domingo, 9 de junho de 2013

FREHU-N-FLIF Nº 12: RESPOSTA-CRÍTICA AO ARTIGO DO JORNALISTA JORGE HEITOR PUBLICADO EM 10.05.2013 NO SITE LUSIMONITOR


O ARTIGO ORIGINAL

As Crianças são as flores da nossa luta
Se a Guiné-Bissau fosse um país normal, estaria nesta altura a decorrer normalmente em Cacheu o VIII Congresso do PAIGC, cuja liderança é disputada por Aristides Ocante da Silva, Braima Camará, Carlos Gomes Júnior, Domingos Simões Pereira, José Mário Vaz e Vladimir Deuna.

No entanto, como a Guiné-Bissau não é de forma alguma um país normal, não estamos a receber boas notícias do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), criado oficialmente a 19 de Setembro de 1956, por pessoas como Amílcar e Luís Cabral, Aristides Pereira e Fernando Fortes.

Se a Guiné-Bissau fosse um país normal, com quase 40 anos de vida, estaria agora a ser governada pelo PAIGC e a ser presidida provavelmente pelo que é ainda o líder desse partido, Carlos Gomes Júnior, que neste último ano tem vivido exilado, porque um golpe de Estado deixou as eleições presidenciais a meio.

Enquanto Angola está a ser governada pelo MPLA, oficialmente formado alguns meses depois do PAIGC, a Guiné-Bissau encontra-se nas mãos de um conglomerado de militares e de traficantes que de forma alguma sabem ou querem saber o que seja a legalidade democrática.

O Estado da Guiné-Bissau não conhece o seu lugar; é desorganizado e incompetente”, reconheceu recentemente um dos candidatos à liderança do PAIGC, José Mário Vaz, que já foi ministro das Finanças e depois do golpe do ano passado viajou para Portugal, como outros dos seus compatriotas.

O Estado guineense é desorganizado e incompetente porque nasceu torto, nunca tendo uma série de combatentes pela independência aceite a liderança de Amílcar Cabral, que acabaria por ser assassinado, devido ao ódio de certos negros aos cabo-verdianos. Amílcar e Luís Cabral nunca conseguiram consolidar o sonho de uma Guiné e um Cabo Verde a caminharem juntos para a independência e o desenvolvimento.

Essa foi apenas uma miragem dos dois irmãos e de poucas mais pessoas. No dia 14 de Novembro de 1980 João Bernardo Vieira, “Nino”, afastou Luís Cabral da Presidência da Guiné-Bissau e deu o pontapé de saída para a completa ruptura entre os dois ramos do PAIGC, que de modo algum poderia continuar a ser o partido essencial de dois territórios tão diferentes como o são a Guiné e Cabo Verde.
Se o dito PAIGC desejasse agora ser verdadeiramente coerente com o que sempre tem sido a prática de muitos dos seus militantes, eliminaria de vez o nome de Cabo Verde da sua Designação e passaria pura e simplesmente a ser o Partido Africano da Independência da Guiné-Bissau (PAIGB). Tal como Aristides Pereira e Pedro Pires souberam tão bem, depois do golpe de “Nino”, criar o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Carlos Gomes Júnior e os demais candidatos à liderança de um partido de nome errado deveriam ter a coragem de encetar agora um tempo inteiramente novo, muito mais promissor.

Uma vez que nem o dito PAIGC nem o Partido da Renovação Social (PRS) têm credibilidade suficiente para gerir a Guiné-Bissau, depois de tudo aquilo a que se tem assistido nos últimos anos, talvez um PAIGB significasse como que um começar de novo, um recomeço.

O povo da Guiné-Bissau necessita de passos arrojados; e de políticos que saibam colocar os militares no seu devido lugar, de servidores da República; para que não estejam permanentemente a interferir na vida do próprio país. Já se perdeu demasiado tempo para que continuemos a assistir a mais do mesmo. Esta é uma mensagem de esperança, para que os guineenses se libertem definitivamente de pessoas como Bubo Na Tchuto, António Indjai, Papá Camará ou, até mesmo, Kumba Ialá.

