Os sinais de divisões internas no
Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tomam, cada dia
que passa, novos contornos. As contradições contínuas associadas à disputa
renhida entre José Mário Vaz e Domingos Simões Pereira (da mesma formação
política) tornaram o PAIGC numa autêntica “arena”. Contrariamente a algumas
vozes mais optimistas, a actual batalha de alas no PAIGC, está longe de
conhecer um epílogo. O cenário prevalecente leva a concluir que os diferentes
protagonistas, com “interesses cruzados”, não estão dispostos a cederem a a
nada e a ninguém. Cada um confia no seu capital de “destruição” contra o outro.
As alianças, em grande parte, de circunstâncias, revelam-se incapazes de
superar o imenso buraco de ruptura já existente entre as partes. O desfecho
poderá culminar mesmo na morte do próprio PAIGC. O descomando, a falência da
liderança visionária devido à anarquia vigente, a défice gritante de edifício
institucional, levarão sem sombra de dúvida o PAIGC rumo ao colapso final (?).
Em 1998, o conflito político militar
levou o partido de Amílcar Cabral aos rastos e foi parar-se no muro da
oposição. Foram quase 4 anos de uma experiência amarga O PAIGC só vinha a
recuperar o poder na cinza do falhanço colectivo da liderança do PRS. De lá
para cá, de “maiorias absolutas” em “maiorias folgadas”, os libertadores
mostraram-se sempre incapazes de colocar os superiores interesses do povo acima
de interesses mesquinhos de clãs e assumir o gigantesco desafio de reformar
este país. Tudo o que assistimos até aqui gira em torno de “populismo e
cosmético”. Resultado, o país está desorientado sem “rumo” porque o PAIGC está
“doente” e refém de um sistema caduco, ultrapassado e contaminador. Nenhuma
reforma, seja qual for a visão que tiver na base, não terá sucesso com este
partido onde reinam bajulação, intrigas, arte de mentir, incompetência.
É hora de todos os guineenses, independentemente
da cor partidária, pertença étnica ou religiosa, terem a coragem de
responsabilizar este “gerador” de anarquia, de clientelismo, nepotismo e
manipulação, pelo pesadelo que tem vindo a impor ao mártir povo guineense
através de manipulação e corrupção de palavras.
A grande verdade é que o PAIGC
beneficiou da sombra quer do Kumba Yalá bem como da atitude irresponsável dos
dirigentes militares para continuar a reivindicar a sua legitimidade a governar
este país. A mentira tem pernas curtas, diz o ditado. Hoje, a roupa suja do
PAIGC está a contaminar tudo e todos e a sanção suprema não poupará nenhum
dirigente deste partido contaminador. Yalá e militares serviram-se de
“cobertor” ao PAIGC ao longo da nossa história democrática. O Koumba (com qualidades
e defeitos) era tido como o inimigo comum no PAIGC. No meio de conflitos
internos, um discurso de Koumba Yalá bastava para juntar os camaradas nas
fileiras contra o “fantasma” que vinha do “lado contrário”.
Além de Koumba Yalá, a atitude das
forças armadas guineenses ajudaram grandemente o partido libertador a renovar o
seu discurso político e consequentemente beneficiar em cada pleito eleitoral da
confiança popular. O PAIGC, graças a sua capacidade em arte de manipulação e
capacidade de regeneração sobretudo em períodos pré-eleitorais, tinham nos
militares “excelente estrume” de propaganda política. A imagem “monstruosa” do
soldado guineense ajudou muito o PAIGC a afirmar-se como o (falso?) “garante”
de unidade nacional quando na realidade incarna a destruição nacional. A
verdade está hoje a vista. O próprio feiticeiro do PAIGC chama-se o PAIGC. A
autodestruição será infelizmente a única via da reforma.
Os guardiões do sistema fantoche nunca
deixarão de ser obstáculos a qualquer projecto de mudança real neste país,
mesmo vindo de um bom filho do PAIGC. Muitos ditos “veteranos” estão em guerra
aberta contra actual direcção do partido porque os seus subsídios inventados
foram simplesmente cortados!
