O ministro da Economia e Finanças da
Guiné-Bissau, Geraldo Martins, prevê um crescimento económico no país de 4,7% a
5% em 2015, anunciou numa carta dirigida aos funcionários dos serviços que
tutela.
«Com uma boa campanha de caju e com o
fornecimento regular de energia elétrica poderemos atingir um crescimento de
5%», refere Geraldo Martins no documento distribuído ao longo da última semana.
Segundo o governante, se os números
forem alcançados, «colocaria o país num bom patamar para atingir a meta fixada
de 7% [de crescimento económico] dentro de dois anos».
Para lá chegar, a fórmula está definida:
«precisamos continuar os esforços no sentido de racionalizar o uso dos recursos
públicos» e aumentar a receita fiscal.
O novo Governo eleito em 2014 (ao cabo
de dois de transição que se seguiram ao golpe de Estado de 2012) tomou posse em
julho e Geraldo Martins revela que a cobrança de impostos daí em diante superou
as expetativas.
Tanto a Direção Geral de Alfândegas como
a Direção Geral de Contribuição e Impostos registaram receitas «acima do
previsto», com taxas de cobrança de 125 e 105%, respetivamente, em comparação
com as projeções iniciais.
De acordo com o ministro da Economia e
Finanças, o cenário tem permitido reconquistar a confiança de parceiros
internacionais.
Em novembro, o Fundo Monetário
Internacional (FMI) transferiu cerca de 4,7 milhões de dólares para Bissau e em
maio é aguardada uma concessão alargada de crédito, refere Geraldo Martins no
documento.
Também em novembro, a União Europeia
entregou 11,8 milhões de dólares de apoio direto ao Orçamento de Estado e
outros oito milhões vão ser transferidos em 2015 - para além de uma programa
plurianual de maior dimensão que está em preparação.
Ainda em 2014, a União Económica e
Monetária do Oeste Africano (UEMOA) e a Comunidade Económica dos Estados da
África Ocidental (CEDEAO) desembolsaram 3,4 milhões de dólares para o programa
de emergência do setor energético.
Quanto a verbas que estão para entrar,
ainda este mês o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) deverá financiar com
42 milhões de dólares os setores de governação, energia e transportes.
Também em janeiro é aguardada uma
parcela do Banco Mundial de 14,2 milhões de dólares para assegurar os salários
de professores e profissionais de saúde entre janeiro e junho deste ano.
Outro financiamento de 9,5 milhões de
dólares está agendado para março, para apoiar a gestão das finanças públicas.
Segundo Geraldo Martins, neste momento,
na administração pública, estão a ser pagos salários atrasados de 2013 e alguns
pagamentos ainda relativos a 2014, nomeadamente, 18 meses de subsídio de
diuturnidade aos professores e 15 meses de subsídios específicos dos
profissionais de saúde.
Os pagamentos em atraso para com o
pessoal das embaixadas e representações diplomáticas «serão pagos durante o
primeiro trimestre deste ano», acrescenta.
Na carta dirigida aos funcionários,
Geraldo Martins anuncia que a Guiné-Bissau deverá receber em 2015 uma série de
encontros setoriais com parceiros internacionais e instituições financeiras.
Entre eles estão XI Encontro de
Investidores do Fórum Macau e da Comunidade Económica dos Estados da África
Ocidental (CEDEAO).
// africa21
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