sábado, 12 de janeiro de 2013

PRT Manuel Serifo Nhamajo em Cassacá, na abertura do festival cultural “Bacai ka Muri"



Pioneiros em CassacáBissau (Gabinete de Imprensa da Presidência da República, 12 de Janeiro de 2013) – O motivo não era para menos, porque a história voltou às densas matas de Cassacá. Ao iniciar o seu discurso em improviso, o Presidente da República de Transição pediu um minuto de silêncio em memória a todos os heróis que tombaram pela grande causa da Guiné-Bissau, a libertação nacional.
Em contextos totalmente diferentes mas imbuídos do mesmo espírito, o espírito de juntar os guineenses à volta dos mesmos ideais tal como fez Amílcar Cabral a 17 de Fevereiro de 1964; portanto, 49 anos depois, no histórico local de Cassacá, Manuel Serifo Nhamajo lançou também ele um desfio aos guineenses.
Discursava perante várias centenas de pessoas e o PRT disse sentir-se “honrado” pela grande aderência popular. Serifo Nhamajo serviu-se do momento para apontar caminhos que devem ser seguidos por todos:
“Fazer de Cassacá 2013, um retorno e um reencontro com a nossa história, para voltarmos a inspirarmo-nos a partir de Cassacá, para revitalizar aquela força, a foça do patriotismo, a força que galvanizou os combatentes, a força que lançou chamas em todo o território, que lançou sementes para a fundação deste Estado, a República da Guiné-Bissau”.
“Não esqueçamos que estas densas matas testemunharam um debate de ideias, uma discussão franca e sincera, a valentia de pessoas que deram todo o seu sacrifício, e a troco de nada. Eram pessoas com convicção, o que hoje em dia nós não temos”.
“Somos todos hoje militantes por conveniência, se não nos permitirem lugares de chefia ou dinheiro, pouco trabalhamos, uma atitude totalmente contrária àquela assumida por aqueles que em 1964 aqui neste mesmo local, deram a sua vida e traçaram caminhos que nos conduziram à independência, para a felicidade de todos”.
Manuel Serifo Nhamajo aproveitou o momento para convidar os guineenses e estrangeiros residentes na Guiné-Bissau, para todos trabalharem juntos. Para ele, devemos “empurrarmos um bocadinho mais à frente, a obra iniciada por aqueles grandes valentes, mesmo reconhecendo que será muito difícil chegarmos ao se nível de sacrifícios, muito menos aos patamares dos seus valores mas, acredito que cada um de nós pode fazer a sua parte, para assim pagar a sua quota-parte para este Chão Sagrado, para transformarmos em realidade, aquilo que outros sonharam ontem para a Guiné-Bissau, o que só pode ser feito com trabalho e não por milagre”.
Disse ainda o PRT que este trabalho só pode ter resultados, “se for feito na base de solidariedade, no respeito à opinião do contrário, no respeito ao credo de cada um de nós, no respeito à origem de cada um, para afirmarmos como uma Nação. Temos que entender de uma vez por todas que, só juntos, na nossa diversidade étnico-cultural é que podemos fazer da Guiné-Bissau aquilo que pretendemos, onde não haja Balantas, Fula, Mandinga, ou Manjaco, onde não haja Cristão, Muçulmano, Protestante ou Animista; onde não haja gente de Quitafine, Morés ou de Boé, mas para sermos apenas guineenses”.
Aproveitando-se da situação de estar ladeado de alguns membros do governo, de deputados, conselheiros de estado, conselheiros do presidente, do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas e portanto, das estruturas que constituem a equipa de transição, o PRT exortou a todos no sentido de se lançar pistas para a dignificação das pessoas que ontem deram a sua vida, entre os quais “destacamos hoje o camarada Malam Bacai Sanhá, que passou por uma brilhante carreira para chegar ao topo”.
Manuel Serifo Nhamajo não se esqueceu de outros heróis nacionais e, disse por isso que o dia 20 de Janeiro será uma oportunidade, para homenagear todos eles, como dita a tradição desde a independência do país em 1973.
O Chefe de Estado acredita que a obra deixada pelos combatentes irá continuar a ser erguida com a ajuda de todos porque, é uma grande obra, pois é a sua convicção que “as grandes obras são sempre consolidadas e continuadas eternamente e, portanto, não morrem”.
Mais, disse Serifo Nhamajo que, a sua aposta como dirigente de transição é “ lançar pistas para que este país sossegue de vez, uma tarefa que só pode ser concretizada com a participação de todos sem exclusão”.  Por isso, convidou a todos que sejam “combatentes de desenvolvimento”.
Manuel Serifo Nhamajo falou da figura de Malam Bacai Sanhá, como homem e como político que sempre ensinou a debater ideias com o contrário para melhorar o serviço. “Estes são os ensinamentos que aprendi com ele e, na minha perspectiva não valerá a pena se viermos à Cassacá só para espectáculos culturais e não aproveitarmos o momento para nos banharmos dos muitos ensinamentos deixados por Malam Bacai Sanhá”.
Antes de terminar, o PRT chamou atenção sobre a necessidade de “encarnarmos a cultura de mérito, de reconhecimento e de respeito pelas nossas referências históricas, como forma de fazermos a justiça com a nossa história contemporânea”.
Cassacá ainda com as características habituais às do passado: matas densas, com muita humidade à mistura por este período do ano. E numa pequena tribuna compacta de cimento onde Amílcar Cabral dirigiu há 49 anos o histórico congresso de 1964 que acabou por galvanizar os combatentes rumo à independência, também aqui, o Presidente da República de Transição Manuel Serifo Nhamajo lançou desafios para uma efectiva reconciliação entre a família guineense.
O PRT realçou o facto de todos serem importantes “na tarefa de estabilização e de desenvolvimento da Guiné-Bissau” em que ele próprio se encontra empenhado.
Por fim, deu por aberto o 1º  festival  cultural “Bacai ka Muri”, no qual participaram vários artistas, entre os tradicionais e modernos da velha e da nova geração.Ver aqui ->

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