Atenção, os vírus contaminadores de
autodestruição não se limitarão às instalações do partido de Cassacá. Já
atingiram as paredes de outros ditos partidos. Aliás, olhando para o homem
político guineense constata-se logo um denominador comum: “amor à minha
facilidade pessoal”. E daí, a seguinte pergunta: Que alternativa para a
Guiné-Bissau? Com Odemocrata
http://pt.rfi.fr/guine-bissau/20151229-guine-bissau-g-sem-fim-no-paigc
ResponderEliminarO PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau, tem estado reunido ao nível do bureau político. Porém o grosso dos dirigentes que contestam a presidência de Domingos Simões Pereira não participaram na reunião.
O presidente do PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau reagiu à contestação de que é alvo no seu partido, lamento a ausência da reunião dos contestatários e assumindo uma postura de diálogo.
Domingos Simoes Pereira falava no âmbito da reunião do comité central a ter lugar na capital.
Na Guiné-Bissau o bureau político do PAIGC esteve reunido depois de um grupo de dirigentes contestatários ao líder do principal partido no país, terem dado 24 horas a Domingos Simões Pereira para a abandonar o cargo. Entre outras decisões, o bureau decidiu mandatar o Conselho de Jurisdição a analisar os procedimentos estatutários visando sancionar os deputados que se abstiveram durante a votação do programa do governo no parlamento, na semana passada. Aristides Ocante da Silva, antigo ministro e membro do PAIGC comenta esta decisão.
ResponderEliminarContestatários «dão 24 horas» ao líder do maior partido da Guiné-Bissau para abandonar o cargo
ResponderEliminarUm grupo de dirigentes contestatários ao líder do PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau, deram hoje 24 horas a Domingos Simões Pereira para abandonar o cargo, sob pena de acionarem mecanismos estatutários para o fazerem.
Em nome dos contestatários a Domingos Simões Pereira, José Saico Baldé, que se apresentou como dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), acusou Simões Pereira de "desvio de fundos, delapidação do erário público e desrespeito aos estatutos" do partido.
Baldé falava aos jornalistas à margem de uma conferência de imprensa promovida pelos dirigentes do PAIGC que contestam a liderança de Domingos Simões Pereira, entre os quais os deputados do partido que no passado dia 23 deste mês se abstiveram no momento dos debates do Programa do Governo no Parlamento.
"Somos dirigentes, militantes e simpatizantes do PAIGC preocupados com o mau comportamento do líder do partido que enganou toda gente em como era capaz de organizar o PAIGC", afirmou José Saico Baldé.
O grupo entende que o partido, que venceu as últimas eleições legislativas no país, com uma maioria absoluta, mas afetado por disputas internas, tem apenas 36 meses para se preparar para um novo embate eleitoral.
"Se Domingos Simões Pereira não se retirar (da liderança do PAIGC), vamos mostrar-lhe que não é ninguém", avisou José Saico Baldé.
Fonte da direção do PAIGC disse à Lusa que o partido não pretende reagir "por enquanto", remetendo qualquer posicionamento para depois das reuniões do ´bureau´ político, que hoje decorre, e do Comité Central, previsto para terça-feira.
Já numa nota lida à imprensa, o grupo de contestatários a Domingos Simões Pereira pediu ao Presidente guineense, José Mário Vaz, para que demita o atual executivo se no dia 05 de janeiro o primeiro-ministro, Carlos Correia, não voltar ao parlamento com o novo Programa do Governo.
A direção do PAIGC considera que o Programa do Governo foi aprovado na votação do passado dia 23 deste mês, porque 45 deputados votaram a favor do documento, nenhum votou contra e houve 56 abstenções.
Para o PAIGC, o regimento do Parlamento guineense diz que as abstenções não contam para o apuramento da maioria, posição rejeitada pelos contestatários para quem a "votação foi clara".
O Programa do Governo foi rejeitado pelo Parlamento, dizem os contestatários à direção do PAIGC pelo que, avisam, o primeiro-ministro, Carlos Correia, tem até dia 05 de janeiro para voltar a apresentar novo documento aos deputados, sob pena de ser demitido.
O partido esteve durante toda tarde e noite de terca-feira reunido no seu ´bureau´ politico, sem, contudo, a presenca do grosso dos dirigentes que contestam a lideranca de Simoes Pereira.
ResponderEliminarO ´bureau´ politico, entre outras decisoes, mandatou o Conselho de Jurisdicao (o tribunal do partido) a analisar os procedimentos estatutários, visando sancionar os deputados do PAIGC que se posicionaram contra o Programa do Governo no Parlamento, no passado dia 23 deste mês.
