segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

A REVOLUÇÃO DE MENTALIDADES NA GUINÉ-BISSAU, NÃO SERÁ POSSÍVEL SEM O COMPROMISSO DE TODOS OS GUINEENSES PARA COM O PAÍS.

Há activismo e activistas de tudo e mais alguma coisa na Guiné-Bissau, a exemplo do que existe em todo o Mundo. Como é importante a acção cidadã, individual ou organizada, por via de estruturas/instituições, colectivas, em defesa e na promoção de interesses colectivos, do país, e, ou, da Humanidade!

Na Guiné-Bissau, porém, há algum tempo que é notório o envolvimento de activistas sociais, numa abrangência multidisciplinar do conceito, em pontes políticas, suportadas por partidos políticos guineenses.

Um activista que se preze, um digno activista disto ou daquilo, não deve acorrentar-se, em nenhuma instância, a estruturas político-partidárias, nas suas múltiplas vertentes, apenas e só, para salvaguardar/garantir os seus interesses, as suas ambições, pessoais e familiares.

Não é transparente, ético, coerente, um activista social, na sua multiplicidade, desempenhando funções a tempo inteiro numa instituição, ainda que fora do âmbito governamental/público, fazer igualmente parte da assessoria de um determinado governo, ou de um qualquer chefe de um qualquer governo em funções, para nunca criticar as práticas desviantes da governação, sejam elas de que ordem, enquanto parte do "sistema" e, depois, deixando de fazer parte desse "sistema", passar a usufruir do estatuto de activista social para criticar outros governos, do mesmo "sistema" do qual já não faz parte.

Não será esse o conceito de "boca de aluguel" dos nossos irmãos brasileiros?

É notório/evidente, o encapotamento de muitos ditos activistas disto ou daquilo, na defesa de interesses político-partidários, em função das suas conveniências, e na salvaguarda dos seus interesses pessoais/familiares, por via dos seus estatutos enquanto activistas de organizações não-governamentais, das quais, implicitamente, directa ou indirectamente, vinculam, em certa medida, as organizações para as quais trabalham e, numa perspectiva alargada, os parceiros internacionais que as financiam.

A manipulação política, na Guiné-Bissau, não começa, não se resume e nem se esgota na maioria da população analfabeta, mas nem por isso, inculta.

Ela é idealizada por demagogos, travestidos de líderes político-partidários; posteriormente, semeada por agentes corruptores de consciência, normalmente, figuras destacadas de partidos políticos, e finalmente, disseminada por alegados "herdeiros de combatentes da liberdade da pátria"; por elites da intelectualidade guineense, no país e na diáspora, entre activistas disto e daquilo e membros de núcleos disto e daquilo.

Infelizmente, devemos aceitar, com tristeza, e de forma natural, que não temos bases de apoio colectivo para dinamizar, a curto e médio, prazos, a Revolução de Mentalidades na Guiné-Bissau, que há muito desejamos e pela qual temos vindo a trabalhar arduamente, comprometida que está a elite intelectual, sobretudo, com a manutenção do Sistema de Poder dos mesmos de sempre.

A Revolução de mentalidades na Guiné-Bissau, não será possível sem o compromisso de todos os guineenses para com o País, em primeiro lugar, independentemente dos demais compromissos, subsequentes, incluindo os de cariz político-partidário.


Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

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