O novo Ministro da Economia e Finanças
afirmou hoje que a compra da dívida dos empresários nacionais no valor de 35.2
bilhões de Francos CFA junto dos bancos comerciais, por parte do governo de
Domingos Simões Pereira foi negativo para o Estado da Guiné-Bissau.
Henrique Horta dos Santos falava durante
uma conferência de imprensa na qual se analisou a situação económica e
financeira do país.
Sustentou que o que aconteceu não passa
duma transferência “avulsa” da dívida em causa ao governo, “sem ter em conta os
contornos da operação e o seu impacto, a médio e longo prazos, na vida das
populações, na praça financeira e na relação com os parceiros internacionais”.
De acordo com o governante, em
consequência dessa operação, o Orçamento Geral de Estado deste ano terá um
défice de 22. 4 Mil milhões de francos cfa, com a suspensão de ajuda financeira
das instituições como a União Europeia e o Banco Mundial.
“Esta cifra é um fardo enorme para as
Finanças Públicas guineenses”, lamentou Henrique Horta dos Santos para
acrescentar que a referida dívida obriga o executivo a pagar um juro de 6 por
cento anualmente.
Por estas e demais razoes, o Ministro
das Finanças entende que os responsáveis desta operação financeira devem ser
levados à justiça.
Henrique dos Santos explicou que o nível
de endividamento do país, que é medido conforme a sua capacidade de produção de
receitas, “foi amplamente ultrapassado”.
“A título de exemplo, o stock da dívida
interna era de 15,1 bilhões correspondente a 2,5 por cento do Produto Interno
Bruto, mas depois deste resgate financeiro, subiu para 51 bilhões de Francos
cfa, correspondendo a 8,5 por cento do Produto Interno Bruto”, disse.
Assim, segundo o titular da pasta da
Economia e Finanças, 8,5 por cento do conjunto da produção nacional será, nos
próximos tempos, “canalizado para o pagamento duma dívida cuja produtividade é
nula”.
Henrique Horta dos Santos que disse que
esta operação financeira “não foi feita com o objectivo de beneficiar o povo”
guineense, razão pela qual pede o esforço de todos para o reequilíbrio das
contas do Estado.
“A operação não foi feita para melhorar
as condições dos hospitais, das escolas, estradas ou outros sectores da vida
nacional, mas sim para beneficiar um grupo de pessoas”, referiu.
Para fazer face a este período “menos
bom” das contas do Estado, o ministro adopta como estratégia: o aumento da
pressão fiscal e a contenção nas despesas públicas.
Por isso, apela aos operadores económicos,
agricultores, académicos e a toda a sociedade guineense, para unir esforços
para ultrapassar a crise económico-financeira do país. O Primeiro-ministro,
Baciro Djá, esteve presente na referida conferência de imprensa.
O governo de Domingos Simões Pereira foi
demitido em Setembro do ano passado. Com Agencia Noticiosa da Guiné-Bissau
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