terça-feira, 9 de abril de 2013

EUA implicam Governo interino na operação anti-narcotráfico que deteve Bubo

Depois de amanhã, vou falar com o Presidente da República”, disse aos agentes infiltrados norte-americanos um ”oficial de alto nível” nas Forças Armadas guineenses, envolvido no tráfico de drogas. Serifo Nhamadjo, chefe de Estado interino que chegou ao poder após o golpe de Estado militar de Abril de 2012, é assim implicado, juntamente com o governo e a troco de uma “comissão de 13 por cento”, na operação anti-narcotráfico, segundo a acusação apresentada pelas autoridades norte-americanas.
A operação culminou no final da semana passada, com a detenção de José Américo Bubo na Tchuto e seis outros homens, detidos em alto mar por forças especiais norte-americanas e levados para os Estados Unidos, via Cabo Verde. São acusados de tentar transportar 4 toneladas de cocaína colombiana para a Guiné-Bissau num carregamento de equipamento militar. Armas, incluindo mísseis terra-ar,seriam enviados do país para a Colômbia, com destino às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC). Seriam usadas contra os agentes anti-narcotráfico presentes no país.
Segundo a acusação, citada hoje pela agência Reuters, um dos responsáveis pela montagem da operação, referido como um “oficial de alto nível” das Forças Armadas guineenses, disse aos agentes infiltrados norte-americanos, em Julho de 2012, que iria discutir o assunto com Serifo Nhamadjo. “Depois de amanhã, vou falar com o Presidente da República”.
Outros dois suspeitos disseram aos agentes, numa reunião em Bissau em Setembro de 2012, que iriam falar com o “presidente e primeiro-ministro” sobre o negócio. Foi referido ainda que as autoridades “esperavam, como comissão”, 13 por cento do valor da transação. Nhamadjo já veio negar qualquer envolvimento, através de um porta-voz.
Na Tchuto, que está preso em Nova Iorque, era apontado desde 2010 como um “barão do narcotráfico” pelas autoridades norte-americanas. Outros detidos são os colombianos Rafael Antonio Garavito-Garcia e Gustavo Perez-Garcia, suspeitos de narcotráfico e com mandado de captura internacional da Interpol.
O almirante já compareceu perante um juiz que marcou a audiência formal para o próximo dia 15 de Abril. Caso seja considerado culpado por tráfico de cocaína para os Estados Unidos, Na Tchuto poderá ser condenado a prisão perpétua. O mesmo destino podem ter Papis Djeme e Tchamy Yala, encontrados com ele no barco, e cuja nacionalidade não foi divulgada. Envolvidos estão ainda Manuel Mamadi Mane e Saliu Sisse. Todos deverão comparecer perante um juiz esta terça-feira, 9.
O anúncio da detenção de Bubo Na Tchuto por agentes norte-americanos foi já considerada “uma autêntica bênção para as populações da Guiné-Bissau, uma vez que se trata de um dos elementos mais desestabilizadores do país, a par do actual Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general António Indjai”. VER FONTE AQUI ->

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