*Jorge Heitor, que na adolescência tirou um Curso de Estudos Ultramarinos, trabalhou durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO, tendo passado alguns períodos da sua vida em Moçambique, na Guiné-Bissau e em Angola. Também fez reportagens em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe, na África do Sul, na Zâmbia, na Nigéria e em Marrocos. Actualmente é colaborador da revista comboniana Além-Mar e da revista moçambicana Prestígio.
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A NOSSA
RESPOSTA-CRÍTICA


Liderança do PAIGC
(Impasse no Congresso)

No seu artigo, acima transcrito, publicado no website Lusomonitor, em 10.05.2013, o Jornalista Jorge Heitor escreve o seguinte:

Se a Guiné-Bissau fosse um país normal, estaria nesta altura a decorrer normalmente em Cacheu o VIII Congresso do PAIGC, cuja liderança é disputada por Aristides Ocante da Silva, Braima Camará, Carlos Gomes Júnior, Domingos Simões Pereira, José Mário Vaz e Vladimir Deuna.”

À parte a ligeireza da afirmação assim produzida, não podemos deixar de lamentar a linearidade de pensamento do autor, que se apresenta, a si mesmo, como alguém, que, “na adolescência, tirou um Curso de Estudos Ultramarinos e trabalhou durante 25 anos em agência noticiosa e depois 21 no jornal PÚBLICO”,

Lendo a peça, e os seus alvitres, apenas encontramos motivos para lamentar a pobreza das afirmações e proposições feitas.

Por tal motivo, não nos podemos conformar, no uso do direito legítimo à liberdade de opinião e ao contraditório, contrapor o nosso ponto de vista, pois que, enquanto Guineenses, também nos sentimos visados. Quem não sente, não é filho de boa gente!...

Aparentemente, o sr. jornalista revela desconhecer a realidade político-social da Guiné-Bissau, que, naturalmente, se reflecte na disparidade de propostas de soluções pelas quais se devem bater aqueles candidatos à liderança do PAIGC. Isso não é uma questão menor!


Boas Notícias do PAIGC?

Mais adiante, escreve o sr. Jornalista:
No entanto, como a Guiné-Bissau não é de forma alguma um país normal, não estamos a receber boas notícias do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC)”….


O PAIGC foi, e continua a ser, um Partido determinante, na cena política da Guiné-Bissau:
desde a Luta de Libertação Nacional, e, mesmo, no período pós-independência, até à actualidade.

Pode-se, resumidamente, dizer que a Guiné-Bissau, dos últimos 40 anos, foi talhada à imagem e semelhança do PAIGC e dos Pais Fundadores (Amílcar Cabral e Luís Cabral), bem assim dos seus continuadores históricos (Nino Vieira e Carlos Gomes Júnior).

A fragilidade da Guiné-Bissau, como Estado independente, é a imagem de marca da fragilidade congénita do seu processo de nascimento e incubação, essencialmente, assente na mistificação de factos e de práticas políticas, bem como no proteccionismo de interesses de pequeno grupo, que nada têm a ver com o interesse nacional.

Assim foi, durante o processo de constituição do PAIGC, como Partido Político. Assim foi, durante a condução da Luta de Libertação Nacional, sob a liderança de Amílcar Cabral, o grande ideólogo do Partido e seu fundador.

Assim foi, também, depois da Independência de iure (que se inicia com a retirada oficial da Administração Colonial, ocorrida em 10.08.1974).

Assim foi, também, após o Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, que colocou Nino Vieira no Poder.

Pelas pinceladas secas, que lançou, a propósito dos candidatos à liderança do PAIGC, fazendo referência aos Fundadores do Partido, o sr. jornalista parece não se importar em pôr os seus créditos em mãos alheias, sem olhar em quem.

O PAIGC e os seus Militantes sabem, melhor do que ninguém, que os males de que padece o País têm a sua causa directa, nas práticas protagonizadas, no seio do Partido, desde a fundação

Será por acaso que ainda não foi escrita a História Oficial da Guiné-Bissau? Medo da verdade? Ou da falsidade incorporada, ao longo de décadas?

