40 anos
as famílias guineenses dependentes das divisas vindas da diáspora,
40 anos jovens dependendo de bolsa para o estrangeiro para ter uma
formação de qualidade, 40 anos dependendo da emigração para poder
ter uma casa decente, 40 Anos dependente de ajuda externa, 40 anos
dependente da vontade dos militares, 40 anos dependente de política
de políticos analfabetos, 40 anos dependente de produtos alimentares
exportados, 40 anos dependente do sistema de saúde estrangeiros para
poder garantir a saúde dos nossos governantes, 40 anos dependentes
de etc.
É esta a Guiné-Bissau que o desenvolvimento parece uma miragem.
É por não virar a cara a luta pelo desenvolvimento da nossa pátria que venho solicitar que reflitamos da Guiné-Bissau de ontem, que já foi considerado como um país com futuro, de homens corajosos e inteligentes, hoje esse mesmo país é considerado por muitos como sendo um estado falhado, onde é evidente políticos com discursos enfeitados de paz e estabilidade que iludem a maioria, enquanto assistimos a falsa justiça que atinge a minoria dos criminosos.
Estas comparações deixam o coração daqueles que amam este país com lagrimas e revoltados, mas é exatamente em nome dos que amam esta nação que eu falo. É por inúmeros intelectuais, religiosos e jovens que tem vindo a tomar consciência dos problemas críticos que enfrentamos na Guiné-Bissau, como as políticas desastrosas, má gestão dos recursos naturais, desrespeito pela vida humana, as dificuldades de grande número das populações, o abismo entre ricos e pobres…
Mas o problema é que há por aí muitos guineenses em terras dos colonizadores e outros na Guiné-Bissau, com contributos valiosos para dar, mas que deixam a responsabilidade de agir no terreno a uns quantos oportunistas, corruptos, indivíduos que vem a política como uma forma de enriquecer rapidamente mesmo que isso tenha que resultar em 40 anos de atraso. Mas que, no entanto isto diz respeito a todos nós, somos todos responsáveis pelo fraco desenvolvimento. E como dizia alguém no facebook “um povo que elege corruptos, não é inocente, é cúmplice”.
A democracia também é isso, todos nós devemos agir, cada um ao seu nível, mas devemos agir, cooperemos uns com os outros, discutamos os problemas de forma séria e não em altura de bebedeiras ou em momento de exibição. Como dizia Martin Luther king “ o que me preocupa não é o grito dos corruptos, dos violentos, dos desonestos, dos sem caráter, dos sem ética… o que me preocupa é o silencio dos bons.”
Vamos procurar opinar nos fóruns próprios, incitemos os responsáveis a agir de maneira positiva, critiquemos firmemente as políticas desastrosas, mas principalmente discutamos.
Em todas as sociedades surgem pontos de vista contraditórios, mas isso é uma vantagem, quanto mais encontramos opiniões diferentes mais temos a ocasião de compreender os outros e de nos melhorarmos.
O sonho de
Amílcar Cabral só será real quando aprendermos a escolher
políticos que defendam os interesses nacionais, quando aprendermos
criticar e exigir o cumprimento das responsabilidades políticas,
quando empreendermos a verdade e vergonha de ficar em silencio sem
fazer nada, quando soubermos interpretar a celebre frase de Amílcar
(para nascer a nação as etnias tem que acabar…)
A finalidade desta curtas linhas continua a ser a de “Criar Consciência e Critica” para uma Guiné-Bissau melhor, de forma ligeira e breve, mas de forma séria sincera sem partidarismo político e religioso, pois a Guiné-Bissau de hoje continua a exigir as reflexões de ontem mas com maior exigência e urgência. Por isso peço que compreendam isto como a voz da “Consciência e Critica” de quem analisa o passado e opina sobre o futuro.
A transversidade, a dimensão deste tema e a disponibilidade do meu tempo livre impedem uma abordagem detalhada, mas de qualquer das formas espero não ter defraudado a expectativa dos que já me conhecem.
Aqui também desafio a todos guineenses e amigos da Guiné-Bissau a perderem alguns minutos da sua vida para contribuírem dando a sua opinião sobre:
Que analise critica faz destes 40 anos de independência?
Qual o momento mais alto e mais baixo que vivemos nestes 40 anos?
Que modelo desenvolvimento entende que pode ser adequado para a Guiné-Bissau?
Qual a solução para melhorarmos o sistema de saúde e a educação na Guiné-Bissau?
Como resolver o problema da falta de luz elétrica?
Como empregar jovens guineenses?
E também
deixo todos á vontade para contrariarem o meu ponto de vista.
Aos jovens, apelo que intervenham e interajam nas políticas publicas, deem a sua opinião e promovam inovações sociais. E lembrem-se que os indivíduos que querem o mal para a Guiné-Bissau, só nos apoiam em fazer festas, desfiles, misses. Eles não estão interessado em apoiar debates de reflexão sobre estes anos de fraco desenvolvimento, por isso temos que ser nós a criamos estes debates, em casa, na escola, no trabalho, nas nossas organizações, nas redes sociais, em fim, em todos os cantinhos onde aja um ambiente para um contraditório sério e responsável.
Temos que criar movimentos de ruptura que acabem com esta crise de representação que atravessamos, ganhar o nosso espaço e não passarmos a mendigar oportunidades aos mais velhos ou utilizando a influencia dos nossos pais. São ascensões que nos obrigam a adaptar ao sistema que esta á muito tempo montado que não valoriza a capacidade e muito menos a formação.
Eu, tu, nós, podemos mudar a Guiné-Bissau com “Consciência e Critica”.
Antes de terminar sugiro para ouvirem no youtube ou noutro sitio qualquer a musica de valete com o titulo “O Mundo muda a cada gesto teu”, pode até não ser o seu estilo musical preferido, apenas quero que apreciem a letra e onde ele diz “o mundo” tenta substituir para “a Guiné-Bissau”.
Num dia hei – de termos uma independência verdadeira,
Viva á
esperança, viva aos ideais de Amílcar Cabral!
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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