Depois da morte física do poeta e “Chefi
di Guerra” que cunhou a história da Guiné e Cabo Verde lutando contra o
colonialismo português, o cabralismo sofreu muitas mortes. Ficou alguma coisa
do seu sonho?
"Amílcar Cabral foi em meu entender
o mais inteligente, o mais criativo e o mais brilhante de todos os dirigentes
da luta de libertação dos povos africanos colonizados naquela altura pelo
regime português", afirma Manuel Alegre. O poeta, político português
Manuel Alegre recorda-se de um dia em Argel, onde o português estava exilado,
Amílcar Cabral ter puxado os óculos para a testa, como era seu hábito, e com os
olhos rasos de lágrimas ter dito: “Quando for assassinado, sê-lo-ei por um
homem do meu povo, do meu partido, provavelmente fundador, ainda que guiado pelo
inimigo”. Cabral pressentia o perigo e presságio confirmou-se. Foi assassinado,
aos 48 anos, por três homens armados do PAIGC, o seu partido, pertoda sua casa
em Conacri.
Até hoje as circunstâncias da morte
estão por esclarecer. Inocêncio Kani, companheiro de luta de Cabral deu o
primeiro tiro, outro, ainda não identificado, deu-lhe os tiros de misericórdia.
Também não há uma verdade quanto à autoria moral do crime: um plano da PIDE, a
polícia política portuguesa? Divergência no seio do partido? Conflito de
interesses na Guiné-Conacri? Morrer é uma das condições da guerra de qualquer
combatente. Amílcar Cabral era um alvo privilegiado, pela sua acção, mas
sobretudo pelo seu pensamento.
No seu livro de memórias, “A Ponta da
Navalha”, o jornalista francês Gérard Chaliand, que acompanhou e divulgou a
Luta de Libertação na Guiné-Bissau, conta que quando disseram a Nelson Mandela
“tu és o maior”, Mandela replicou com toda a simplicidade, “não o maior é
Cabral”. Manuel Alegre salienta que Cabral foi asssassinado, “porque não tinha
consigo nenhuma arma, ele que era o principal teórico da luta armada africana
de libertação”. Foi a primeira morte de Cabral. Ler artigo completo aqui»»
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