A reunião do Comite Central, órgão máximo entre Congressos, que devia arrancar hoje, ficou adiada para o mês de Janeiro.
Domingos Simões Pereira fora demitido em Agosto do cargo de primeiro-ministro pelo presidente José Mário Vaz, que alegara haver uma incompatibilidade com o chefe do executivo.
Com a abstenção de 15 deputados do PAIGC na passada semana no parlamento aquando do debate sobre o programa do governo uma nova cisão veio ao de cima no histórico partido guineense.
Estes ontem utilizaram argumentos idênticos aos de José Mário Vaz, presidente da república, também saído das fileiras do PAIGC, que acusara o líder do PAIGC de nepotismo e de envolvimento em casos de corrupção.
O presidente do PAIGC, no poder na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira recebeu nesta segunda-feira um ultimato de 24 horas para deixar a liderança do partido, por parte de um grupo de “camaradas”, que o acusa de “desvio de fundos, delapidação do erário público e desrespeito aos estatutos" da organização.
ResponderEliminarJosé Saico Baldé, que falou em nome do tal grupo integrado por muitos dos 23 deputados que votaram contra o Programa do Governo na semana passada, ameaçou activar o processo de demissão de Simões Pereira, caso ele não o faça nas próximas horas.
"Somos dirigentes, militantes e simpatizantes do PAIGC preocupados com o mau comportamento do líder do partido que enganou toda gente em como era capaz de organizar o PAIGC", afirmou Baldé, que ameaçou mostrar a Domingos Simões Pereira que “não é ninguém”.
Numa nota lida, o grupo que se opõe à liderança de Simões Pereira vai mais longe e pediu ao Presidente guineense, José Mário Vaz, que demita o actual Executivo caso o novo Programa do Governo não for aprovado no dia 5 de Janeiro.
O Bureau Político do PAIGC esteve reunido na noite desta segunda-feira, mas não houve qualquer pronunciamento público.
Segundo informações do jornal cabo-verdiano “A Semana on line” a Guiné Bissau está à beira de uma nova crise. O debate político entre dirigentes do PAIGC, principal partido no Parlamento da Guiné-Bissau – sublinha o jornal - aquece a cada dia que passa. Dirigentes que contestam a actual direcção, deram esta segunda-feira, 28, 24 horas para Domingos Simões Pereira abandonar o partido.
ResponderEliminarO grupo, composto por deputados que rejeitaram recentemente o programa do Governo apresentado pelo partido no Parlamento, promete avançar com o pedido de um congresso extraordinário, caso Domingos Simões Pereira não sair da presidência do PAIGC.
Em conferência de imprensa, José Saico Baldé, que se expressou em crioulo em nome do grupo, acusou Domingos Simões Pereira de, entre outros alegados crimes, nepotismo, corrupção, enriquecimento ilícito e desrespeito aos estatutos do PAIGC.
O grupo pede ainda ao Presidente guineense, José Mário Vaz para demitir o actual Governo se no dia 05 de Janeiro, o Primeiro-ministro, Carlos Correia, não apresentar ao Parlamento o seu programa de acção.
Esta é a grande lição ao povo guineense.Ao longo tempo da nossa jovem democracia, o Koumba YALA e os militares tinham sidos apontado como factores da instabilidade do atraso do país.Hoje, Koumba YALA já não existe neste mundo dos vivos para ser atribuído a mesma responsabilidade que antes lhe é responsável. Agora os militares que estão vivos são eles a justificarem a situação da instabilidade o que está mergulhado. Nós devemos ser coerentes com as nossas interpretações a cerca dum assunto do nosso país sobretudo no que diz respeito ao interesse superior do país.
ResponderEliminarHoje, eu pergunto: Afinal, quem é o principal factor de instabilidade e pior inimigo ou usurpador do povo da Guiné Bissau? Roubar o povo é desenvolver o país? Aquilo que o DR. Koumba YALA não fazia. Todos sabiam que o Koumba YALA não era ladrão e a sua maior aspiração era construir este país, mas como existe 99% dos dirigentes do PAIGC corruptos e criminosos manipularam essa directrizes do Koumba YALA em factor da instabilidade do país. Vamos continuar a negar a verdade priorizando a mentira e pautando na máquina de propaganda e da intriga do PAIGC. NÔ NA MATIL ANÓS TUDU!