O ARTIGO ORIGINAL
As Crianças são as flores da nossa luta |
Se
a Guiné-Bissau fosse um país normal, estaria nesta altura a
decorrer normalmente em Cacheu o VIII Congresso do PAIGC, cuja
liderança é disputada por Aristides Ocante da Silva, Braima Camará,
Carlos Gomes Júnior, Domingos Simões Pereira, José Mário Vaz e
Vladimir Deuna.
No
entanto, como a Guiné-Bissau não é de forma alguma um país
normal, não estamos a receber boas notícias do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), criado oficialmente a
19 de Setembro de 1956, por pessoas como Amílcar e Luís Cabral, Aristides
Pereira e Fernando Fortes.
Se a Guiné-Bissau fosse um país normal, com quase 40 anos de vida, estaria agora a ser governada pelo PAIGC e a ser presidida provavelmente pelo que é ainda o líder desse partido, Carlos Gomes Júnior, que neste último ano tem vivido exilado, porque um golpe de Estado deixou as eleições presidenciais a meio.
Enquanto
Angola está a ser governada pelo MPLA, oficialmente formado alguns
meses depois do PAIGC, a Guiné-Bissau encontra-se nas mãos de um
conglomerado de militares e de traficantes que de forma alguma sabem
ou querem saber o que seja a legalidade democrática.
“O
Estado da Guiné-Bissau não conhece o seu lugar; é desorganizado e
incompetente”, reconheceu recentemente um dos candidatos à
liderança do PAIGC, José Mário Vaz, que já foi ministro das
Finanças e depois do golpe do ano passado viajou para Portugal, como
outros dos seus compatriotas.
O Estado guineense é desorganizado e incompetente porque nasceu torto, nunca tendo uma série de combatentes pela independência aceite a liderança de Amílcar Cabral, que acabaria por ser assassinado, devido ao ódio de certos negros aos cabo-verdianos. Amílcar e Luís Cabral nunca conseguiram consolidar o sonho de uma Guiné e um Cabo Verde a caminharem juntos para a independência e o desenvolvimento.
O Estado guineense é desorganizado e incompetente porque nasceu torto, nunca tendo uma série de combatentes pela independência aceite a liderança de Amílcar Cabral, que acabaria por ser assassinado, devido ao ódio de certos negros aos cabo-verdianos. Amílcar e Luís Cabral nunca conseguiram consolidar o sonho de uma Guiné e um Cabo Verde a caminharem juntos para a independência e o desenvolvimento.
Essa
foi apenas uma miragem dos dois irmãos e de poucas mais pessoas. No
dia 14 de Novembro de 1980 João Bernardo Vieira, “Nino”, afastou
Luís Cabral da Presidência da Guiné-Bissau e deu o pontapé de
saída para a completa ruptura entre os dois ramos do PAIGC, que de
modo algum poderia continuar a ser o partido essencial de dois
territórios tão diferentes como o são
a Guiné e Cabo Verde.
Se
o dito PAIGC desejasse agora ser verdadeiramente coerente com o que
sempre tem sido a prática de muitos dos seus militantes, eliminaria
de vez o nome de Cabo Verde da sua Designação e passaria pura e
simplesmente a ser o Partido Africano da Independência da
Guiné-Bissau (PAIGB). Tal como Aristides Pereira e Pedro Pires
souberam tão bem, depois do golpe de “Nino”, criar o Partido
Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Carlos Gomes Júnior
e os demais candidatos à liderança de um partido de nome errado
deveriam ter a coragem de
encetar agora um tempo inteiramente novo, muito mais promissor.
Uma
vez que nem o dito PAIGC nem o Partido da Renovação Social (PRS)
têm credibilidade suficiente para gerir a Guiné-Bissau, depois de
tudo aquilo a que se tem assistido nos últimos anos, talvez um PAIGB
significasse como que um começar de novo, um recomeço.
O
povo da Guiné-Bissau necessita de passos arrojados; e de políticos
que saibam colocar os militares no seu devido lugar, de servidores da
República; para que não estejam permanentemente a interferir na
vida do próprio país. Já se perdeu demasiado tempo para que
continuemos a assistir a mais do mesmo. Esta é uma mensagem de
esperança, para que os guineenses se libertem definitivamente de
pessoas como Bubo Na Tchuto, António Indjai, Papá Camará
ou, até mesmo, Kumba Ialá.
