Por: Assana Sambú
No //Democra
Em nome do dinheiro, ou seja, da corrida à riqueza
fácil regista-se, neste momento, uma invasão, e consequentemente, a devastação
da floresta guineense por parte dos “gringos” detentores das empresas de
exportação dos troncos de madeira. Mas como se ainda não bastasse este crime
ambiental hediondo deve-se esclarecer, todavia, que este crime está a ser
apoiado por altos responsáveis do aparelho de Estado que, em cumplicidade com
os chefes de tabancas e/ou régulos, todos eles têm em mira caçar a espécime uma
das mais nobres da floresta guineense. Trata-se a título de esclarecimento, do
“pau de sangue”, uma das árvores de maior qualidade no mercado mobiliário. Além
disso, eles aproveitam também as árvores secas para extração de carvão e corte
de cibes.
A região de Tombali, no sul do país, não escapou ao
fenómeno da devastação da floresta que se verifica um pouco por todo o
território nacional. A atividade de cortes dos troncos de madeiras e cortes das
árvores para a extração de carvão ao nível da região se regista mais no setor
de Quebo, enquanto a corte de cibe se concentra mais no setor de Cacine,
particularmente na povoação de Campês, onde se pode encontrar camiões e mais
camiões carregados de cibes.
A nossa reportagem deslocou-se entre os dias 12 a 16
do mês corrente à Região que alberga o maior parque nacional, o de Cantanhez
(Tombali) para coletar informações mais fidedignas sobre a devastação
ambiental. De acordo com as informações avançadas por parte de alguns guardas
florestais, a floresta de Cantanhez é considerada por alguns ambientalistas da
sub-região como o “património sub-regional”, pelo que exigem que seja
protegida.
Conforme as informações apuradas pela nossa
reportagem, junto das comunidades, estas indicam que as empresas exportadoras
dos troncos de madeiras se interessam mais pelas espécimes do “pau de sangue”,
pois segundo os técnicos da floresta é a mais procurada no mercado
internacional, facto que levou a Direcção-Geral das Florestas e Fauna a cobrar
licença da corte no valor de 100 dólares norte-americanos (50 mil fracos cfa),
por cada metro cúbico.
O Democrata soube junto de um dos responsáveis
regionais da floresta que a única empresa que faz o corte do tronco de madeira
naquela região sul do país é chinesa, denominada de “EMPRESA BISSAU XIONG FEI
MADEIRA SARL” que trabalha em colaboração com a empresa nacional “FOLBE”,
sediada em Buba.
A mesma fonte da guarda-florestal informou à nossa
reportagem que a empresa “FOLBE” é detentora de uma licença que o concede o
poder de “dono da floresta” nas regiões de Tombali e Quínara. Por isso é que
todas as empresas que pretendem efetuar cortes de madeira devem entrar em
contacto com a FOLBE, onde negoceiam a percentagem e, só depois de pagar a
licença junto das autoridades, é que essa nova empresa avança para o corte.
Cortes
dos troncos de madeira no setor de Quebo
Já no setor de Quebo, o nosso jornal apurou que além
da empresa chinesa, regista-se igualmente a presença dos madareiros
tradicionais que, em colaboração com alguns responsáveis destacados da região
ou ao nível da administração central, efetuam cortes das espécimes de “pau de
sangue”, bem como bissilão que vendem para os proprietários das pequenas
serrações locais e, às vezes, as transportam para a cidade de Bissau.
A nossa reportagem apurou igualmente através de um
dos responsáveis regionais da floresta que as atividades das cortes dos troncos
de madeiras se concentram mais nas matas das tabancas, onde se regista maior
número das espécies “pau de sangue e bissilão”, que são designadamente: Cuntabani, Centro Frutícola de Coli, Unal,
Balana, Lendel, Mampata Forrea, Tchã-Iaia, Gama, Cumbidjã, Djidal, Sintchã Odi
(Bulola) e Colobia.
Ainda conforme as informações recolhidas da parte
dos responsáveis juvenis das diferentes tabancas afetadas pelos cortes, estes
demostram os seus descontentamentos relativamente a esta prática, mas segundo
eles, nada podem fazer para a estancarem.
Informaram igualmente de que as empresas procuraram
entrar em contacto apenas com os chefes das tabancas, régulos ou pessoas influentes
do setor no sentido de os ajudarem a mobilizar a comunidade.
As empresas de exportação de troncos de madeira, de
acordo com as informações avançadas e confirmadas pelos diferentes chefes das
tabancas abordados pela nossa reportagem, apresentam o documento de autorização
de corte de troncos, emitido pelas autoridades, através da Direção-Geral da
Floresta antes de iniciar os trabalhos. Depois da apresentação da licença, a
empresa oferece a tabanca uma soma de 500 mil francos CFA, que consideram de dinheiro
de “cola”, para que a tabanca possa resolver alguns problemas pendentes.
