Presidente cabo-verdiano considerou que
o atentado contra o filho do primeiro-ministro do país é um caso com contornos
especiais, que merece toda a atenção e preocupação.
Chefe de
Estado cabo-verdiano sustentou que o país precisa encontrar soluções que façam
baixar para níveis "comunitariamente suportáveis" a dimensão de
insegurança
O Presidente cabo-verdiano considerou
nesta segunda-feira que o atentado contra o filho do primeiro-ministro do país
é um caso com contornos especiais, que merece toda a atenção e preocupação. Em
declarações hoje à Rádio de Cabo Verde (RCV), Jorge Carlos Fonseca alertou que
o país está a viver efeitos de “um fenómeno novo de criminalidade”, com novos
contornos, que “implicam um crescendo do nível de perceção de insegurança”.
“Eu não pretendia estar a pronunciar-me em
concreto sobre um caso, ainda que ele seja marcado por contornos muito
especiais, muito particulares, um caso que revela muita gravidade, que merece
toda a nossa atenção e preocupação e que vem na sequência de outros casos
também muito relevantes”, considerou. O chefe de Estado cabo-verdiano sustentou
que o país precisa encontrar soluções que façam baixar para níveis
“comunitariamente suportáveis” a dimensão de insegurança.
“Tenho dito com muita insistência que
estamos a viver no país efeitos de fenómenos novos de criminalidade, com novos
contornos, que implicam um crescendo do nível de perceção, pelo menos, de
insegurança a nível do país, em particular dos principais centros urbanos”,
disse Jorge Carlos Fonseca. Para o chefe de Estado cabo-verdiano, a solução da
segurança em Cabo Verde não passa apenas pela alteração das leis, mas sim pela
união de esforços de todas as instituições do Estado no combate à
criminalidade.
“Creio que passará, sobretudo, pela
determinação, pela firmeza, perante o diagnóstico da situação, para
mobilizarmos e investirmos no reforço das capacidades de resposta, da
capacidade operacional, logística, científica e técnica de intervenção das
entidades e forças policiais e, nomeadamente, de todas aquelas que intervêm no
domínio da investigação e da repressão criminal. Esse é um investimento muito
seguro”, concluiu.
José Luís Neves, filho do
primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, sofreu uma tentativa de
assassínio no dia 30 de dezembro, à porta da sua casa, num dos bairros da
Cidade da Praia. O autor do crime ainda não foi identificado pelas autoridades
policiais cabo-verdianas. O jovem de 36 anos terá sido atingido por quatro
tiros e estilhaços na zona do abdómen e foi transportado para o hospital por
vizinhos, que terão ouvido os tiros.
Depois de uma operação cirúrgica, José
Luís Neves foi submetido a uma intervenção cirúrgica e de acordo com a diretora
clínica do Hospital Agostinho Neto, Maria do Céu Teixeira, não apresentou até
agora nenhuma complicação, está clinicamente estável, consciente, fala e recebe
visitas dos familiares.
Num comunicado divulgado na
quarta-feira, o Governo informou que está a trabalhar ativamente com as
autoridades policiais e judiciárias no sentido de apoiar a “cabal investigação”
e esclarecimento do caso.
José Luís Neves é economista, formado
pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) de Lisboa. No início do ano
deixou o cargo coordenador do Observatório do Emprego de Cabo Verde, após dois
anos à frente deste órgão do Governo.
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