*Jorge Heitor, que na adolescência tirou um Curso de Estudos Ultramarinos, trabalhou durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO, tendo passado alguns períodos da sua vida em Moçambique, na Guiné-Bissau e em Angola. Também fez reportagens em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, na África do Sul, na Zâmbia, na Nigéria e em Marrocos. Actualmente é colaborador da revista comboniana Além-Mar e da revista moçambicana Prestígio.
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A
NOSSA
RESPOSTA-CRÍTICA
Liderança
do PAIGC
(Impasse
no Congresso)
No seu artigo,
acima transcrito, publicado no website Lusomonitor,
em 10.05.2013, o Jornalista Jorge Heitor escreve o seguinte:
“
Se a Guiné-Bissau fosse um país
normal, estaria nesta altura a decorrer normalmente em Cacheu o VIII
Congresso do PAIGC, cuja liderança é disputada por Aristides Ocante
da Silva, Braima Camará, Carlos Gomes Júnior, Domingos Simões
Pereira, José Mário Vaz e Vladimir Deuna.”
À
parte a ligeireza da afirmação assim produzida, não podemos deixar
de lamentar a linearidade de pensamento do autor,
que se apresenta, a si mesmo, como alguém, que, “na
adolescência, tirou um Curso de Estudos Ultramarinos e trabalhou
durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO”,
Lendo
a peça, e os seus alvitres, apenas encontramos motivos para lamentar
a pobreza das afirmações e proposições feitas.
Por
tal motivo, não nos podemos conformar, no uso do direito legítimo à
liberdade de opinião e ao contraditório, contrapor o nosso ponto de
vista, pois que, enquanto Guineenses, também nos sentimos visados.
Quem não sente, não é filho de boa gente!...
Aparentemente,
o sr. jornalista revela desconhecer a realidade político-social da
Guiné-Bissau, que, naturalmente, se reflecte na disparidade de
propostas de soluções pelas quais se devem bater aqueles candidatos
à liderança do PAIGC. Isso não é uma questão menor!
Boas
Notícias do PAIGC?
Mais
adiante, escreve o sr. Jornalista:
“No
entanto, como a Guiné-Bissau não é de forma alguma um país
normal, não estamos a receber boas notícias do Partido Africano da
Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)”….
O
PAIGC foi, e continua a ser, um Partido determinante, na cena
política da Guiné-Bissau:
desde
a Luta de Libertação Nacional, e, mesmo, no período
pós-independência, até à actualidade.
Pode-se,
resumidamente, dizer que a Guiné-Bissau, dos últimos 40 anos, foi
talhada à imagem e semelhança do PAIGC e dos Pais Fundadores
(Amílcar Cabral e Luís Cabral), bem assim dos seus continuadores
históricos (Nino Vieira e Carlos Gomes Júnior).
A
fragilidade da Guiné-Bissau, como Estado independente, é a imagem
de marca da fragilidade congénita do seu processo de nascimento e
incubação, essencialmente, assente na mistificação de factos e de
práticas políticas, bem como no proteccionismo de interesses de
pequeno grupo, que nada têm a ver com o interesse nacional.
Assim
foi, durante o processo de constituição do PAIGC, como Partido
Político. Assim foi, durante a condução da Luta de Libertação
Nacional, sob a liderança de Amílcar Cabral, o grande ideólogo do
Partido e seu fundador.
Assim
foi, também, depois da Independência
de iure (que se inicia com a retirada oficial da Administração
Colonial, ocorrida em 10.08.1974).
Assim
foi, também, após o Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, que
colocou Nino Vieira no Poder.
Pelas
pinceladas secas, que lançou, a propósito dos candidatos à
liderança do PAIGC, fazendo referência aos Fundadores do Partido, o
sr. jornalista parece não se importar em pôr os seus créditos em
mãos alheias, sem olhar em quem.
O
PAIGC e os seus Militantes sabem, melhor do que ninguém, que os
males de que padece o País têm a sua causa directa, nas práticas
protagonizadas, no seio do Partido, desde a fundação
Será
por acaso que ainda não foi escrita a História Oficial da
Guiné-Bissau? Medo da verdade? Ou da falsidade incorporada, ao longo
de décadas?