Por isso, é importante para o Povo da Guiné-Bissau que os Militantes e os Candidatos à Liderança do PAIGC tenham a coragem de fazer um debate sério a fim de apresentarem ao País propostas credíveis de solução para os diversos problemas com que se debate. Acima de tudo, seriedade e competência! Nada mais que isso!

Por isso, sem hesitação, sentimos o dever de lançar uma palavra de saudação e reconhecimento, ao grande Povo de Angola, que, depois de décadas de Guerra Civil, encontrou, graças à uma liderança inspiradora, o seu caminho, no contexto do Continente Africano, e do Mundo, concebendo e desenvolvendo um Projecto Político de Inclusão, tendencialmente abrangente para todo o Povo Angolano. Não é possível maior triunfo em tão pouco tempo!

Ao contrário de Angola, a prática política, que se tornou moda, na Guiné-Bissau, é a perseguição (muitas vezes, a pedido do Estrangeiro) dos obreiros da Independência Nacional, sistematicamente referenciados como alvo a bater, como estropício para a governação, sujeitos à humilhação, em todos os Governos protagonizados pelo PAIGC. Como se pode?

O mesmo faz o sr. Jornalista Jorge Heitor, no seu artigo, contra as Forças Armadas da Guiné-Bissau.

Será possível convencê-lo que, sem essa frente de luta, é que, realmente, a Guiné-Bissau deixaria de ser um País normal, ao contrário do que agora afirma?

E, no entanto, são esses mesmos que, há décadas, continuam a postar-se como os mais lídimos defensores da Liberdade da Pátria e do seu Povo.

Um Estado, sem Forças Armadas, não é um Estado! Não é essa a Cruzada pessoal do representante das Nações Unidas, na Guiné-Bissau?

Extintas as Forças Armadas, sujeitas actualmente à uma forte pressão psicológica, a pretexto da reforma compulsiva dos Militares, lá viriam os milhões de dólares, que agora se nega ao País, precisamente no período mais pacífico e inclusivo da sua História recente.

É possível suportar tamanha falta de carácter? Tamanha falsidade?

É claro que não é esse tipo de Política que o Povo da Guiné espera dos seus Políticos, neste caso dos candidatos à liderança do PAIGC.

Mas é possível ser-se político sem um pensamento coerente sobre o bem comum do Povo Guineense?

O debate, que se espera dos candidatos à liderança do PAIGC, deve ser sério e profundo, a pensar no momento delicado que o nosso País está a atravessar, vítima de conspirações diversas (internas e externas), com uma intenção claramente provocatória, orientada para a transformação da Guiné-Bissau, e da sub-região, no campo de batalha estratégica, de grande calibre, em nome de interesses que nada têm a ver com os da Nação Guineense e do seu Povo.


Referência Jocosa à Guiné-Bissau

É por isso que não podemos admitir a referência jocosa à Guiné-Bissau que o sr. jornalista se permite fazer, de forma intencional e reiteradamente ofensiva.

Na verdade, se fosse um Jornalista normal, com o currículo, pelo qual se auto-apresenta, deveria ter vergonha de se referir à Guiné-Bissau, no tom abjecto, em que o faz, sem respeito pela deontologia da sua profissão e pelo grandioso Povo da Guiné-Bissau:

Grandioso na sua nobreza, enquanto Povo; grandioso, na sua postura nacional, em que privilegia a solidariedade e a paz social; apesar de todas as Forças Malévolas da desunião (vindas do exterior e ecoadas, no interior, por alguns oportunistas, numa óptica de dividir para reinar); apesar da diversidade cultural, que (não nos cansamos de repetir) é a maior riqueza do nosso Povo.

É legítimo perguntar: onde estava ele, no momento em que decidiu escrever a sua diatribe?
Nalguma esplanada de Maputo ou de Joanesburgo? Porque, na Guiné-Bissau, não foi com certeza!

Apesar do respeito, que devemos à pessoa do jornalista, não podemos acompanhá-lo, no seu desvario intelectual, só porque é moda falar-se mal da Guiné-Bissau. Quanto se ganha por falar assim?

