Sim, vitorioso, noutros tempos! 10 de
Setembro de 1974 – reconhecimento “de iure” da Independência da República da
Guiné-Bissau pelo então País Colonizador, Portugal;
12 de Setembro de 1924 – data de
nascimento de Amílcar Lopes Cabral, um HOMEM do tamanho do MUNDO, o estratega
da Independência, (todos os qualificativos existentes seriam insuficientes),
mas que se revelou um mau professor, ou um professor que teve o azar de ter
péssimos alunos.
Face a envergadura do Homem, esta
segunda hipótese é mais verosímil.
Ninguém aprendeu nada com ele e, no
entanto, todos o invocam (alguns deviam lavar a boca com lixívia, utilizando
escovas de aço, antes de falarem no nome dele) Pena!
19 de Setembro de 1956 (parece que esta
data foi inventada) – Fundação do PAIGC, Partido Libertador! De facto, assim
foi; libertaram-nos, de forma exemplar e irrepreensível, do Colonialismo
Português, granjearam-nos fama indiscutível por esse mundo fora!
24 de Setembro de 1973! Data da maior
importância da nossa História! Não existe nenhum povo que não queira ser Livre!
Independente!
Data, pois, a celebrar com fulgor e
Orgulho!
Nem que seja com um misto de Alegria
(por tudo o que foi feito antes) e TRISTEZA (por tudo a que temos vindo a
assistir, depois).
Sim, Depois! DEPOIS da INDEPENDÊNCIA!
Depois da Independência, não houve mais
nenhum Setembro em que se tivesse começado ou concluído a construção de uma
ESCOLA!
Nenhum Setembro em que se tivesse
começado ou concluído a construção de um HOSPITAL!
Nenhum Setembro em que se tivesse
começado ou concluído a construção de uma BIBLIOTECA!
Nenhum Setembro em que se tivesse
começado ou concluído a construção de uma Edifícios para instalação de
Tribunais!
Todos falam mal da Justiça pelos mais
diversos motivos, se calhar, todos verdadeiros.
Ninguém se lembra que nenhum Governo,
nenhum de todos (tantos, meu Deus, tantos) os que este mal fadado país já
conheceu, criou condições para que os Tribunais pudessem funcionar como deve
ser, como devem funcionar os Tribunais num país à sério.
Todos, mas todos, se lembram dos
Tribunais apenas para “tentarem” servir-se deles! Vergonhoso!
Diz-se que os jovens passam o tempo nas
“Bancadas” a tomarem “Uarga”. O que querem que façam, se depois do 12.º Ano,
não conseguem continuar os estudos, pelos mais diversos motivos, por todos
conhecidos, mormente, a falta de meios financeiros?
As Crianças, Santo Deus, as Flores da
nossa Luta e Razão do nosso Combate!
Quantas Crianças não vão à Escola por
falta de meios financeiros?!
Quantas Crianças morrem no país por
falta de assistência médica e medicamentosa?! Junta Médica? Claro que há, mas
só para os que não estão verdadeiramente doentes e podem pagar, não para irem
tratar-se, mas para Emigração Ilegal. E, tantos bolsos que se enchem à custa
disso!
Quantas Crianças comem uma só refeição
por dia?!
Quantas Crianças ………………………!
E, no entanto, circulam nos nossos
buracos, pomposamente intitulados de Estradas, todo o tipo de automóveis da
mais alta gama.
Acabaram-se os Setembros que interessam
lembrar, comemorar, festejar!
Não! Não percam tempo a preparar bonitos
e inflamados discursos, plenos de palavras ocas, falsas, mentirosas e, sei lá
que mais!
Deixem-nos em PAZ! Continuem a fazer a
vossa rica vida, vida de ricos, em um país em que a maioria da população só
come, se comer, uma vez por dia, em que as raparigas se prostituem (porque é
que havemos de ter medo das palavras, se as situações que retratam, são reais)
por dá cá aquela palha.
Algumas! Porque outras vivem à grande e
a francesa à custa disso.
Espertas que nem fósforos!
Matam os familiares todos os dias só
para terem dinheiro, supostamente, para as tão famosas cerimónias fúnebres!
Gossi, kau di tchur i kau di festa!
Toda a gente, ou quase toda a gente, é
ladra!
Ladrões da pior estirpe!
Com os salários de miséria que o Estado
da Guiné-Bissau paga, ninguém consegue viver como se vê alguns viverem, sem
esticar os dedos!
Utru na kumu, utru ka na kumu, kila ku
ta tissi konfusson!
Festejos de 24 de Setembro? Dia da
Independência?
Se os tivéssemos no sítio, havíamos de
os deixar a falar para surdos, ou então, mandá-los apanhar pokémons e
gambozinos!
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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