quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

CPLP: Renamo anuncia postos de controlo nas principais estradas de Moçambique

«A população (...) pediu a Afonso Dhlakama para fazer justiça pelas próprias mãos (...), mas o presidente disse que não, porque ia criar um terror ao nível do país»

Antigos generais e oficiais militares da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana) vão instalar postos de controlo nas principais estradas do centro de Moçambique, para travar raptos e execuções de elementos seus, disse fonte do partido de oposição.

«A conclusão a que chegámos é a de que a situação é grave», disse segunda-feira Horácio Calavete, chefe da mobilização da Renamo em Sofala, em conferência de imprensa na cidade da Beira, informando que a liderança do partido decidiu «colocar controlos nas estradas» em resposta a alegadas perseguições, raptos e homicídios de membros da maior força de oposição.

Segundo Calavete, esta decisão saiu de uma reunião do departamento de defesa e segurança da Renamo com o seu líder, Afonso Dhlakama, no sábado, em Sadjundjira, na Gorongosa (província de Sofala), e visa fiscalizar viaturas suspeitas, deter os raptores e entregá-los à polícia.

Os controlos, disse o dirigente da Renamo, serão implantados do cruzamento de Inchope para o rio Save (no sentido sul) e até Caia (no sentido norte), junto à N1, a principal estrada que liga o sul, centro e norte de Moçambique. Estão igualmente previstos controlos de Inchope até ao rio Zambeze pelas estradas N6 e N7, cobrindo as províncias de Manica e Tete.

Horácio Calavete destacou ainda que as ações de fiscalização serão executadas por um subgrupo da ala militar do partido e que podem ser intensificadas na mesma proporção dos raptos.

«Esta medida foi adotada porque há gritos dos membros e da população ao nível da zona centro. A população queria reagir, pediu ao presidente Afonso Dhlakama para fazer justiça pelas próprias mãos e restabelecer a ordem, mas o presidente disse que não, porque ia criar um terror ao nível do país», relatou.

Calavete declarou que os raptos e assassínios de membros da Renamo visam travar o plano do partido de governar as seis províncias do centro e norte a partir de março, e defendeu que a implantação de postos de controlo é uma resposta à altura e não contrasta com as leis do país.


António Muchanga, porta-voz da Renamo, confirmou a medida, garantindo que esta vai «funcionar consoante a pressão das execuções dos membros» do seu partido. Li aqui»»

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