domingo, 22 de junho de 2014

Que mudança...?


“É chegada a hora de todos assumirmos que o primeiro compromisso de todos os guineenses deve ser para com a Guiné-Bissau e que cabe ao povo guineense a acção da MUDANÇA!”

Por, Fernando Casimiro (Didinho)

A ansiedade por mudanças, naturalmente sustentadas pelas expectativas criadas com a reposição da ordem constitucional na Guiné-Bissau, não deve, nem pode, hipotecar a essência da mudança, da GRANDE MUDANÇA em si, sob pena de, voluntária ou involuntariamente, se deitar tudo a perder.

O momento continua a ser delicado perante fragilidades e carências evidentes a vários níveis, que requerem visões e acções inteligentes (suportadas pela sapiência, com ponderação, coerência e tolerância) pese embora o regresso à ordem constitucional, por isso, devemos todos, tudo fazer, para a promoção de um verdadeiro clima de estabilidade, no actual contexto político com base no suporte constitucional da organização do poder político do Estado, que se deseja, capaz de garantir a consolidação da Paz, política e social, na Guiné-Bissau!

É chegada a hora de todos assumirmos que o primeiro compromisso de todos os guineenses deve ser para com a Guiné-Bissau e que cabe ao povo guineense a acção da MUDANÇA!

Aconselha-se o diálogo permanente, com base na transparência e no respeito pelas liberdades e pelos direitos fundamentais, visando a restauração de um clima de confiança entre os guineenses, de uma forma geral, e entre os diversos actores políticos e militares em particular.

Compromissos que não pressupõem, necessariamente, a busca de consensos a qualquer preço e, para lá do estabelecido na Constituição da República (a transição política chegou ao fim) tendo em conta a organização do poder político do Estado, assente nos princípios da interdependência e da separação de poderes dos órgãos de soberania!

Não se deve porém, forçar/impôr, no imediato, uma ruptura estrutural, por decretos de exonerações e de novas nomeações, numa Instituição como as Forças Armadas de um país (facto que poderia ter interpretações equivocadas, entre elas, como sendo um gesto de vingança) apenas porque o país regressou à normalidade constitucional; apenas porque se impõe a Reforma das Forças de Defesa e Segurança do país, sem ter em conta as consequências e os impactos adversos que essas medidas podem ter no presente, um presente que inviabiliza qualquer futuro.

As novas autoridades legitimadas pelo povo guineense não devem descurar, sobretudo, a necessidade do diálogo, do debate institucional e público, entre os guineenses.

Devem evitar imediatismos de posicionamentos como reflexo de imposições e pressões externas, de quem nada fez para ajudar a ultrapassar a crise despoletada pelo golpe de Estado de 12 de Abril de 2012; imposições e pressões externas que podem comprometer a Missão, a Visão e os Objectivos da complexa e, sem dúvida, necessária Reforma das Forças de Defesa e Segurança, bem como, pôr em causa os ganhos até aqui conseguidos, tendo em conta a estabilidade e a harmonização da sociedade política guineense.

Vamos com calma, o bom senso a isso recomenda!


Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

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