domingo, 28 de junho de 2015

Os políticos e governantes, têm obrigação de se comprometerem com o País, Pela soberania e a dignidade do povo da Republica da Guiné-Bissau.

Por, Fernando Casimiro

É bom que todos os guineenses tenham consciência de que por termos um País com um modelo semi-presidencialista, com 4 órgãos de soberania devidamente delegados de funções e competências pela Constituição da República, com base no princípio da separação de poderes e da interdependência entre todos eles, importa, havendo razões para festejar, volvido 1 ano de reposição da normalidade constitucional, saber valorizar tudo e todos que fazem parte dos Órgãos do Poder, quiçá, da Soberania do Estado, porquanto, nenhum sucesso governativo ser possível sem o respeito pela separação de poderes e pela interdependência dos órgãos de soberania.

Resumindo, sem uma coabitação harmoniosa que culmine numa colaboração saudável e sustentável entre todos os principais actores do Poder e tendo em conta o Interesse Nacional, independentemente da forma como certos posicionamentos institucionais podem ser interpretados por uns e outros, não há sucesso de nenhuma autoridade do poder!

Portanto se é para comemorar 1 ano de um suposto sucesso governativo, não vejo porque não associar esse sucesso a todos os 4 órgãos de soberania, a todo o povo guineense, a todos os amigos da Guiné-Bissau e, obviamente, a todos os Parceiros da Guiné-Bissau.

Tem havido ao longo deste primeiro ano de reposição constitucional avanços e recuos na caminhada rumo à afirmação da Guiné-Bissau, e o facto de reconhecermos que continuamos a cometer erros que vêm de um passado de 42 anos de independência, responsabiliza-nos cada vez mais para o assumir das nossas limitações e, consequentemente, para a necessidade de projectarmos e promovermos urgentemente um Plano Estratégico para a nossa evolução cidadã!

Não é recomendável face ao cenário presente (de alguma divergência institucional, entre alguns dos órgãos de soberania da Guiné-Bissau) a promoção de celebrações/manifestações, de natureza política, que podem ter ambiguidade interpretativa, capazes de fomentar uma agudização do clima menos favorável a uma coabitação institucional harmoniosa entre todos os órgãos de soberania.

Temos que saber prever e evitar conflitos de toda a natureza e amplitude!

Temos que nos comprometer com o País e não com os políticos e governantes, aliás, eles é que têm obrigação de se comprometerem com o País e com o Povo Guineense!

Isto quer dizer muita coisa, mas sobretudo, que não devemos continuar a promover disputas de "galos" pelo poder absoluto de um poleiro, que pertence ao Povo, ao ponto de enveredarmos por radicalismos de posicionamentos e comportamentos, capazes de nos empurrar uns contra os outros e, pior do que isso, para lutas fratricidas.

Temos que ser capazes de "olhar" para lá dos olhos, quando o que está em causa é o raciocínio, a capacidade analítica e interpretativa!

Temos que deixar de ser egoístas, preocupando-nos com o colectivo ao invés dos nossos interesses pessoais, quando a questão é o País!

Vamos ajudar os nossos políticos e governantes a se entenderem, ao invés de os incitarmos à confrontação, com consequências imprevisíveis para o bem-estar comum e para a afirmação da Guiné-Bissau!

Sejamos todos mais comedidos com os nossos desabafos, ainda que façam parte dos direitos de cidadania! Positiva e construtivamente...


Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

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