sábado, 5 de dezembro de 2015

Guiné-Bissau: Há ou não salários em atraso de meses ou anos aos funcionários publicos?

Por,  Fernando Casimiro

Há ou não salários em atraso de meses ou anos, inclusive aos funcionários das Missões Diplomáticas?

Tudo se resume a manipulação política?

É a primeira vez que há greves na Guiné?

Se não forem os funcionários a reivindicar o que têm a receber, quem o fará por eles?

Temos um país pobre ou um país mal governado, mal gerido e permanentemente saqueado, onde alguns têm tudo e a maioria nada tem?!

E o que tem a ver um país pobre com incumprimentos das obrigações do Estado?

E o que tem a ver patriotismo com o incumprimento das obrigações do Estado?

Falamos e bem da consequência negativa das greves para a população, mas ignoramos as consequências do incumprimento salarial do Estado para com os seus funcionários, ou não são pessoas com família para sustentar e com obrigações várias por cumprir e por isso, sujeitas a todo o tipo de consequências pelo facto de não receberem os seus salários atempada e regularmente?!

Qual é o trabalhador e em que parte do mundo, que consegue trabalhar para uma entidade sem receber salário durante meses ou anos e sem reivindicar através de mecanismos legais a que tem direito?

Tudo se resume à manipulação política mesmo quando a declaração da greve é clara sobre as razões da sua realização?

Já não se pode fazer greve?

Quando é que deixou de ser um direito?

Uma coisa é o Estado descontar os dias de ausência dos seus funcionários em greve e isso é legal e, outra, é o Estado também estar à mercê de ser processado por sucessivos e prolongados incumprimentos das suas obrigações para com os seus funcionários.

Importa dizer que na Guiné-Bissau todos os governantes tiveram sempre os seus ordenados em dia, para além de subsídios e todas as mordomias. Porque é que os demais funcionários não podem ter os seus ordenados em dia?

Porque é que já não há ordenados em atraso nas Forças de Defesa e Segurança...?!

Para que os direitos e deveres sejam garantidos é preciso que o Estado seja a primeira entidade a dar o exemplo!

Se deve haver sacrifícios em nome do Estado, então que seja para todos e na mesma medida!


Positiva e construtivamente.

Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.  

5 comentários :

  1. Bubacar Ture O nível da manipulação é tão gritante ao ponto de transformar um principio, tudo em troco de migalhas para garantir a sobrevivência de uns e outros alérgicos ao trabalho sério deambulam de um lado para outro ostentando vidas de luxo, dao lições de moral e valores que nunca interiorizaram, atacam pessoas honestas por exprimirem opiniões contrárias, enfim, são alimentados pelos políticos e dirigentes corruptos que se armam santos, assim vai a Guiné-Bissau.

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  2. Carlos Sambu Este governo tanga, perdeu com norte e a razão, só nos faltava esse, um individuo com gravata e óculo vem se armar de boa-governante e conhecedor da legalidade,

    Quando não passa de chantagista barato, já agora, oportunamente perguntamos o senhor de óculo e gravata, também o estado vai pagar juros da mora?

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  3. Luiza Gonçalves Cuino É assim a nossa Guiné, salário é só para os tais dirigentes o resto vai trabalhando em regime de voluntariado. Francamente

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  4. Filomeno Pina Falamos de um Estado demitido, ausente das funções materiais e financeiras de compromisso de HONRA com a massa salarial, um "PAI" despido de elementos atractivos que motivem aproximação dos funcionário, mas sim, provoca REJEIÇÃO, comportamento de afastamento e, REVOLTA dos funcionários!!! Este Diagnóstico já é velho/careca no País e, quem não percebe isto, só se for por hipocrisia, leviandade politica, ignorância, manipulação, desonestidade, medo, subserviência, falta de lucidez e atc, etc. Mais não precisamos, basta "olhar" o estado d'alma dos que olham para um Estado esburacado, impotente, rodeado de filhos, uns mais próximos, esses todos gordos e colados à "teta" (mamar)! Os outros, os magrinhos e descriminados, estes nem um "pingo" de leite trazem para casa, só. Bom fim de semana a todos.... Djarama.

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  5. Fernando Casimiro -Claro está que é uma medida legal, porém, importa saber e considerar que as diversas greves dos diversos sectores da Administração Pública são essencialmente para reivindicar, nalguns casos, meses de salários em atraso e, noutros, anos e anos de salários em atraso, sempre justificados pelos sucessivos governos de terem sido "herdados" de anteriores governos... E quem penaliza o Estado perante o incumprimento das suas obrigações para com os seus funcionários?
    Um Estado cumpridor teria toda a legitimidade para aplicar as penalizações previstas na lei da greve, mas não é o caso do Estado que é a República da Guiné-Bissau!
    Convenhamos que, o primeiro exemplo na mudança de paradigma do actual Governo de forma a criar uma melhor relação com os funcionários públicos passa por criar novos estímulos capazes de motivar o desempenho dos trabalhadores e a melhoria da produtividade e isso requer o assumir dos vários incumprimentos das obrigações, do Estado para com os seus funcionários ao longo de tantos anos, para não dizermos desde sempre.
    É aconselhável que o Estado aceite e saiba negociar com os sindicatos a forma mais equilibrada para resolver os diferendos com os funcionários públicos, com tolerância e compreensão, evitando radicalismos que apenas servem para prejudicar quer os interesses do Estado quer dos seus funcionários.

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