Por
isso, é importante para o Povo da Guiné-Bissau que os Militantes e
os Candidatos à Liderança do PAIGC tenham a coragem de fazer um
debate sério a fim de apresentarem ao País propostas credíveis de
solução para os diversos problemas com que se debate. Acima de
tudo, seriedade e competência! Nada mais que isso!
Por
isso, sem hesitação, sentimos o dever de lançar uma palavra de
saudação e reconhecimento, ao grande Povo de Angola, que, depois de
décadas de Guerra Civil, encontrou, graças à uma liderança
inspiradora, o seu caminho, no contexto do Continente Africano, e do
Mundo, concebendo e desenvolvendo um Projecto Político de Inclusão,
tendencialmente abrangente para todo o Povo Angolano. Não é
possível maior triunfo em tão pouco tempo!
Ao
contrário de Angola, a prática política, que se tornou moda, na
Guiné-Bissau, é a perseguição (muitas vezes, a pedido do
Estrangeiro) dos obreiros da Independência Nacional,
sistematicamente referenciados como alvo a bater, como estropício
para a governação, sujeitos à humilhação, em todos os Governos
protagonizados pelo PAIGC. Como se pode?
O
mesmo faz o sr. Jornalista Jorge Heitor, no seu artigo, contra as
Forças Armadas da Guiné-Bissau.
Será
possível convencê-lo que, sem essa frente de luta, é que,
realmente, a Guiné-Bissau deixaria de ser um País normal, ao
contrário do que agora afirma?
E, no
entanto, são esses mesmos que, há décadas, continuam a postar-se
como os mais lídimos defensores da Liberdade da Pátria e do seu
Povo.
Um
Estado, sem Forças Armadas, não é um Estado! Não é essa a
Cruzada pessoal do representante das Nações Unidas, na
Guiné-Bissau?
Extintas
as Forças Armadas, sujeitas actualmente à uma forte pressão
psicológica, a pretexto da reforma compulsiva dos Militares,
lá viriam os milhões de dólares, que agora se nega ao
País, precisamente no período mais pacífico e inclusivo da
sua História recente.
É
possível suportar tamanha falta de carácter? Tamanha falsidade?
É
claro que não é esse tipo de Política que o Povo da Guiné espera
dos seus Políticos, neste caso dos candidatos à liderança do
PAIGC.
Mas é
possível ser-se político sem um pensamento coerente sobre o bem
comum do Povo Guineense?
O
debate, que se espera dos candidatos à liderança do PAIGC, deve ser
sério e profundo, a pensar no momento delicado que o nosso País
está a atravessar, vítima de conspirações diversas (internas e
externas), com uma intenção claramente provocatória, orientada
para a transformação da Guiné-Bissau, e da sub-região, no campo
de batalha estratégica, de grande calibre, em nome de interesses que
nada têm a ver com os da Nação Guineense e do seu Povo.
Referência
Jocosa à Guiné-Bissau
É por
isso que não podemos admitir a referência jocosa à Guiné-Bissau
que o sr. jornalista se permite fazer, de forma intencional e
reiteradamente ofensiva.
Na
verdade, se fosse um Jornalista normal, com o currículo, pelo qual
se auto-apresenta, deveria ter vergonha de se referir à
Guiné-Bissau, no tom abjecto, em que o faz, sem respeito pela
deontologia da sua profissão e pelo grandioso Povo da Guiné-Bissau:
Grandioso
na sua nobreza, enquanto Povo; grandioso, na sua postura nacional, em
que privilegia a solidariedade e a paz social; apesar de todas as
Forças Malévolas da desunião (vindas do exterior e ecoadas, no
interior, por alguns oportunistas, numa óptica de dividir para
reinar); apesar da diversidade cultural, que (não nos cansamos de
repetir) é a maior riqueza do nosso Povo.
É
legítimo perguntar: onde estava ele, no momento em que decidiu
escrever a sua diatribe?
Nalguma
esplanada de Maputo ou de Joanesburgo? Porque, na Guiné-Bissau, não
foi com certeza!
Apesar
do respeito, que devemos à pessoa do jornalista, não podemos
acompanhá-lo, no seu desvario intelectual, só porque é moda
falar-se mal da Guiné-Bissau. Quanto se ganha por falar assim?
