O boicote da Renamo à cerimónia de
tomada de posse nas assembleias provinciais de Sofala, Tete e Zambézia, centro
de Moçambique, inviabilizou" hoje as primeiras sessões dos órgãos, por não
reunirem quórum para deliberar.
A Resistência Nacional Moçambicana
(Renamo), maior partido da oposição, elegeu 45 dos 82 membros, contra 30 da
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder desde 1975) e sete do
Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira força politica, da
Assembleia provincial de Sofala, centro de Moçambique, seu tradicional bastião
militar e político, contra apenas um membro no anterior mandato, devendo eleger
o presidente e vice-presidente, para o órgão funcionar e deliberar validamente.
"Não podemos constituir os órgãos
de direção da assembleia provincial de Sofala com ausência da Renamo",
declarou Manuel Ramissane, presidente cessante, eleito pela Frelimo, que
dirigiu a cerimónia na Beira, Sofala, informando o "adiamento da sessão
para uma data a anunciar".
O mesmo cenário repetiu-se em Tete, onde
a Renamo ficou com 42 membros para o órgão, contra 37 da Frelimo e três do MDM,
não reunindo os últimos dois, poderes para decidir. Já na Zambézia, o maior
círculo eleitoral de Moçambique, a Renamo elegeu 51 membros dos 92 mandatos,
cabendo à Frelimo 37 lugares e quatro ao MDM.
Os 294 membros da Renamo eleitos para as
10 assembleias provinciais moçambicanas não tomaram parte na cerimónia de
investidura, realizada em simultâneo em todas as capitais provinciais, em
cumprimento de uma diretiva da última sessão da Comissão Política do partido,
realizada em dezembro na Gorongosa.
Moçambique realizou as segundas eleições
multipartidárias das assembleias provinciais e as quintas eleições legislativas
e presidenciais a 15 de outubro passado, cujos resultados proclamados dão
vitória à Frelimo e ao seu candidato presidencial Filipe Nyusi, colocando a
Renamo e o seu líder, Afonso Dhlakama, em segundo lugar e o MDM e o seu
presidente, Daviz Simango, em terceiro lugar.
Os dois partidos da oposição rejeitam os
resultados eleitorais, estando a Renamo a exigir a formação de um Governo de Gestão,
como solução para a alegada fraude que ocorreu nas eleições gerais.
Entretanto, Manica foi a única província
do centro de Moçambique que formou hoje a Assembleia provincial, com um voto
decisivo do MDM, que viabilizou a constituição e legitimou o órgão, após
ausência da Renamo.
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