Um estudo apresentado hoje pelo governo
guineense visando a promoção de reformas no sector justiça revela que, a
corrupção e a impunidade minam a credibilidade do setor da justiça da
Guiné-Bissau, que tem ainda um quadro normativo “obsoleto”.
O executivo mandou efectuar um
diagnóstico sobre a situação da justiça no país cujos resultados começou hoje a
discutir, num processo que termina sexta-feira, com vários intervenientes no sector, visando a execução de medidas de reforma.
O estudo demonstra que o aparelho
judicial guineense é minado por corrupção, falta de independência, impunidade,
ineficiência, recursos humanos insuficientemente capacitados, infraestruturas e
equipamentos inexistentes ou degradados, dificuldade do cidadão em aceder à
justiça, quadro legal obsoleto e um tratamento desigual.
A ministra da Justiça, Carmelita Pires,
que presidiu à abertura do seminário, afirmou que o país “tem que assumir” os
resultados apresentados pelo estudo e propor soluções.
Para Carmelita Pires, “já não há mais
espaço nem palavras para escamotear” a realidade do setor da Justiça do país
pelo que a hora deve ser de reforma, a partir de “um amplo consenso” nacional.
A ministra considera que a reforma
preconizada deve ser encarada como um desafio lançado aos operadores judiciários
e aos servidores do Estado no seu todo, tendo como finalidade a criação de “uma
nova Justiça e um novo sistema judiciário”.
O desafio é instituir um sistema
independente, transparente, eficaz, com recursos humanos e materiais adequados,
assente num novo quadro legal e acessível ao cidadão, independentemente da sua
condição ou localização geográfica, afirmou Carmelita Pires.
No seminário, cofinanciado pelo Governo
e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), também vai ser
debatido o quadro normativo da justiça militar no aparelho judiciário
guineense.
//Lusa
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