Além do dinheiro da “cola” celebra-se um tipo de
acordo informal entre a tabanca e a empresa, onde a empresa paga um montante de
50 mil francos cfa por cada contentor carregado de troncos de madeiras.
O dinheiro do pagamento dos contentores carregados
dos troncos de madeiras é entregue aos chefes de tabancas que, segundo a
informação, assumem a responsabilidade de gerir o dinheiro que é destinado para
reconstrução da mesquita, construção de clubes de jovens e outros assuntos de
tabanca.
Um dos responsáveis juvenis das povoações afetadas
pelo corte de troncos, mas que pediu anonimato, confidenciou à nossa reportagem
que o dinheiro proveniente do pagamento dos contentores de troncos de madeiras
acaba por ficar sempre nas mãos dos responsáveis das tabancas, nem sequer tiram
um franco para resolver os problemas da tabanca.
A nossa fonte confidencial acrescentou ainda que o
mais grave é que ninguém tem a ousadia de perguntar do dinheiro e ao perguntar
a resposta é o seguinte: “o dinheiro foi emprestado por fulano ou beltrano, se
insistir em perguntar do dinheiro sofrerá com tentativas de actos de bruxaria”.
Cumplicidades
das populações locais nas atividades de corte de troncos
Regista-se no momento a cumplicidade da própria
comunidade nas actividades de cortes em algumas tabancas. Dantes, conforme a
explicação, a comunidade serecusava mesmo a trabalhar para a empresa, mas
actualmente alguns serviços estão a ser práticados pelos jovens das tabancas.
Na altura a equipa de reportagem do jornal O
Democrata testemunhou a descarga dos troncos de madeira da espécime de “pau de
sangue” pelos jovens da tabanca de Mampata Forrêa. Os troncos foram cortados na
povoação de Sintchã Odi, mas foram transportados para Mampata que é a zona de
acesso fácil para os camiões (remorcos). Os troncos que ali se encontravam a
espera do carregamento dos camiões são no total de 234 arrumados no campo de
futebol da povoação de Mampata Forrêa.
Os jovens que faziam o trabalho de descarregamento
informaram a nossa reportagem que celebraram um contrato com o intermediário da
empresa chinesa, que lhes paga um montante de mil francos CFA por cada tronco
carregado na viatura, a partir do local da corte e o mesmo montante se aplica
no descarregamento já no local de concentração dos troncos a espera dos
camiões.
Já no carregamento dos contentores cobram dois mil
francos CFA por cada tronco. Explicaram ainda que um contentor pode levar até
110 troncos, mas depende do tamanho e cumprimento dos troncos. Além da
mão-de-obra assegurada por alguns jovens das tabancas, recrutam igualmente
jovens para indicarem os caminhos da mata ou zonas onde se podem encontrar mais
espécimes do “pau de sangue”.
Tendo em conta o volume do lucro registado na
atividade de cortes dos troncos das madeiras, acaba por ser uma atividade que
vai atrair toda a casta da sociedade e, inclusive, os responsáveis das
tabancas. Diz-se ainda que os próprios responsáveis das tabancas têm as suas
máquinas nas matas para efectuar corte das árvores.
No setor de Quebo regista-se pouca atividade de
corte das árvores para extracção de carvão, facto esse que foi confirmado pelo
delegado regional da floresta, Ussumane Candé que explicou a nossa reportagem
que no setor apenas se regista aquilo que se considera um corte para o “consumo
doméstico”.
O nosso jornal apurou ainda que o corte de árvore
para extração de carvão se verifica igualmente na povoação de Tchã-Iaia, onde
existe uma grande quantidade de fornos de lenha para extração de carvão, como
também sacos destes nas bermas de estradas prontas para quem as quiser
adquirir, ou seja, estão disponíveis para a venda.
Entretanto, o delegado da floresta desta localidade
desmentiu essa informação, alegando que os fornos que ali se encontram são
insignificantes e o mesmo é apenas para o consumo doméstico das populações
locais que, às vezes, acabam por comercializar alguns sacos para resolver
alguns problemas. Este responsável regional da floresta, contou a nossa
reportagem que o corte das árvores para a extração de carvão atualmente não se
verifica em grande quantidade na região de Tombali, porque, de acordo com ele,
já não existem árvores para o carvão.
“Já não há árvores que possam ser aproveitadas para
extração de carvão, por isso, essa atividade não tem muita força neste setor. O
mesmo acontece com o corte de cibes que já não se verifica neste setor, dado
que não existem em grande quantidade que permita a sua exploração para
comercialização. O corte de cibe se verifica mais no setor de Cacine,
concretamente nas zonas de Campês”, explicou o responsável florestal da vila de
Quebo.
