete de Controlo de Qualidade dos
projectos, com objectivos nacionais claros e realistas, através desse organismo
tomar o controlo e o reconhecimento do que se faz ou se projecta para o País.
Assumir o controlo técnico de prevenção-primária (informação/estudo de
projecto), a seguir continuar a fazer prevenção-secundária, i. é, quando um
projecto opera no terreno, há que vasculhar de "lupa" a sua actuação
total, como uma constante, ver o que se passa e, controlar sem timidez ou
complexos o seu desenvolvimento e evolução no terreno.
São sempre bem vindas as ofertas que nos chegam de
projectos para a Guiné-Bissau, mas devemos acautelarmo-nos numa análise de
conteúdos programáticos, seus objectivos, a curto, médio e longo prazo.
Sobretudo estar atentos aos objectivos traçados vindos do exterior para dentro
do País ou não.
Muitas vezes o exterior prefere “impor”, a escutar
ideias diferentes, igualmente verdadeiras, evocando necessidades do País, A
velha máxima de, quem paga manda, não pode ser admitida.
Vamos pautar-nos por uma sintonia realista
(projecto/necessidade) em relação aos itens de avaliação no terreno,
consequentes e realistas para a nossa sociedade. Aceitar só depois de estudo e
avaliação da necessidade, escolher bem e de acordo com a nossa
necessidade/realidade do Povo.
Acreditação de Projectos e sua equipa técnica no
terreno, é uma necessidade imperiosa de momento, a ter em conta, para evitar
confundir gato por lebre (por exemplo, confundir “sapateiro” por médico, etc.).
Há que pautar pela excelência de qualidade de serviço, em tudo que esteja a
operar no terreno. Exigir a integração de observadores nacionais do Gabinete do
Controle de Qualidade sempre que se justificar.
Custe, embora, com as carências que o País
atravessa, mas não podemos facilitar ou permitir - nenhum controle - da parte
do Governo. Nunca!
há que assumir responsabilidade da Nação em tudo que
laborar, em tudo o que se passar no território Nacional!
Esta preocupação deve ser extensiva aos contextos
comerciais, empresariais, industriais e socioculturais. Tudo isto considerado
dentro de uma preocupação estrutural de desenvolvimento sustentado para o País
como prioridade. Optar por projectos com "cabeça, tronco e membros",
com perspectivas sérias de trazer benefícios humanos (de emprego e carreira
profissional) e capitais financeiros para a nossa sociedade.
Dada a situação crítica do País, faça-se o
levantamento do estado da "coisa-pública", para termos uma noção
exacta dos problemas do território nacional, do que há atrás do cortinado, todo
o lixo debaixo do tapete, por detrás dos armários, em “arquivos” da corrupção,
guardados ao longo destes anos que, progressivamente, minaram o desenvolvimento
do Estado e suas infraestruturas no País.
Há que arrancar desde o início desta governação com
a convicção absoluta de vencer por etapas qualquer obstáculo. Sabendo de
antemão que varia a natureza da dificuldade, a partir do seu conteúdo e
exigência de preparação/transformação deste no terreno, i. é, sempre que a
situação de mudança em causa, ditar a substituição da "peça" por
outra mais eficiente, faça-se sem excitar!
Ao camarada que tomar os destinos do Povo nas mãos,
convém lembrar que um governo serve para governar, espera-se que decida e
avance no terreno! Sendo que primeiro pensa maduramente nos prós e contras da
sua decisão, sabendo medir as consequências da sua decisão, actos, perante
instituições do Estado e o Povo, assumindo frontalmente as medidas
implementadas!
O estado do País assusta qualquer um, embarcar neste
comboio de mudança com novo rumo, será o desafio. Mas, se desde o princípio
insistirmos com comportamento assertivo, gerador de confiança e de credibilidade, este governo
irá juntar cada vez mais adeptos da sua opção, apoiantes da causa, sempre
dispostos a lutar pelo progresso nacional, com o governo eleito.
