
Discursando na cerimónia, a ministra sublinhou que
não se consolida um estado de direito sem defender os Direitos Humanos.
“Apesar do país voltar à normalidade constitucional,
o respeito aos Direitos Humanos está muito aquém do desejado”, advertiu a
ministra.
Carmelita Pires considera que a Guiné-Bissau dispõe
de normas essenciais que o permite avançar nessa matéria.
“Na perspectiva de desenvolvimento do país entra como
eixo principal da governação a questão da consolidação de um Estado de Direito onde
a justiça é um dos pilares também para o desenvolvimento do país”, disse.
Por sua vez, o presidente Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) apontou o contexto político e económico, dos últimos anos, como
sendo um dos principais obstáculos para a realização e o exercício pleno dos
direitos fundamentais dos cidadãos.
Segundo Luís Vaz Martins, registam-se em todo o país
casos de violações dos Direitos Humanos que nunca tiveram e continuam a não ter
respostas adequadas e eficazes por parte das autoridades competentes.
“ Isto é a impunidade generalizada, o limitado
acesso à justiça e aos serviços sociais básicos, os abusos e as explorações de
crianças e a descriminação com base no género que se associam a ausência de
informações credíveis sobre a situação dos direitos humanos ”, relatou aquele
militante dos direitos humanos.
Pela explicação do presidente da LGDH, o projecto
Observatório dos Direitos Humanos é uma alternativa que reforça o sistema
nacional de proteção dos direitos humanos através de monitorização regular da
situação no terreno, na produção de informações e de indicadores sólidos e
credíveis com vista a adoção de programas de defesa dos direitos humanos
realistas e consistentes.
O projeto tem a duração de 36 meses e pretende
contribuir para “desenvolver uma cultura de respeito pelos direitos humanos no
país com base numa iniciativa cidadã de advocacia e monitorização” da vida
pública, refere a LGDH.
Entre outras atividades, está previsto que o
observatório venha a atribuir um prémio anual de jornalismo na vertente dos
direitos humanos.
O financiamento do Observatório é assegurado através
do Instrumento Europeu para a Democracia e os Direitos Humanos com cerca de 300
mil euros e pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua num montante de
45 mil euros.
A execução está confiada à Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), em parceria com a organização não-governamental (ONG)
portuguesa Associação para a Cooperação entre os Povos (ACEP) e com o Centro de
Estudos sobre África, Ásia e América Latina (CEsA) da Universidade de Lisboa.
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