Estado
desorganizado e incompetente:
O
Debate Político Necessário
No 3º
parágrafo, o sr. Jornalista faz a seguinte observação:
“O
Estado Guineense é desorganizado e incompetente porque nasceu
torto, nunca tendo uma série de combatentes
pela independência aceite a liderança de Amílcar Cabral, que
acabaria assassinado ao ódio de certos negros aos cabo-verdianos.”
Diz, a
propósito, que “Amílcar e Luís Cabral nunca conseguiram
consolidar o sonho de uma Guiné e um Cabo Verde a caminharem juntos
para a independência e o desenvolvimento”.
Vale a
pena lembrar o seguinte episódio, bastante significativo para a
História da Guiné-Bissau e Cabo-Verde:
Em
Janeiro de 1978, o Presidente Sékou Touré, da Guiné-Conakry,
bem informado sobre o processo político da Guiné-Bissau, na sua
relação com Cabo-Verde, denunciou o tipo de unidade “de
cavalo e cavaleiro” que o PAIGC estava a praticar, na
Guiné-Bissau.
Foi,
sem dúvida, o mote para a alteração política que se operou, pouco
tempo depois, através do Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980,
que fez a ruptura definitiva com a governação bicéfala sob o mesmo
Partido e a mesma bandeira.
O
PAIGC é um Partido charneira, na Guiné-Bissau. O seu papel, na
História dos Países de Expressão Portuguesa, ultrapassa a sua
dimensão nacional. É preciso explicar?
Por
isso, os seus verdadeiros Militantes deveriam ser exigentes com a
qualidade de liderança, que se preparam para eleger, no 8º
CONGRESSO do PAIGC.
Porque
o debate, que os candidatos deveriam fazer, deve ser no sentido da
sua libertação ideológica, para virem de encontro ao riquíssimo
Povo, de imensa sabedorias, que é o Povo da Guiné-Bissau.
Este
pode não intervir na eleição partidária, mas sabe o que quer e o
que não quer.
Sabe
que não quer aquela liderança do PAIGC, feita de castelinhos de
poder, em benefício de um reduzido grupo de privilegiados, porque
essa foi sempre a sua estratégia de Poder, que (claro está) não
deu resultado.
Assim
foi, com Amílcar Cabral (o Pai Fundador), que se escudou na
liderança minoritária cabo-verdiana. Assim, também, com Luís
Cabral e Aristides Pereira, a pretexto da Unidade Guiné-Cabo Verde.
Assim,
também, com Nino Vieira, ao distanciar-se dos ideais da Luta da
Libertação Nacional e tornar-se, ele próprio, no seu inimigo, ao
construir (mal aconselhado), também ele, o seu próprio castelinho
de poder, rodeado dos seus conselheiros privativos, que o tornariam
órfão de quaisquer ideais de liberdade política, enredado na sua
ambição de poder pessoal.
É
tempo de esse filme ser retirado do cartaz e se desenvolver uma
política de nobreza de valores e de genuíno patriotismo. Não se
enriquece com uma tal política. Mas o Povo saberá reconhecer!
Povo saberá agradecer uma liderança conciliatória e inclusiva!
Não
ignoramos a existência de uma força conspiratória e divisionista,
feita de intimidação obsessiva, a pretexto do narcotráfico,
pretexto sinistro, manipulado com mestria por gente sem escrúpulos,
que apenas visa o seu interesse pessoal ou estratégico, em que se
escudam para impor a sua vontade ao Estado da Guiné-Bissau.
O
tempo presente deve ser de unidade, a todo o custo, a todos os
níveis.
Porque
todos os que pensam cavalgar o cavalo da vitória fácil, puxado pelo
interesse de enriquecimento pessoal, à custa do País que é a
Guiné-Bissau, seja quem for que lhes alimente as ilusões, não
estará talhado para assumir qualquer responsabilidade, nem termos de
liderança partidária, nem (pior ainda) política!
Os
oportunistas (sempre à espera de vitória fácil) têm uma história
curta. Não têm futuro, numa Guiné de respeito e dignidade.
Compreendemos
que, num País, como a Guiné-Bissau, de múltiplas diversidades, a
diversidade dos candidatos deve espelhar as diversidades de
sensibilidades sociais e interesses subjacentes.
Importante
é que todos os interesses se conciliem, face ao interesse geral do
nosso Povo, na adopção de uma política de paz, estabilidade e de
inclusão. Qualquer Guineense entende isso!