Estado desorganizado e incompetente:
O Debate Político Necessário

No 3º parágrafo, o sr. Jornalista faz a seguinte observação:
O Estado Guineense é desorganizado e incompetente porque nasceu torto, nunca tendo uma série de combatentes pela independência aceite a liderança de Amílcar Cabral, que acabaria assassinado ao ódio de certos negros aos cabo-verdianos.”
Diz, a propósito, que “Amílcar e Luís Cabral nunca conseguiram consolidar o sonho de uma Guiné e um Cabo Verde a caminharem juntos para a independência e o desenvolvimento”.

Vale a pena lembrar o seguinte episódio, bastante significativo para a História da Guiné-Bissau e Cabo-Verde:

Em Janeiro de 1978, o Presidente Sékou Touré, da Guiné-Conakry, bem informado sobre o processo político da Guiné-Bissau, na sua relação com Cabo-Verde, denunciou o tipo de unidade de cavalo e cavaleiro” que o PAIGC estava a praticar, na Guiné-Bissau.

Foi, sem dúvida, o mote para a alteração política que se operou, pouco tempo depois, através do Golpe de Estado de 14 de Novembro de 1980, que fez a ruptura definitiva com a governação bicéfala sob o mesmo Partido e a mesma bandeira.

O PAIGC é um Partido charneira, na Guiné-Bissau. O seu papel, na História dos Países de Expressão Portuguesa, ultrapassa a sua dimensão nacional. É preciso explicar?

Por isso, os seus verdadeiros Militantes deveriam ser exigentes com a qualidade de liderança, que se preparam para eleger, no 8º CONGRESSO do PAIGC.

Porque o debate, que os candidatos deveriam fazer, deve ser no sentido da sua libertação ideológica, para virem de encontro ao riquíssimo Povo, de imensa sabedorias, que é o Povo da Guiné-Bissau.

Este pode não intervir na eleição partidária, mas sabe o que quer e o que não quer.

Sabe que não quer aquela liderança do PAIGC, feita de castelinhos de poder, em benefício de um reduzido grupo de privilegiados, porque essa foi sempre a sua estratégia de Poder, que (claro está) não deu resultado.

Assim foi, com Amílcar Cabral (o Pai Fundador), que se escudou na liderança minoritária cabo-verdiana. Assim, também, com Luís Cabral e Aristides Pereira, a pretexto da Unidade Guiné-Cabo Verde.

Assim, também, com Nino Vieira, ao distanciar-se dos ideais da Luta da Libertação Nacional e tornar-se, ele próprio, no seu inimigo, ao construir (mal aconselhado), também ele, o seu próprio castelinho de poder, rodeado dos seus conselheiros privativos, que o tornariam órfão de quaisquer ideais de liberdade política, enredado na sua ambição de poder pessoal.

É tempo de esse filme ser retirado do cartaz e se desenvolver uma política de nobreza de valores e de genuíno patriotismo. Não se enriquece com uma tal política. Mas o Povo saberá reconhecer! Povo saberá agradecer uma liderança conciliatória e inclusiva!

Não ignoramos a existência de uma força conspiratória e divisionista, feita de intimidação obsessiva, a pretexto do narcotráfico, pretexto sinistro, manipulado com mestria por gente sem escrúpulos, que apenas visa o seu interesse pessoal ou estratégico, em que se escudam para impor a sua vontade ao Estado da Guiné-Bissau.

O tempo presente deve ser de unidade, a todo o custo, a todos os níveis.

Porque todos os que pensam cavalgar o cavalo da vitória fácil, puxado pelo interesse de enriquecimento pessoal, à custa do País que é a Guiné-Bissau, seja quem for que lhes alimente as ilusões, não estará talhado para assumir qualquer responsabilidade, nem termos de liderança partidária, nem (pior ainda) política!

Os oportunistas (sempre à espera de vitória fácil) têm uma história curta. Não têm futuro, numa Guiné de respeito e dignidade.

Compreendemos que, num País, como a Guiné-Bissau, de múltiplas diversidades, a diversidade dos candidatos deve espelhar as diversidades de sensibilidades sociais e interesses subjacentes.

Importante é que todos os interesses se conciliem, face ao interesse geral do nosso Povo, na adopção de uma política de paz, estabilidade e de inclusão. Qualquer Guineense entende isso!


