quinta-feira, 25 de abril de 2013

Tribunal militar condena capitão que atacou quartel militar na Guiné-Bissau a cinco anos de prisão

Bissau - O tribunal regional de Bissau condenou hoje a cinco anos de prisão efetiva o capitão Pansau N'Tchama, responsável pelo ataque ao quartel dos Para-Comandos em outubro passado, e absolveu oito militares por falta de provas.

O juiz Augusto Bicoda afirmou, ao ler o acórdão, que Pansau N'Tchama, Jorge Sambu (capitão-de-mar-e-guerra) e Braima Djedju (tenente-coronel na reserva) são acusados de crimes de traição à pátria e uso indevido de armas de fogo pelo que devem ficar em reclusão efetiva durante cinco anos.

Um militar foi condenado a quatro anos de prisão, dois a pena de três anos e seis meses e três ficarão presos durante três anos. Do grupo, sete militares e um civil foram absolvidos pelo tribunal por falta de provas.

O tribunal diz ter concluído que Pansau N'Tchama, a mando do ex-Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau Zamora Induta, tentou subverter a ordem constitucional no país, numa operação que teria sido preparada a partir da Gâmbia.

A operação, que culminou com o ataque ao quartel dos Para-Comandos em Bissau, tinha como objetivo promover um golpe de Estado, defendeu ainda o tribunal.

Um porta-voz do coletivo de advogados de defesa dos acusados, Mbisan Na N'Quilin, salientou o facto de pela primeira vez "um caso militar" ter sido julgado no país, mas afirmou que a defesa não concorda com as sentenças.

"Consideramos que a justiça não foi feita, pelo que vamos recorrer para o Supremo Tribunal Militar dentro de cinco dias, porque houve aqui muitos factos que não foram provados, ora se não há provas não pode haver condenações", observou Mbissan Na N'Quilin, um dos 10 advogados disponibilizados pela Ordem dos Advogados para a defesa dos réus.

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