Sem o diálogo político não haverá
reconciliação política; sem reconciliação política não haverá confiança
política; sem confiança política não haverá estabilidade política; sem
estabilidade política não haverá estabilidade social e económica; sem
estabilidade social e económica não haverá desenvolvimento e bem-estar; sem
desenvolvimento e bem-estar haverá mais pobreza e mais desigualdades sociais;
com mais pobreza e mais desigualdades sociais haverá mais ameaças à Paz.
A Reconciliação Nacional em todas as
perspectivas possíveis e imaginárias, deve ser um Desígnio Nacional na
Guiné-Bissau; deve ser a oração de, e, para todos os dias dos Guineenses.
Deve ser a essência da reformulação da
espiritualidade, mentalidade, comportamento e caracterização do Novo Cidadão
Guineense, livre de recalcamentos, livre de ódios, livre de tentações de
vingança.
Não se promove nenhuma Reconciliação com
medidas radicais, com imposições de exclusão de partes. Por isso é que não se
decreta a Reconciliação Nacional através dos poderes e das competências
constitucionais dos órgãos de soberania.
A Reconciliação Nacional não está
regulada por nenhuma ordem jurídica; não faz parte do estatuto jurídico do
poder político, não é nenhum valor material que se negoceia.
A Reconciliação Nacional é uma
Necessidade, face à irracionalidade e aos desencontros de irmãos, nos múltiplos
desequilíbrios da multifacetada definição e caracterização do ser humano,
quiçá, a razão do problema, mas também, a chave para a solução!
Não há Reconciliação, seja qual for a
sua natureza, sem diálogo, sem inclusão, sem tolerância, sem que todos possam
falar, ser ouvidos. Afinal, numa Reconciliação ninguém é dono da Verdade,
procura-se a Verdade através de todos os intervenientes directos ou indirectos;
procura-se o arrependimento, o reconhecimento de um novo compromisso, de uma
nova forma de vida, com a aprendizagem dos erros do passado.
Não há Reconciliação sem perdão
espiritual, capaz de libertar o ser humano dos recalcamentos, do ódio, da vingança.
A Reconciliação Nacional, não visa contudo, substituir a Justiça institucional
e, muito menos promover a impunidade.
Se os políticos guineenses falam em
Reconciliação, devem demonstrá-lo igualmente, nas suas acções todos os dias. O
Diálogo é a ponte para a Reconciliação, para todas as Reconciliações!
Positiva e construtivamente.
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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