Governo e Presidência do PAIGC

No 2º parágrafo da sua dissertação, o articulista insiste - falando ex-cathedra - na anormalidade do Estado da Guiné-Bissau, que pretende justificar da seguinte forma:

Se a Guiné-Bissau fosse um país normal, com quase 40 anos de vida, estaria agora a ser governada pelo PAIGC e a ser presidida provavelmente pelo que é ainda o líder desse partido, Carlos Gomes Júnior, que neste último ano tem vivido exilado

Mas que autoridade tem o sr.jornalista para asseverar juízos de valor sobre a dinâmica interna de um Partido ou de um País?

Nitidamente, o articulista exorbita das suas competências, enquanto jornalista, ao ingerir-se, despudoradamente, sobre a dinâmica interna de um País, alvitrando sobre quem deve governar ou presidir os destinos do País. Será isso liberdade de informação?

Ou ter carteira de jornalista é receber carta branca para insultar todo um Povo, todo um País, de forma tão leve e banal?

Será que entende que, desde há muitos anos, os últimos 14 (catorze) meses, foram os de maior estabilidade política e social na Guiné-Bissau, tendo a cooperar, pacificamente, 35 Partidos de Oposição ao PAIGC?

Alguém pode garantir idêntica estabilidade com a nova composição do Governo, recentemente empossado, com a inclusão do PAIGC no seu elenco, com todo o seu engenho na arte de manipular o aparelho do Poder? Veremos!

Será que consegue entender que a presença de uma Força Estrangeira, na Guiné-Bissau, para defesa de um só homem, era um insulto grosseiro a todo um País, além de toda a ingenuidade de que se revestiu e a humilhação desnecessária?

Se é por esse tipo de governação que o sr. jornalista propugna, só teremos a lamentar a sua frustrante expectativa! Nenhum Guineense deseja uma governação desse género, tutelada pelas próprias Forças que a fariam cair, quando os seus interesses não fossem salvaguardados.

Algum País movimenta uma Força tão poderosa, como aquela que se encontrava estacionada, na Guiné-Bissau, aquando do Golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, sem que tenha nisso interesse colateral?

Indubitavelmente, o Golpe de Estado de 12 de Abril devolveu à Guiné-Bissau a sua dignidade, apesar de todas as dificuldades que as sanções impostas lhe vêm causando.


Guiné-Bissau nas
Mãos dos Militares?

No entanto, afirma o sr. jornalista, fazendo comparação com a governação do MPLA, em Angola, o seguinte: “…a Guiné-Bissau encontra-se nas mãos de um conglomerado de Militares e de traficantes que de forma alguma sabem ou querem saber o que seja a legalidade democrática.”

O mínimo que se pode dizer é que a afirmação não é mais do que uma confissão de ignorância do papel das Forças Armadas, na Guiné-Bissau, onde são o verdadeiro bastião da Liberdade e da Democracia, visto serem constituídas por autênticos filhos do Povo.

Por isso, volta a perguntar-se: Onde estava o sr. jornalista quando decidiu escrever sobre a Guiné-Bissau?

Saberá ele que as Forças Armadas da Guiné-Bissau nunca exerceram o Poder Político, mesmo durante o Consulado pessoal de Nino Vieira, que durou mais de 20 anos?

E que as Forças Armadas sempre se limitaram a defender a integridade territorial do Estado da Guiné-Bissau e a garantir a paz e estabilidade politica e social, no seu verdadeiro sentido político?

E que os Golpes que se deram tiveram apenas uma finalidade terapêutica e nunca tiveram qualquer intenção reivindicativa ou de exercício de poder? Porque se falta então à verdade?

E o narcotráfico será uma exclusividade Guineense? Ou apenas é referenciada como pretexto, para algo tão grave, como uma cruzada para a debilitação das Forças Armadas, em nome de interesses estratégicos de alguma grande Potência?

E se foi a DEA americana quem instilou o negócio no País, como pretexto para algo mais grave, como sucedeu com a detenção do Almirante Bubo na Tchuto? É algo inverosímil? Certamente que não!