Governo
e Presidência do PAIGC
No 2º
parágrafo da sua dissertação, o articulista insiste - falando
ex-cathedra - na anormalidade do Estado da Guiné-Bissau, que
pretende justificar da seguinte forma:
“Se
a Guiné-Bissau fosse um país normal, com quase 40 anos de vida,
estaria agora a ser governada pelo PAIGC e a ser presidida
provavelmente pelo que é ainda o líder desse partido, Carlos Gomes
Júnior, que neste último ano tem vivido exilado…”
Mas
que autoridade tem o sr.jornalista para asseverar juízos de valor
sobre a dinâmica interna de um Partido ou de um País?
Nitidamente,
o articulista exorbita das suas competências, enquanto jornalista,
ao ingerir-se, despudoradamente, sobre a dinâmica interna de um
País, alvitrando sobre quem deve governar ou presidir os destinos do
País. Será isso liberdade de informação?
Ou
ter carteira
de jornalista é
receber carta
branca para insultar todo um Povo,
todo um País, de forma tão leve e banal?
Será
que entende que, desde há muitos anos, os últimos
14 (catorze) meses,
foram os de maior
estabilidade política e social na Guiné-Bissau,
tendo a cooperar, pacificamente, 35 Partidos de Oposição ao PAIGC?
Alguém
pode garantir idêntica estabilidade com a nova composição do
Governo, recentemente empossado, com a inclusão do PAIGC no seu
elenco, com todo o seu engenho na arte de manipular o aparelho do
Poder? Veremos!
Será
que consegue entender que a presença de uma Força Estrangeira, na
Guiné-Bissau, para defesa de um só homem, era um insulto grosseiro
a todo um País, além de toda a ingenuidade de que se revestiu e a
humilhação desnecessária?
Se
é por esse tipo de governação que o sr. jornalista propugna, só
teremos a lamentar a sua frustrante expectativa! Nenhum Guineense
deseja uma governação desse género, tutelada pelas próprias
Forças que a fariam cair, quando os seus interesses não fossem
salvaguardados.
Algum
País movimenta uma Força tão poderosa, como aquela que se
encontrava estacionada, na Guiné-Bissau, aquando do Golpe de Estado
de 12 de Abril de 2012, sem que tenha nisso interesse colateral?
Indubitavelmente,
o Golpe de Estado de 12 de Abril devolveu à Guiné-Bissau a sua
dignidade, apesar de todas as dificuldades que as sanções impostas
lhe vêm causando.
Guiné-Bissau
nas
Mãos
dos Militares?
No
entanto, afirma o sr. jornalista, fazendo comparação com a
governação do MPLA, em Angola, o seguinte: “…a Guiné-Bissau
encontra-se nas mãos de um conglomerado de Militares e de
traficantes que de forma alguma sabem ou querem saber o que seja a
legalidade democrática.”
O
mínimo que se pode dizer é que a afirmação não é mais do que
uma confissão de ignorância do papel das Forças Armadas, na
Guiné-Bissau, onde são o verdadeiro bastião da Liberdade e da
Democracia, visto serem constituídas por autênticos filhos do Povo.
Por
isso, volta a perguntar-se: Onde
estava o sr. jornalista quando decidiu escrever sobre a Guiné-Bissau?
Saberá
ele que as Forças Armadas da Guiné-Bissau nunca exerceram o Poder
Político, mesmo durante o Consulado pessoal de Nino Vieira, que
durou mais de 20 anos?
E
que as Forças Armadas sempre se limitaram a defender a integridade
territorial do Estado da Guiné-Bissau e a garantir a paz e
estabilidade politica e social, no seu verdadeiro sentido político?
E
que os Golpes que se deram tiveram apenas uma finalidade terapêutica
e nunca tiveram qualquer intenção reivindicativa ou de exercício
de poder? Porque se falta então à verdade?
E
o narcotráfico será uma exclusividade Guineense? Ou apenas é
referenciada como pretexto, para algo tão grave, como uma cruzada
para a debilitação das Forças Armadas, em nome de interesses
estratégicos de alguma grande Potência?
E
se foi a DEA americana quem instilou o negócio no País, como
pretexto para algo mais grave, como sucedeu com a detenção do
Almirante Bubo na Tchuto? É algo inverosímil? Certamente que não!
