Os dois principais partidos no
Parlamento guineense, PAIGC e PRS, mostraram-se hoje divergentes quanto a
fórmula para tirar o país da crise política em que se encontra há mais de um
ano, depois de mais uma ronda de conversações.
As duas formações reuniram-se hoje, na
segunda ronda negocial, mas à saída do encontro, Manuel dos Santos do PAIGC
(Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) e Carlitos Barai do
PRS (Partido da Renovação Social) mostraram-se distantes quanto as conclusões.
Enquanto Manuel dos Santos apontava para
avanços nas negociações, tendo em vista a formação de “um Governo sério”,
liderado por um primeiro-ministro que não seja o atual, Carlitos Barai fazia
notar que “persistem as divergências” sobre os pontos em agenda.
“Cada partido continua a ter a sua
interpretação sobre a crise, de modo que não é por agora que vamos ter um
acordo”, sublinhou Carlitos Barai, que prefere falar em conversações
solicitadas pelo PAIGC.
Segundo Barai, o PAIGC indicou três
pontos para as conversações: Princípios e regras para uma sã convivência
democrática entre os dois partidos, causas do bloqueio no Parlamento e como
salvar a atual legislatura.
O dirigente do PRS disse serem
divergentes as opiniões dos dois partidos sobre os três pontos, pelo que a
comissão que toma parte nas conversações vai ter que pedir a anuência da
direção do partido sobre a necessidade da continuar ou com as conversações com
o PAIGC.
Manuel dos Santos, por seu lado, defende
serem negociações com o PRS visando essencialmente a formação de um novo
Governo de consenso entre os dois partidos.
Admitiu que se registaram avanços
significativos nas negociações com os renovadores embora ressalve que ainda não
se pode falar no entendimento que possa levar a assinatura de um acordo para a
criação de “um Governo a sério para dirigir o país”.
“Se for possível vamos chegar a um
acordo, mas se não for possível, olha”, frisou Manuel dos Santos, que coloca de
parte qualquer possibilidade de o próximo governo a ser formado, a partir do
entendimento entre dois partidos, ser liderado por um dos 15 deputados expulsos
do PAIGC.
O atual Governo guineense é chefiado por
Baciro Djá, um dos 15 deputados expulsos do PAIGC.
Conforme a agenda das conversações, os
dois partidos devem voltar encontrar-se na sexta-feira, mas Carlitos Barai do
PRS, condicionou a reunião com a decisão a ser tomada pela comissão política do
seu partido. Com a Lusa
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