Acha-se o sr. Jornalista legitimado a insinuar tal coisa, só por ouvir dizer, sem confrontar a realidade?


A Proposta de Nova Designação
Para o PAIGC

Quase a terminar, propõe o articulista que o PAIGC deverá decidir, de uma vez por todas, no progresso Congresso, mudar de designação política: em vez de PAIGC passar a chamar-se PAIGB.

Argumenta com o facto de que Cabo Verde mudou a sua designação para PAICV.

Mas, como ficou dito, o PAIGC é um Partido com História, que influenciou, decisivamente, com a sua capacidade política e estratégica, não só a luta pela Independência da Guiné-Bissau e de Cabo-Verdade, como a Luta de Independência de Angola e de Moçambique, assim como dos novos Países Lusófonos, onde não aconteceu a Luta armada, como Cabo-Verde e São Tomé e Príncipe.

Um Partido, com tal História, só mostra a sua coerência, mantendo a sua designação original. Nada a censurar.

                                                      (até próxima edição)
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Conhecendo a realidade do País, você estará colaborando para a Paz e Estabilidade Política e Social da Guiné-Bissau, pela Verdade e Justiça! Por isso, leia o nosso próximo Tema, neste blogue, no dia 15.06.2013.
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11 comentários :

  1. Areolino Lopes da Cruz É já tempo de passarem de ideia a ação senhores intelectuais - abalado - Balantas, porque a situação do país é urgente, de tal forma que necessita, sem demora, de pessoas e organizações a altura da situação para ajudarem na resolução da situação do país que está extremamente marcada pela negativa, e o povo está exausto de conveniências pessoas. Estou na expectativa de ver lançado o vosso desafio.

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  2. Areolino Lopes da Cruz Se não é para voltar ao fado podemos contar com quê, senhores intelectuais? O que vocês tem feito para ultrapassarmos esta situação? Retórica??? "Bô ba lebissi bô cabeça bô dissa di merdia, bÔ!!!

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  3. ntelectuais Balantas Na Diáspora Caro compatriota, Areolino Lopes da Cruz, ao avaliar o nosso progresso como indivíduos, tendemos a concentrar-nos nos factores externos como a nossa posição social, a influência e a popularidade, a riqueza e o nível de instrução. Como é evidente, são importantes para medir o nosso sucesso nas questões materiais, e é bem compreensível que muitas pessoas se esforcem principalmente por alcançar todos eles. Mas os factores internos podem ser ainda mais cruciais para determinar o nosso desenvolvimento como seres humanos. A honestidade, a sinceridade, a simplicidade, a humildade, a pura generosidade, a ausência de vaidade, a prontidão para servir os outros - qualidades que estão facilmente ao alcance de qualquer criatura -, formam a base da nossa vida espiritual. sejais sempre moderado na sua intervenção, evite ser agressiva...

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  4. Areolino Lopes da Cruz Primeiro você me chama de compatriota como assim? Você me conhece de algum lado? Sabes quem eu sou? Porque me chamas de compatriota? Qual é a sua pátria? Nhinté, Patche ou Bula? Mas sabes qual é o valor gramatical, político, social e cultural dessa expressão compatriota? Sem querer divertir com a situação, eu quero lhe dizer que a minha nacionalidade é xinesa, claro?! Por causa daqueles passaporte que são vendidos na "Fera de Bandim". O que vocês tem feito para a valorização da personalidade e do estatuto do homem guineense? A educação (não instrução) é um valor insubstimável e, quem a tem consegue estar no seu na terra, no sol ou no Marte. Sabes porque que o planeta terra tornou-se num lugar sinistro de viver? Por causa da evolução tecnologia que não tem em conta o valor da vida humana.

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  5. Carlos,os senhores intelectuas balantas tentem em defender os militares por causa daquele vosso acordo de Nhinte, mesmo sabendo que estao metidos em que tudo que é mau para o país, sobretudo trafico de drogas.

