Baciro Djá criticou transmissão de
debates no Parlamento, por “não respeitaram” orientações “para manter um clima
de paz”.
O novo primeiro-ministro da
Guiné-Bissau, Baciro Djá, afastou os responsáveis da rádio e da televisão
públicas, invocando “parcialidade” no processo de dissolução do Governo
liderado pelo seu antecessor, Domingos Simões Pereira.
Baciro Djá, nomeado a 20 de Agosto pelo
Presidente, José Mário Vaz, na sequência de um controverso afastamento de
Simões Pereira, “proibiu” a transmissão dos debates que a Assembleia Nacional
Popular tem feito sobre a crise política – noticiou a AFP.
O novo primeiro-ministro acusou os
responsáveis editoriais de “tratamento parcial da crise política”, no processo
de demissão de Simões Pereira pelo Presidente da República e criticou a
transmissão em directo dos debates, dizendo que desse modo os directores “não
respeitaram as orientações dadas para manter um clima de paz”.
Os dois directores afastados, Muniro
Conté e Paula Melo, foram substituídos por Califa Cassamá e Eusébio Nunes.
A Assembleia voltou, esta segunda-feira,
em plenas férias parlamentares, a reunir-se extraordinariamente para discutir a
crise política, já sem cobertura da rádio. “Os debates serão essencialmente
orientados para a crise que o país atravessa, tendo como pano de fundo a
dissolução do Governo de Domingos Simões Pereira”, disse, no início da sessão,
o seu presidente, Cipriano Cassamá.
Há uma semana, os deputados “condenaram
com veemência” a demissão, a 12 de Agosto, de Simões Pereira, líder do PAIGC
(Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), que venceu as
eleições legislativas de 2014 e tem 57 lugares no Parlamento de 102. O Governo
afastado integrava representantes de todas as forças parlamentares.
O partido maioritário voltou a indicar
Simões Pereira para o cargo de primeiro-ministro, mas José Mário Vaz, que alega
falta de “confiança” nele, rejeitou a proposta e nomeou Baciro Djá, que até
Junho foi ministro porta-voz e entrou em choque com o chefe do Governo. Os três
políticos são membros do PAIGC.
Os órgãos dirigentes do principal
partido guineense consideram estar em curso um “golpe de Estado constitucional”
e diversas organizações da sociedade civil opõem-se às últimas decisões do
Presidente e consideram-nas inconstitucionais. Com o Publico
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