Trata-se
de mais uma deselegância do Governo. Por ser Chefe de Estado, Jorge
Carlos Fonseca deveria ter sido informado da passagem em trânsito no
nosso país do ex-comandante da Marinha guineense. Por outro lado, a
detenção de Na Tchuto levanta algumas questões de legitimidade
Jorge
Carlos Fonseca soube da detenção
do ex-comandante da Marinha da Guiné-Bissau da mesma forma que
qualquer outro cidadão, isto apesar de ser o Chefe de Estado.
“Naturalmente que me trouxeram recortes de notícia de alguns
órgãos de comunicação estrangeiros sobre essa detenção, mas não
poderei fazer grandes comentários sem primeiro confirmar a notícia
e sem ter mais minucias sobre este dossiê”, disse o Presidente da
República, segundo refere a edição online do “Expresso das
Ilhas”.
O
caso está a causar algum mal-estar no Palácio do Plateau, onde esta
omissão do Governo é encarada como mais um acinte ao Chefe de
Estado. “Até agora o Presidente tem ‘engolido e calado’, mas é
provável que mais cedo do que se supõe Jorge Carlos Fonseca tome
uma atitude mais firme perante as deselegâncias do Governo e do
Primeiro-ministro”, disse ao Cabo Verde Directo uma fonte
diplomática que conhece bem Jorge Carlos Fonseca desde os tempos em
que foi secretário-geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros
(o antecessor do Ministério das Relações Exteriores), logo a
seguir à independência de Cabo Verde.
O
nosso jornal tentou uma reacção da Presidência da República sobre
mais esta deselegância do Governo, mas até à publicação desta
notícia tal não foi possível.
Legitimidade
da detenção posta em causa
Se
a detenção de Bubo
Na Tchuto não coloca ao nosso país nenhum problema formal de
legitimidade, já a sua passagem pelo território de Cabo Verde
levanta algumas questões no plano do Direito Internacional. É que
vários especialistas, incluindo dos EUA, questionam a legitimidade
de o Departamento
Norte-americano Anti-narcóticos (DEA) proceder a detenções de
cidadãos fora do território dos Estados Unidos da América (EUA),
ainda para mais tratando-se de estrangeiros. Ademais, ao que se sabe,
o ex-comandante da marinha guineense não é acusado de ter praticado
qualquer crime em território americano, o que reforça a ideia de
“ilegitimidade” do acto de detenção.
“Num
caso destes, antes de qualquer autorização ao trânsito do detido,
o PR deveria ter sido informado, porque o deve ser em todas as
situações que envolvam as relações internacionais e a soberania
de Cabo Verde”, referiu ainda a nossa fonte diplomática,
adiantando que “o nosso país, para ser respeitado, não pode ser o
quintal dos fundos dos EUA ou de qualquer outro Estado”. LER FONTE AQUI ->
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