Comportamento selvagem à luz da civilização humana e
do bom senso num Estado de Direito. Factos que facilmente seriam vistos e
apalpados até na escuridão, o normal é constatar o erro cometido contra pessoas
e bens patrimoniais, mas que a cegueira habitual de um grupo de pessoas que
ditam regras, impos sobre tudo e todos uma enorme irracionalidade no aparelho
mental dos responsáveis, que, quietos e calados assistiram como “nós”, à
devastação selvagem das nossas florestas. Responsáveis sem coração no sítio
certo, sem cabeça no lugar da reflexão exigida, não notaram as diferenças entre
o bem e o mal, depois de muitos avisos (formais e informais) a quem de direito,
porquê.
Representantes do Estado da República da Guiné-Bissau
permitiram que isto acontecesse, o Mal Triunfou e continua, perante “santos” e
pecadores, vestidos a rigor ou à paisana, disfarçados, mas que nada fizeram
pelo Povo e para o Povo, que nos sossegasse, visto que este grande Mal
prejudicou, o quanto pode, a tudo e todos (a devastação da floresta). Mesmo aos
que neste momento trazem os bolsos e as suas contas bancárias “prenhas” de
dinheiro fácil, roubado a partir de abusos cometidos contra um património
Guineense, as florestas no território nacional da Guiné-Bissau, sabem que no
futuro próximo vamos assistir ao imprevisível, por falta de coordenação,
análise florestal e avaliação da biodiversidade consequente desta devastação
selvagem.
Penso que sem chorarmos pelo “leite derramado”,
agora, neste preciso momento, as autoridades/Governo, devem travar todas as
manobras de bastidores em negócios comerciais, industriais e outros,
oportunistas que pretendem ganhos secundários tirados desta desgraça, que estão
e estarão no terreno, para comprar a madeira dos pobres a preços baixos, sem
noção do valor comercial da madeira exótica (pau-sangue e Byssylôm).
Referimo-nos às transações inerentes ou associadas ao corte de árvores, ao
armazenamento e à exportação de madeiras que o Estado deve travar neste momento
e tomar conta desta situação, averiguar dentro da lei, fazer justiça ao facto,
assumir uma decisão justa, para todo o produto e transformação a partir da
madeira nacional, alargado ao abate de árvores num período de três anos ou
mais, i. é, para permitir reter no País tudo que for MADEIRA, proveniente do
abate selvagem a que assistimos! Posteriormente em Sede própria, o Tribunal
passar a pente fino tudo e dar o exemplo, como num Estado de Direito, se deve
cortar o Mal desta ou doutra natureza, pela raiz!
Volto a sublinhar que isto faz lembrar a época dos
NAVIOS NEGREIROS, ver hoje no País um número interminável de contentores com as
nossas madeiras “sepultadas” lá dentro, sem sabermos mais nada, apenas que se
trata de madeira, e não se sabendo os nomes dos proprietários, nem quem
“compra”, seu registo notarial de propriedade, qual o controle da Instituição
das Finanças efectuado no País. No entanto, as madeiras vão desaparecendo de
dia e durante a noite, sem o controlo reconhecido atempadamente pelas Instituições,
com toda a legitimidade sobre esta matéria no Território nacional, para
proteger o ambiente humano, físico e material com a dignidade merecida.
Pois tudo parece passar-se, no tempo dos
“Descobrimentos” em África, em que trocavam bebidas alcoólicas e outras
bugigangas pelo ouro, marfim, madeiras exóticas e o próprio País anexado, e por
fim o transporte de escravos!
Será o mesmo hoje na Guiné-Bissau, mas muito bem
disfarçado e pintado de cor-de-rosa, o que está a acontecer com “areia-pesada”,
abate de árvores centenárias e outros?!
Não, esse “sono” não regressa aos olhos dos novos “Sentinelas”, como diria o nosso Fernando Casimiro (Didinho). Estas Madeiras dos Pobres foram cortadas contra a vontade do “dono”, roubadas às populações, debaixo dos seus narizes impotentes. Restando-lhes apenas observar os camiões TIR, os seus capangas a levarem tudo que conseguiam arrancar da natureza Mãe!
Isto é grave Srs. Doutores Juízes do Tribunal da
República da Guiné-Bissau, pois ninguém duvida? A Madeira dos Pobres, roubada e
vendida, longe da Terra, aos ricos dos quatro cantos do mundo, que vão amealhar
bilhões, à custa deste desastre ecológico e com peso incerto nas nossas
populações, a recair sobre todos nós no futuro próximo! Pois há que agir já,
Srs. Do Estado de Direito, do Governo da República da Guiné-Bissau, força aí,
ninguém está acima da lei!
Acredito firmemente, com cinquenta e sete chuvas
passadas, que o “Poder”, ao contrário do que se pensa, não corrompe, por
natureza! Mas que estimula novas forças no plano mental e material da
constituição do individuo, sujeito a novas influências do meio ambiente
circundante. O que não quererá dizer que perante uma natureza perversa, neste
não possa haver excepção à regra.
