“Depois
de amanhã, vou falar com o Presidente da República”, disse aos
agentes infiltrados norte-americanos um ”oficial de alto nível”
nas Forças Armadas guineenses, envolvido no tráfico de drogas.
Serifo Nhamadjo, chefe de Estado interino que chegou ao poder após o
golpe de Estado militar de Abril de 2012, é assim implicado,
juntamente com o governo e a troco de uma “comissão de 13 por
cento”, na operação anti-narcotráfico, segundo a
acusação
apresentada pelas autoridades norte-americanas.
A
operação culminou no final da semana passada, com a detenção de
José Américo Bubo na Tchuto e seis outros homens, detidos em alto
mar por forças especiais
norte-americanas e levados para os Estados Unidos, via Cabo Verde.
São acusados de tentar transportar 4 toneladas de cocaína
colombiana para a Guiné-Bissau num carregamento de equipamento
militar. Armas, incluindo mísseis terra-ar,seriam enviados do país
para a Colômbia, com destino às Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia (FARC). Seriam usadas contra os agentes anti-narcotráfico
presentes no país.
Segundo
a acusação, citada hoje pela agência Reuters, um dos responsáveis
pela montagem da operação, referido como um “oficial de alto
nível” das Forças Armadas guineenses, disse aos agentes
infiltrados norte-americanos, em Julho de 2012, que iria discutir o
assunto com Serifo Nhamadjo. “Depois de amanhã, vou falar com o
Presidente da República”.
Outros
dois suspeitos disseram aos agentes, numa reunião em Bissau em
Setembro de 2012, que iriam falar com o “presidente e
primeiro-ministro” sobre o negócio. Foi referido ainda que as
autoridades “esperavam, como comissão”, 13 por cento do valor da
transação. Nhamadjo já veio negar qualquer envolvimento, através
de um porta-voz.
Na
Tchuto, que está preso em Nova Iorque, era apontado desde 2010 como
um “barão do narcotráfico” pelas autoridades norte-americanas.
Outros detidos são os colombianos Rafael Antonio Garavito-Garcia e
Gustavo Perez-Garcia, suspeitos de narcotráfico e com mandado de
captura internacional da Interpol.
O
almirante já compareceu perante um juiz que marcou a audiência
formal para o próximo dia 15 de Abril. Caso seja considerado culpado
por tráfico de cocaína para os Estados Unidos, Na Tchuto poderá
ser condenado a prisão perpétua. O mesmo destino podem ter Papis
Djeme e Tchamy Yala, encontrados com ele no barco, e cuja
nacionalidade não foi divulgada. Envolvidos estão ainda Manuel
Mamadi Mane e Saliu Sisse. Todos deverão comparecer perante um juiz
esta terça-feira, 9.
O
anúncio da detenção de Bubo Na Tchuto por agentes norte-americanos
foi já considerada “uma autêntica bênção para as populações
da Guiné-Bissau, uma vez que se trata de um dos elementos mais
desestabilizadores do país, a par do actual Chefe do Estado-Maior
General das Forças Armadas, general António Indjai”. VER FONTE AQUI ->
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