É bom que todos os guineenses tenham
consciência de que por termos um País com um modelo semi-presidencialista, com
4 órgãos de soberania devidamente delegados de funções e competências pela
Constituição da República, com base no princípio da separação de poderes e da
interdependência entre todos eles, importa, havendo razões para festejar,
volvido 1 ano de reposição da normalidade constitucional, saber valorizar tudo
e todos que fazem parte dos Órgãos do Poder, quiçá, da Soberania do Estado,
porquanto, nenhum sucesso governativo ser possível sem o respeito pela
separação de poderes e pela interdependência dos órgãos de soberania.
Resumindo, sem uma coabitação harmoniosa
que culmine numa colaboração saudável e sustentável entre todos os principais
actores do Poder e tendo em conta o Interesse Nacional, independentemente da
forma como certos posicionamentos institucionais podem ser interpretados por
uns e outros, não há sucesso de nenhuma autoridade do poder!
Portanto se é para comemorar 1 ano de um
suposto sucesso governativo, não vejo porque não associar esse sucesso a todos
os 4 órgãos de soberania, a todo o povo guineense, a todos os amigos da
Guiné-Bissau e, obviamente, a todos os Parceiros da Guiné-Bissau.
Tem havido ao longo deste primeiro ano
de reposição constitucional avanços e recuos na caminhada rumo à afirmação da
Guiné-Bissau, e o facto de reconhecermos que continuamos a cometer erros que
vêm de um passado de 42 anos de independência, responsabiliza-nos cada vez mais
para o assumir das nossas limitações e, consequentemente, para a necessidade de
projectarmos e promovermos urgentemente um Plano Estratégico para a nossa
evolução cidadã!
Não é recomendável face ao cenário
presente (de alguma divergência institucional, entre alguns dos órgãos de
soberania da Guiné-Bissau) a promoção de celebrações/manifestações, de natureza
política, que podem ter ambiguidade interpretativa, capazes de fomentar uma
agudização do clima menos favorável a uma coabitação institucional harmoniosa
entre todos os órgãos de soberania.
Temos que saber prever e evitar
conflitos de toda a natureza e amplitude!
Temos que nos comprometer com o País e
não com os políticos e governantes, aliás, eles é que têm obrigação de se
comprometerem com o País e com o Povo Guineense!
Isto quer dizer muita coisa, mas
sobretudo, que não devemos continuar a promover disputas de "galos"
pelo poder absoluto de um poleiro, que pertence ao Povo, ao ponto de
enveredarmos por radicalismos de posicionamentos e comportamentos, capazes de
nos empurrar uns contra os outros e, pior do que isso, para lutas fratricidas.
Temos que ser capazes de
"olhar" para lá dos olhos, quando o que está em causa é o raciocínio,
a capacidade analítica e interpretativa!
Temos que deixar de ser egoístas,
preocupando-nos com o colectivo ao invés dos nossos interesses pessoais, quando
a questão é o País!
Vamos ajudar os nossos políticos e
governantes a se entenderem, ao invés de os incitarmos à confrontação, com
consequências imprevisíveis para o bem-estar comum e para a afirmação da
Guiné-Bissau!
Sejamos todos mais comedidos com os
nossos desabafos, ainda que façam parte dos direitos de cidadania! Positiva e
construtivamente...
Nota:
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