Fomos constatando que, quadros técnicos
qualificados, foram sendo excluídos/marginalizados da estrutura-base da projecção
e construção do modelo de desenvolvimento indicado por Amilcar Cabral, o tal
modelo de um Homem Novo para o nosso país, na abrangência infinita da sua
multifacetada interpretação.
Fomos constatando que o Poder era Tudo e
que, quem não estivesse com os poderosos, o mesmo seria dizer, estar contra
eles.
Fomos assistindo, impávidos e serenos, à
destruição dos pilares da Nação, alicerçados (desde sempre) na multietnicidade,
pluralidade e diversidade que caracterizam o nosso POVO.
Fomos seguindo um "deus" e assimilando
as suas orientações; ele que semeou sementes do mal, que ainda hoje vamos
colhendo, duma ou doutra forma, porque felizmente ou infelizmente, a nossa
Guiné-Bissau, é uma terra fértil, por excelência...
Vimos tanta coisa; pactuamos com tanta
coisa;
Mas de há uns anos a esta parte,
começamos a ver que, afinal, enquanto cidadãos, estávamos e temos estado a ser
parte do problema e não, parte da solução para os grandes problemas que existem
no nosso país.
Nos dias que correm, estamos certamente,
melhor posicionados para tentarmos reconsiderar toda a nossa cumpliicidade,
seja por desconhecimento/ignorância; seja por acção inconsciente ou consciente,
que compete a cada um ajuizar tendo em conta o seu percurso comportamental
relativamente ao país, ao longo de quase quarenta e dois anos de independência
política.
As minhas questões, depois desta
introdução são:
Como podemos exigir um Ensino de
Qualidade na Guiné-Bissau, quando pelo que todos sabemos, os sucessivos
Governos não têm cumprido com as suas responsabilidades para com o Sector?
Como podemos ter Professores
qualificados, quando os sucessivos Governos não cumprem com as suas obrigações,
por exemplo, o pagamento regular de salários e outros direitos aos Professores?
Como podemos exigir Saúde de qualidade,
para a satisfação das necessidades elementares no âmbito da saúde, das nossas
populações, quando os sucessivos Governos não têm cumprido com as suas
responsabilidades?
Qual é o trabalhador, seja de que área
for, que continua motivado no exercício das suas funções, sem receber salários
ao longo de tantos anos de trabalho? Só na Guiné-Bissau!
Falamos da Educação e da Saúde, mas a
situação é global, a nível das estruturas da nossa Administração Pública, com
excepção, claro está, dos senhores do poder, já que pode faltar dinheiro para
pagar salários a todos os funcionários públicos, menos a eles...
E é assim, tem sido assim, ao longo de
tantos anos, a brincadeira em nome da afirmação de um Estado...
Vamos continuar a trabalhar!
Nota: Os artigos assinados por
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opiniões neles expressas.
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