Sobretudo, porque reconhecendo o programa político
do governo, todas as prioridades com as quais se identifica na resolução desta
crise, rapidamente o nível de esperança e de credibilidade ascende, fazendo com
que todo o trabalho necessário seja possível realizar com o apoio da esmagadora
maioria de nacionais (todos somos poucos) confiantes no sucesso esperado.
Por isso optamos por - Treinador Inteligente - que
seja catalisador e bom gestor de empreendedorismo surgido na relação do cidadão
com o Estado, nos domínios do projecto de desenvolvimento sustentado para o
País.
Queremos um Primeiro-Ministro activo, um bom
mediador político no centro da questão da governação. Com o perfil e
sensibilidade humana centrada no cerne das questões, da classe política, da
classe castrense e sociedade civil.
Que traga sempre as “lições” estudadas com os seus
respectivos Ministros e gabinetes ministeriais (uma forma de manter controle e
reconhecimento do trabalho realizado ou a realizar). Um Primeiro que seja
Homem-forte, corajoso, tranquilo, hábil, diplomata e revolucionário. Que traga
o Povo ao colo como prioridade das prioridades, sempre! Que saiba responder bem
informado sobre a situação de cada Ministério, sempre que for chamado a prestar
contas, de fio a pavio, acerca de cada "pacote" de medidas
equacionadas no terreno, tendo em conta o problema, e seu conteúdo de programa
de Governo.
Apelo especialmente ao Primeiro-Ministro para a
constituição de um governo apartidário, alicerçado na meritocracia, experiência
e carreira profissional reconhecidas.
Composto por indivíduos com disponibilidade total
para o exercício do cargo público (devendo ser incompatível com o exercício
profissional no privado, paralelamente no Estado), primado pela transparência e
imagem positiva do Estado, através da escolha de Ministros (pautar pela
honestidade, competência, postura pública bem aceite, no que concerne a imagem
moral e patriótica do cidadão), devolver confiança política ao Povo.
Exigir obrigatoriedade de apresentação da relação de
bens matérias (móveis e imóveis) dos indivíduos mandatados para os cargos
governamentais, antes e depois do mandato, e confirmado pelo Ministério da
Justiça e Ministério das Finanças, como forma de transparência, de igualdade de
circunstâncias e de Direito no seio do Governo.
Sem me querer imiscuir na “filosofia governativa”,
permitam a sugestão de sublinhar a minha opinião em ver o Ministério dos
Negócios Estrangeiros, a manifestar uma diplomacia-politica mais activa!
No sentido de proteger a dignidade do Estado, por um
lado, e por outro, estar atento às nossas infraestruturas de comércio,
industria e do turismo, sem contudo, substituir os respectivos Ministérios, mas
assumir também uma postura de “postal” de visita/divulgação no exterior do
País, de forma mais sistematizada, através da atitude diplomática no exterior,
menos inibida nas relações internacionais e mais agressivo nas suas
intervenções concertadas.
Penso que esta mudança era capaz de resultar muito
bem, no sentido de não só melhorar a imagem do País (dar a conhecer ao mundo),
como também de contribuir na divulgação do nosso património cultural, físico e
material, tendo como objectivo primordial, as compensações/contrapartidas
materiais e financeiras positivas, que daí o País possa retirar o melhor, só.
As medidas a tomar vão ser muitas, sabemos com
certeza, e erros haverá, só quem nada faz não os comete, saibamos então
evitá-los atempadamente e se possível, antecipando-os a todos! Por isso, vamos
indo e vamos vendo, passo a passo, acertados num ritmo concertado, avançar com
sentido de responsabilidade, convictos sempre das decisões a tomar para cada
caso específico.
Boa sorte a todos. Não haverá derrotado, a luta
continua e a vitória é certa! Viva a República da Guiné-Bissau.
Djarama. Filomeno Pina.
Nota: Os artigos assinados por amigos,
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expressas.
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