- denúncia da Rede Nacional dos Defensores de Direitos Humanos na Guiné-Bissau.
O
Presidente da Direcção da Rede Nacional dos Defensores dos Direitos Humanos
(RNDDH) considera que a situação em matéria de direitos fundamentais na
Guiné-Bissau, “está muito abaixo do desejado” e que “houve mesmo um retrocesso,
em matéria de promoção e defesa dos direitos humanos”, havendo “muito por fazer
neste domínio”.
O
activista dos direitos humanos, Fodé Mané, falava na cerimónia de lançamento
desta organização não-governamental, sob o Patrocínio da UNIOGBIS e do
Representante Especial do Secretário-Geral da ONU, José Ramos-Horta.
Além
do Nobel da Paz de 1996, estiveram presentes membros do corpo diplomático
acreditado em Bissau.
O
dirigente RNDDH, considerou que é possível inverter esta situação que
caracteriza actualmente a Guiné-Bissau, procurando formas de protecção dos
defensores dos direitos humanos, “pessoas individuais, que lutam diariamente
pela promoção” daqueles direitos, sendo frequentemente perseguidos. “Muitas
dessas pessoas são alvo de injúrias ou exclusão”, declarou o Presidente da
Direcção da Rede, dando como exemplo, activistas dos direitos humanos que
procuram evitar situações de abuso, como casamentos forçados, segurança das
crianças, etc.
Este
é para já um compromisso público, criar uma “rede forte” que sirva de
interligação entre os activistas e as organizações.
O
objectivo é não só proteger os activistas que fazem essas denúncias, mas a
própria rede estará atenta as violações dos direitos humanos em si mesmas,
procurando fazer a sua monitorização.
REDE
DH1 (2)Intervindo nesta sessão, o Representante Especial do Secretário-Geral da
Nações Unidas, lembrou que a criação de redes deste tipo é uma demanda prevista
na Resolução 53/144 adoptada pela Assembleia Geral da ONU e que prevê
dispositivos de protecção tendo em conta as “ ameaças a questão sujeitos à
escala mundial, os defensores dos direitos humanos”.
José
Ramos-Horta desejou votos de sucesso à “honrosa e nobre missão” da Rede agora
criada na Guiné-Bissau.
Falando
aos jornalistas, o Nobel da Paz sublinhou que esta Rede tem “uma dimensão de
dissuasão e também pedagógica” fazendo sentir não apenas a “obrigação de cada
um de nós, de cada cidadão, cada governante, cada militar, cada agente
policial, da extrema importância do respeito pela vida humana, pelos direitos
humanos, mas a própria imagem do País, a imagem do Estado”.
Para
José Ramos-Horta, esta Rede de Defensores dos Direitos Humanos, irá contribuir
para uma “cultura da paz, dos direitos humanos e da tolerância na Guiné
Bissau”.
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