Acha-se
o sr. Jornalista legitimado a insinuar tal coisa, só por ouvir
dizer, sem confrontar a realidade?
A
Proposta de Nova Designação
Para
o PAIGC
Quase a terminar, propõe o articulista que
o PAIGC deverá decidir, de uma vez por todas, no progresso
Congresso, mudar de designação política: em vez de PAIGC
passar a chamar-se PAIGB.
Argumenta
com o facto de que Cabo Verde mudou a sua designação para PAICV.
Mas,
como ficou dito, o PAIGC é um Partido com História, que
influenciou, decisivamente, com a sua capacidade política e
estratégica, não só a luta pela Independência da Guiné-Bissau e
de Cabo-Verdade, como a Luta de Independência de Angola e de
Moçambique, assim como dos novos Países Lusófonos, onde não
aconteceu a Luta armada, como Cabo-Verde e São Tomé e Príncipe.
Um Partido, com tal História, só mostra a sua coerência,
mantendo a sua designação original. Nada a censurar.
(até próxima edição)
PARTICIPA COM A TUA OPINIÃO!
Conhecendo a realidade do País, você estará colaborando para a Paz e
Estabilidade Política e Social da Guiné-Bissau, pela Verdade e Justiça! Por
isso, leia o nosso próximo Tema, neste blogue, no dia 15.06.2013.
Colabore connosco. Dê a sua sugestão por uma Guiné Melhor, mais Digna e
Desenvolvida. Esse é o nosso objectivo! Nada mais!
Areolino Lopes da Cruz É já tempo de passarem de ideia a ação senhores intelectuais - abalado - Balantas, porque a situação do país é urgente, de tal forma que necessita, sem demora, de pessoas e organizações a altura da situação para ajudarem na resolução da situação do país que está extremamente marcada pela negativa, e o povo está exausto de conveniências pessoas. Estou na expectativa de ver lançado o vosso desafio.
ResponderEliminarAreolino Lopes da Cruz Se não é para voltar ao fado podemos contar com quê, senhores intelectuais? O que vocês tem feito para ultrapassarmos esta situação? Retórica??? "Bô ba lebissi bô cabeça bô dissa di merdia, bÔ!!!
ResponderEliminarntelectuais Balantas Na Diáspora Caro compatriota, Areolino Lopes da Cruz, ao avaliar o nosso progresso como indivíduos, tendemos a concentrar-nos nos factores externos como a nossa posição social, a influência e a popularidade, a riqueza e o nível de instrução. Como é evidente, são importantes para medir o nosso sucesso nas questões materiais, e é bem compreensível que muitas pessoas se esforcem principalmente por alcançar todos eles. Mas os factores internos podem ser ainda mais cruciais para determinar o nosso desenvolvimento como seres humanos. A honestidade, a sinceridade, a simplicidade, a humildade, a pura generosidade, a ausência de vaidade, a prontidão para servir os outros - qualidades que estão facilmente ao alcance de qualquer criatura -, formam a base da nossa vida espiritual. sejais sempre moderado na sua intervenção, evite ser agressiva...
ResponderEliminarAreolino Lopes da Cruz Primeiro você me chama de compatriota como assim? Você me conhece de algum lado? Sabes quem eu sou? Porque me chamas de compatriota? Qual é a sua pátria? Nhinté, Patche ou Bula? Mas sabes qual é o valor gramatical, político, social e cultural dessa expressão compatriota? Sem querer divertir com a situação, eu quero lhe dizer que a minha nacionalidade é xinesa, claro?! Por causa daqueles passaporte que são vendidos na "Fera de Bandim". O que vocês tem feito para a valorização da personalidade e do estatuto do homem guineense? A educação (não instrução) é um valor insubstimável e, quem a tem consegue estar no seu na terra, no sol ou no Marte. Sabes porque que o planeta terra tornou-se num lugar sinistro de viver? Por causa da evolução tecnologia que não tem em conta o valor da vida humana.
ResponderEliminarCarlos,os senhores intelectuas balantas tentem em defender os militares por causa daquele vosso acordo de Nhinte, mesmo sabendo que estao metidos em que tudo que é mau para o país, sobretudo trafico de drogas.
