Na visão da
Comunidade Internacional, considera-se que um País tem boas práticas
governativas quando promove e respeita os Direitos Humanos, a Liberdade de
Imprensa, a Alternância Política, as Políticas Económicas ajustadas à
realidade, a desburocratização e despartidarização do aparelho de Estado, o
combate a Corrupção, etc..
No contexto africano, citam-se, como exemplos de boas
práticas políticas, Países como o Botswana, África do Sul, Gana, Cabo Verde,
Benin, Togo. Ao contrário, considera-se que têm más práticas (ou má governação)
os Países que não respeitam os Direitos Humanos, a Liberdade de Imprensa, a
alternância política, as políticas económicas ajustadas á realidade do País,
desburocratização e despartidarização do aparelho de Estado, combate à
corrupção, etc..
É o caso da Guiné-Bissau, sistematicamente citado, nas
Estatísticas internacionais, como exemplo de má governação, ocupando,
invariavelmente, os últimos lugares do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH),
publicado pelas Nações Unidas.
É evidente que tal situação tem consequências
gravíssimas para o País, nomeadamente, no bloqueio ao seu Desenvolvimento, pela
falta de credibilidade internacional, sendo, aliás, a causa principal das
crises institucionais que, de tempos a tempos, afectam o País e alarmam o
Mundo.
A convicção da Comunidade Internacional (e do Povo
Guineense, em geral) é que a normalidade institucional só será possível, não
com a realização cíclica de eleições fraudulentas, como se fosse um ritual
imposto, que só servem para legitimar a corrupção, mas com a adopção de uma
nova Política, assente nos valores da boa governação, de acordo com os
parâmetros referidos.
Para
deixar de ser um Estado falhado, depende dos
Guineenses provar o contrário, com uma governação
de gente capaz, politicamente sensata e equilibrada, como parece estar a
acontecer com o Governo de Transição, actualmente em funções, por iniciativa do
Comando Militar.
- A má governação e o poder de um só partido
Nas Estatísticas Internacionais, a Guiné-Bissau é,
muitas vezes, citada como País de má governação.
Isso tem uma causa óbvia: só se governa para um lado
só. Para a satisfação de interesses do reduzido grupo social em que se tem
apoiado o Partido, que exerce o Poder, praticamente sozinho, desde a
Independência, por falta de alternância democrática: o PAIGC.
A técnica mais conhecida é a brutalidade assassina dos
seus métodos de conquista e conservação do Poder.
Foi, assim, antes da Independência. Assim continuou,
após a Independência: primeiro, com o Presidente Luís Cabral, período
caracterizado pela dominação da minoria Cabo-Verdiana; depois, com Nino Vieira,
após o Golpe de Estado de 1980.
Esse método violento atingiu o auge com o massacre
étnico, vulgarmente designado “Caso 17 de Outubro de 1985”, a mando
do General Nino Vieira, com o qual visou a liquidação de altas Patentes
Militares, como o Coronel Paulo Correia (1º Vice-Presidente do Conselho de
Estado, equivalente de Vice-Presidente da República, sendo, então,
simultaneamente, Ministro da Justiça e do Poder Loca), entre outros, além de
destacadas Personalidades da Sociedade Civil, como o Dr. Viriato Pã.
A motivação foi sempre a mesma: eliminação de figuras
de prestígio social ou político, seja pela sua popularidade, seja pelas suas
qualidades intelectuais, seja pelo simples medo de perder o poder e todas as
mordomias a que permite aceder. Ler mais aqui»»
Dr. Wilkinne
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