Mas acredito que na maioria dos casos de líderes, os
nossos Governantes de então, por exemplo, irão tomar seriamente em conta, o
Juramento Público e Político assumido perante o Povo, olhos nos olhos, para
defenderem as honras do Povo mártir, que ainda nas mãos de alguns “espertinhos”
recentes, misturados com “ratazanas” mais velhas e conhecedoras de buracos
negros, que desgraçaram o Pais durante anos, sem nunca o Tribunal de Contas ter
feito “suar” a sua prata da Casa, “correndo descalços” atrás dos bandidos. É
por estas e por outras, que somos hoje, um dos Países mais “ricos” do mundo!
Não digo mais que será chover no molhado, basta.
Há que cortar este Mal pela raiz, não deixar passar impune esta situação deveras injusta, vivida durante meses. Ver o País exposto aos olhos do mundo, assistirmos a queixas de factos consumados no terreno, sem resposta atempada, o “Poder” sem dar um murro na mesa, fazer estremecer e parar com este insulto à dignidade das populações do meio rural. Alguns espancados e obrigados a recuar no que é seu de direito, diante de famílias, uma vergonha para as “instituições tradicionais” dos mais velhos nas Tabancas. Fecharam-se e calaram suas vozes de Régulos/Chefes da Tribo, nas suas hierarquias, por medo espalhado pelos “terroristas-modernos”, com motosserras e armas brancas para os mais resistentes, tudo com consequências materiais e físicas ou mesmo, a morte?
Não se pode fechar os olhos a isto e a muito mais,
que está em jogo na relação humana e no Estado de Direito. Sinto que já há
gente constituída em grupos de interesse comercial (djugudês), que se preparam
para comprar essas madeiras e para firmar negócios em terreno frágil neste
momento, em todo o País, tanta pressa para quê, não há mais negócios a fazer?
Pergunto.
Há que saber escolher os parceiros económicos para o
País, evitar os “tira-tudo” os que não deixam raízes ou sementes para germinar
em terreno fértil como o nosso, porque é preciso acabar com certas dependências
que só favorecem negócios obscuros, é preciso rever as leis para constituição
de empresas de exploração das nossas matérias-primas, como também, rever as
percentagens em benefício do Estado da República da Guiné-Bissau, urgente!
Deixo algumas perguntas no ar, por exemplo: Porque
pagamos mais do que o dobro, por uma viagem aérea Bissau/Lisboa (quase quatro
horas), quando uma deslocação Lisboa/Brasil, o preço é inferior/menos do que a
metade da primeira (Bissau/Lisboa), sendo que o tempo de voo é superior, mais
do que o dobro?
Mais, qual a razão dos voos serem efectuados só
durante a noite (é por romantismo…), com chegadas só na madrugada, quando
pagamos mais? Por que não exigir melhores condições e horários, exigidos a
todos os níveis ou mudar de companhia, caso venha a ser preciso. Isto como
forma de exigir também qualidade de serviço, igualdade de condições para todos
os utilizadores/pagadores desta empresa (TAP)?
O dinheiro, o betão armado, alguns objectos de luxo,
não valem mais do que a nossa dignidade, como Guineense! Há que impor regras da
boa convivência Democrática, igual para todos. Porque alguns “agilizadores” do
sistema perverso e corrupto existem de fora para dentro e vice-versa, pregam
fintas bem estudadas, mas, quem cai na primeira, normalmente, se repete a mesma
queda, e sobretudo para o mesmo lado, é porque quer e tira proveito dessa
“ferida” aparente. Por isso, o Mal deve ser sempre cortado pela raiz numa
Governação do Estado, assim, não renasce com tanta facilidade no futuro
próximo, e os mesmos crimes deixarão de beneficiar da impunidade de vez! Há que
criar condições para haver Justiça para todos e igual.
Estas árvores cortadas merecem uma Justiça, como
facto cultural, social, comercial e empresarial, punindo o infractor, como
única forma de devolver alguma transparência nisto, com dignidade e recompensa
aos legítimos donos, que viram as suas propriedades serem vandalizadas,
invadidas, destruídas, roubadas, e que ficaram afectados moralmente,
psicologicamente, e tudo isto publicamente, perante as suas populações
impotentes, sem defesa das autoridades legais (porque não valeu a pena
queixarem-se do mal).
Estamos perante mais do que cinco crimes cometidos, pelo infractor! Não sou Jurista, mas tenho olhos na cabeça e o bom senso para observar pelo menos algumas coisas, que um técnico nesta área saberia melhor do que eu, como fazer para cortar a direito!
Aqui ficam estas palavras que em nada globalizam
todo o Mal, porque é maior do que isto que aqui ficou escrito ou tem acontecido
no território nacional com as nossas florestas, só Deus sabe.
Um abraço Guineense para todos, pois o Planeta é o
mesmo…
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou
outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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