ResponderEliminarAplaudo e agradeço muito aos meus irmãos pela critica do dito jornalista. Eu lamento muito de um jornalista a ter esse tipo de analise hipócrita,divisionista e incendiada que tem enquadramento no seio de um povo humilde como o da Guiné-Bissau.
ResponderEliminarAgora pergunto:
O trafico de droga de Bubo, Antonio Injai e Papa Camara que impediu a normalização da Guiné-Bissau? Desde quando que eles começaram praticar essas actividades ilícitas? Posso dizer em 1975? O Sr. jornalista tem a resposta.
Olha, é preciso sermos coerentes connosco mesmo. Pois a solução de atraso da Guiné-Bissau nao é a falsidade,calunias e as mentiras. Quantas calunias, falsidades e mentiras passaram na neste Pais depois da luta de libertação? O que foi? só atraso e perda de vida dos nossos irmãos até hoje.
Por isso, digo mais uma vez a minha lamentação ao cientista jornalista pela sua cocha analise sobre as causas da doença da Guiné-Bissau.
E
Bitam Sana Simbolo da Humildade e respeito aos valores socias...
ResponderEliminarCompatriota Areolino Lopes da Cruz , seja mais construtivo, mais participativo na busca de soluções para a causa comum. Já agora, para quando um artigo de opinião da sua autoria sobre o actual momento da Guiné-Bissau?
ResponderEliminarEscreva algo e envie para publicação no nosso site e que também é seu, assim, todos nós teremos oportunidade de conhecer os seus dotes de analista/articulista e, de democraticamente, questionarmos os seus pontos de vista, se for o caso. Deve saber, certamente, que escrever artigos de fundo não é a mesma coisa que comentar artigos de opinião!
Caro Intelectual, estive quase a dar pulos na cadeira onde me encontro sentado mas, fiquei pelo quase. Isso porque cada vez que sentia o tal impulso em me levantar para dar vivas ao seu rebate, sentia algo que me fazia parar e que passo a explicar.
ResponderEliminarÉ que o sr Intelectual, não conseguiu se libertar da diferença entre um Guineenses a defender a honra da sua Guiné e um Balanta a defender os militares Balantas golpistas.
Só vou referir um pequeno “ se não”. O sr. Intelectual diz às páginas tantas que nunca o País conheceu “Paz e Estabilidade” como nestes últimos meses…!
Meu caro Intelectual, os espancamentos do Dr Silvestre Alves e Dr Iancuba Injay, o assassinato do cidadão cujo nome não me ocorre que era técnico de telecomunicações, os assassinatos dos jovens felupes, dos jovens em Bolama, para si não merecem considerações, repreensão ou pudor?
Não são gente? Não são humanos? A isso chama-se Paz? Quando é cerceada todas liberdades, nomeadamente a de manifestação, a de expressão etc., etc. estamos no el dourado da Paz?
Por isso lhe disse no princípio que não cheguei a dar pulos, porque por um lado quase senti um Guineenses a dar peito a balas em nome do seu País, mas logo esmoreci percebendo-me que afinal era um indomável Balanta a querer tapar o sol com a peneira em honra dos sequiosos militares Balantas golpistas e narcotraficantes que assaltaram o Palácio com bazucas e canhões.
É interessante, mas interessante mesmo, ver como é funesto ser balanta neste país. Basta ser balanta para não ter opinião pessoal, sob pena de se levantarem contra si as velhas e adormecidas fantasmas de preconceitos tribalistas. pois quando menos esperares, e por arte de um tribalista nato, incubado na estufa do complexo da superioridade minoritária, acostumado por educação, a dividir para governar, a sua é deturpada e remetido para as trevas da descriminação.
ResponderEliminarCaros Compatriotas, ao avaliar o nosso progresso como indivíduos, tendemos a concentrar-nos nos factores externos como a nossa posição social, a influência e a popularidade, a riqueza e o nível de instrução. Como é evidente, são importantes para medir o nosso sucesso nas questões materiais, e é bem compreensível que muitas pessoas se esforcem principalmente por alcançar todos eles. Mas os factores internos podem ser ainda mais cruciais para determinar o nosso desenvolvimento como seres humanos. A honestidade, a sinceridade, a simplicidade, a humildade, a pura generosidade, a ausência de vaidade, a prontidão para servir os outros - qualidades que estão facilmente ao alcance de qualquer criatura -, formam a base da nossa vida espiritual.
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