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  6. Aplaudo e agradeço muito aos meus irmãos pela critica do dito jornalista. Eu lamento muito de um jornalista a ter esse tipo de analise hipócrita,divisionista e incendiada que tem enquadramento no seio de um povo humilde como o da Guiné-Bissau.
    Agora pergunto:
    O trafico de droga de Bubo, Antonio Injai e Papa Camara que impediu a normalização da Guiné-Bissau? Desde quando que eles começaram praticar essas actividades ilícitas? Posso dizer em 1975? O Sr. jornalista tem a resposta.
    Olha, é preciso sermos coerentes connosco mesmo. Pois a solução de atraso da Guiné-Bissau nao é a falsidade,calunias e as mentiras. Quantas calunias, falsidades e mentiras passaram na neste Pais depois da luta de libertação? O que foi? só atraso e perda de vida dos nossos irmãos até hoje.
    Por isso, digo mais uma vez a minha lamentação ao cientista jornalista pela sua cocha analise sobre as causas da doença da Guiné-Bissau.
    E

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  7. Bitam Sana Simbolo da Humildade e respeito aos valores socias...

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  8. Compatriota Areolino Lopes da Cruz , seja mais construtivo, mais participativo na busca de soluções para a causa comum. Já agora, para quando um artigo de opinião da sua autoria sobre o actual momento da Guiné-Bissau?

    Escreva algo e envie para publicação no nosso site e que também é seu, assim, todos nós teremos oportunidade de conhecer os seus dotes de analista/articulista e, de democraticamente, questionarmos os seus pontos de vista, se for o caso. Deve saber, certamente, que escrever artigos de fundo não é a mesma coisa que comentar artigos de opinião!

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  9. Caro Intelectual, estive quase a dar pulos na cadeira onde me encontro sentado mas, fiquei pelo quase. Isso porque cada vez que sentia o tal impulso em me levantar para dar vivas ao seu rebate, sentia algo que me fazia parar e que passo a explicar.
    É que o sr Intelectual, não conseguiu se libertar da diferença entre um Guineenses a defender a honra da sua Guiné e um Balanta a defender os militares Balantas golpistas.
    Só vou referir um pequeno “ se não”. O sr. Intelectual diz às páginas tantas que nunca o País conheceu “Paz e Estabilidade” como nestes últimos meses…!
    Meu caro Intelectual, os espancamentos do Dr Silvestre Alves e Dr Iancuba Injay, o assassinato do cidadão cujo nome não me ocorre que era técnico de telecomunicações, os assassinatos dos jovens felupes, dos jovens em Bolama, para si não merecem considerações, repreensão ou pudor?
    Não são gente? Não são humanos? A isso chama-se Paz? Quando é cerceada todas liberdades, nomeadamente a de manifestação, a de expressão etc., etc. estamos no el dourado da Paz?
    Por isso lhe disse no princípio que não cheguei a dar pulos, porque por um lado quase senti um Guineenses a dar peito a balas em nome do seu País, mas logo esmoreci percebendo-me que afinal era um indomável Balanta a querer tapar o sol com a peneira em honra dos sequiosos militares Balantas golpistas e narcotraficantes que assaltaram o Palácio com bazucas e canhões.

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  10. É interessante, mas interessante mesmo, ver como é funesto ser balanta neste país. Basta ser balanta para não ter opinião pessoal, sob pena de se levantarem contra si as velhas e adormecidas fantasmas de preconceitos tribalistas. pois quando menos esperares, e por arte de um tribalista nato, incubado na estufa do complexo da superioridade minoritária, acostumado por educação, a dividir para governar, a sua é deturpada e remetido para as trevas da descriminação.

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  11. Caros Compatriotas, ao avaliar o nosso progresso como indivíduos, tendemos a concentrar-nos nos factores externos como a nossa posição social, a influência e a popularidade, a riqueza e o nível de instrução. Como é evidente, são importantes para medir o nosso sucesso nas questões materiais, e é bem compreensível que muitas pessoas se esforcem principalmente por alcançar todos eles. Mas os factores internos podem ser ainda mais cruciais para determinar o nosso desenvolvimento como seres humanos. A honestidade, a sinceridade, a simplicidade, a humildade, a pura generosidade, a ausência de vaidade, a prontidão para servir os outros - qualidades que estão facilmente ao alcance de qualquer criatura -, formam a base da nossa vida espiritual.

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