Em 2017, a Guiné-Bissau estará pela
primeira vez a participar do CAN. "Apesar do cenário lamentável, no país,
os jogadores demonstraram ter valor, com todas as dificuldades", diz
comentador desportivo.
Num país em plena crise política, os
Djurtus - como são conhecidos os futebolistas da seleção nacional da
Guiné-Bissau – garantiram um lugar na Taça das Nações Africanas 2017 (CAN).
Diante
da instabilidade política
A Guiné-Bissau conseguiu um feito
inédito numa altura em que a proclamação da força da união da nação guineense é
posta em causa.
No último domingo (5.06.), o país
garantiu um lugar na edição 2017 da Taça das Nações Africanas, face ao desaire
do Congo no Quénia, por 2-1, em encontro da quinta e penúltima jornada do Grupo
E.
O comentador desportivo, Edgar Carlos
Pires, mostra-se satisfeito. Ainda mais que, no início, muitas pessoas tinham
sérias dúvidas se isso seria possível, disse ele à DW África: “porque no mesmo
grupo calharam seleções como a Zâmbia, já conhecida campeã de África; e também
a formação congolesa”.
"Diante da instabilidade política
crónica, os Djurtus mostraram que esse é um momento de os guineenses
reafirmarem que a união é mais forte e coesa do que qualquer partido político,
grupo étnico, religião ou facção", diz o comentador desportivo, Edgar
Carlos Pires.
“Isso vem demonstrar que, apesar de todo
esse cenário lamentável, os jogadores da Guiné-Bissau demonstraram ter valor
com todas as dificuldades. Eles impuseram respeito e conseguiram esse feito
histórico para o país, o que vai de certeza marcar a África”, acrescentou.
No último sábado (04.06.), a Guiné-Bissau
bateu a Zâmbia por 3 a 2, com golos de José Luís Lopes, aos 14 minutos, de
grande penalidade; Frederic Mendes, aos 35, e Toni Brito, já nos descontos, aos
90+3. Depois do triunfo sobre a Zâmbia, os Djurtus precisavam apenas da derrota
do Congo para o Quénia para festejar.
A entrada de Guiné-Bissau na CAN pela
primeira vez foi celebrada de forma espontânea nas ruas de Bissau, com pessoas
reunidas a levantar bandeiras do país e a entoar cânticos de apoio à seleção.
Daqui
para frente
A uma jornada da final, a formação
guineense soma 10 pontos, contra seis do Congo e da Zâmbia e quatro do Quénia.
O analista Carlos Pires prevê muita
ansiedade, dificuldade e euforia à volta da seleção nacional nos próximos
tempos.
“Por parte da organização, espera-se um
trabalho sério, forte e antecipado, pois estamos a seis meses da competição,
onde se espera que os jogadores da Guiné-Bissau representarão as cores
nacionais à altura. Essa é a primeira aparição deles nesse palco grande. Eles
vão querer, de certeza, fazer uma boa apresentação para orgulhar, uma vez mais,
os guineenses e fazerem-se respeitar no mundo do futebol”.
O Governo da Guiné-Bissau prometeu
medalhas de honra para "homenagear os chamados heróis nacionais",
disse Vitor Pereira, o novo ministro da Comunicação Social. Com o DW África.
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.