
Na verdade, Dr. Dja tem adoptado, até aqui, uma
postura discreta e na prática não tem feito o papel do comunicador das ações
governamentais para o público. Em consequência desse silêncio ou vazio, cada
membro do executivo tenta ser chefe de orquestra no seu próprio pelouro. Cada
qual é responsável e porta-voz do seu departamento. Incrível! E em jeito de
tentar controlar a situação, o chefe do governo multiplica pronunciamentos em
pronunciamentos.
Esse estilo de comunicação além de favorecer
tentações de protagonismo de dirigentes no espaço público, acaba por semear
confusão na cabeça do cidadão que em vez de ser bem informado é “bombordeado”
com discursos vazios e populistas.
Importa lembrar que a comunicação é uma ciência com
procedimentos e técnicas que quando não são corretamente aplicados podem ter
impacto muito negativo no funcionamento de uma organização. O governo enquanto
gestor por excelência da política de Estado, deve definir a sua estratégia de
comunicação conhecida pela opinião pública.
Lamentavelmente, o que temos assistido até agora é
uma completa anarquia comunicacional. Com a exceção das reuniões do Conselho de
Ministros que são sancionados com comunicados; o resto é uma autêntica
desordem. Ora é o ministro do Interior a falar em nome do governo e do
Presidente da República, ora é a ministra da Defesa que aparece na imprensa a
falar de assuntos que normalmente deviam ser comunicados pelo porta-voz do
governo.
Para um país que está a procura do rumo, este estilo
de comunicação é contraproducente. O governo deve rapidamente mudar a forma de
comunicar para com o público através de uma estratégia comunicacional que
favoreça a figura de um porta-voz. Isto não impedirá que cada ministro se
pronuncie sobre assuntos específicos ao seu pelouro. As ações com maior
relevância sobre a governação em geral, devem ser anunciadas pelo Chefe do
executivo ou pelo porta-voz do governo.
É a hora de o Primeiro-Ministro ter a coragem de
definir claramente a tarefa de cada membro da sua equipa e parar com o atual
jogo de protagonismos que a uma certa medida deixa transparecer doce de
populismo, o típico do Guineense. O nosso país já não precisa de dirigentes
populistas. Este país precisa, sim, de homens e mulheres competentes abertos ao
diálogo, firmes e justos na implementação das políticas públicas rumo ao
progresso e ao bem-estar coletivo.
//Odemocrata
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.