“Estado
afirma ser proprietário da floresta”
Também a nossa reportagem contactou o régulo de
Forrêa, Aladje Mamudú Baldé que confirmou ao jornal O Democrata que, na
verdade, as atividades de cortes dos troncos de madeira se verificam no seu
regulado. Todavia, sustentou que estão contra a mesma, mas nada podem fazer
para impedir as empresas que são autorizadas pelas autoridades centrais, que
segundo ele, têm mais poderes que o régulo.
“O Estado defende que é proprietário da floresta,
então cabe a ele conceder a licença para os cortes das árvores às empresas
interessadas. Nestas circunstâncias o que é que podemos fazer? A comunidade de
Colobia que é uma das tabancas que fazem parte do meu regulado tentaram
resistir contra os cortes dos troncos nas matas de Sancuali, porque ali se
verifica as movimentações de búfalos e inclusive dos elefantes. Depois da
entrada da empresa chinesa que faz corte dos troncos nesta zona, através das
matas de Tchã-Iaia, onde se iniciou atividades de cortes a comunidade da
Colobia levantou-se contra a mesma nas suas matas, isto deu origem detenção de
alguns rapazes que faziam cortes e inclusive três máquinas de cortes”, explicou
o régulo.
Aladje Mamudú Baldé assegurou ainda que a
administração local, em colaboração com a empresa detentora da licença de corte
naquela zona, resolveu chamar os elementos da Guarda Nacional, a partir do
setor de Buba (Quínara), no sentido de intimidar a comunidade, para que possam
devolver as máquinas e deixar que a empresa continuasse com o corte dos
troncos.
“Resolvemos intervir para ajudar a acalmar a
comunidade que estava totalmente revoltada com a situação. A comunidade decidiu
entregar-nos as máquinas de corte que a empresa acabou por recuperar, através
da administração local. A situação de corte das nossas matas nos preocupa
muito, mas infelizmente não podemos fazer nada”, lamentou o régulo de Forreá.
“Há invasão
da floresta da parte das populações à procura dos troncos”
Numa conversa mantida com o deputado da Nação do
círculo eleitoral 02 (Setor de Quebo), Amadú Saico Seidi explicou a nossa
reportagem que no seu círculo se regista as atividades de cortes dos troncos da
madeira, particularmente a espécie de “pau de sangue”.
“Primeiro disseram que os chineses é que faziam
cortes dos troncos, mas atualmente se verifica a invasão da floresta por parte
da própria população, que também estão a fazer cortes dos troncos de madeira.
Toda a gente foi comprar uma máquina para cortar troncos, porque é uma
atividade muito lucrativa. Essa situação é do conhecimento das autoridades setoriais
e regionais que até aqui não conseguiram travar a invasão das florestas pelos
populares”, destacou.
De acordo com este representante eleito do povo,
neste momento as populações locais estão a fazer cortes dos troncos das árvores
nas florestas, onde procuram mais as mesmas espécimes que os exportadores
querem para depois os venderem. Acrescentou, neste particular, que cada pessoa
que consegue adquirir uma máquina de corte, entra na floresta da sua aldeia
para fazer corte, sob a alegação de que a mata lhe pertence, ou seja, era dos
seus avôs.
“Fui a primeira pessoa que fez a denúncia dos cortes
irracionais e desenfreados das árvores que se verifica nas florestas de
Tchã-Iaia, mas infelizmente, as autoridades não fizeram nada na altura para
estancar a prática. Isso levou com que as actividades de cortes dos troncos se
estendesse para outras tabancas que também têm “paus de sangue e de bissilão”.
Agora qualquer pessoa compra uma máquina que sub-aluga a terceiro, para que
esta faça corte na floresta, em caso de conseguir número significativo de
troncos, aluga um camião para os transportar para Bissau, onde são vendidos a
um preço lucrativo”, contou o deputado daquela zona.
A nossa reportagem tentou entrar em contacto com a
administradora do setor de Quebo, mas fomos informados por um dos seus
colaboradores para área social, que se encontrava em Bissau durante a nossa
estada. Por isso, não conseguimos falar com a administradora, no sentido de
esclarecer alguns assuntos relacionados com a administração local levantados
pelos diferentes intervenientes desta nossa longa reportagem.
“Parque
nacional de cantanhez ainda não foi abalado por cortes de árvores”
O Diretor da Organização Não Governamental, Ação
para o Desenvolvimento (AD) para a Província Sul, Abubacar Serra, contou a
nossa reportagem que o Parque Nacional de Cantanhez ainda não foi abalado pelos
cortes dos troncos que se verifica na região.
Contudo, sustentou que houve tentativas de algumas
empresas que queriam entrar na floresta, através de outras zonas, mas acabaram
por ser descobertos antes de iniciarem os cortes, disse. Mas acrescenta ainda
que a única atividade que se verifica na floresta de Cantanhez é o corte de
algumas zonas para o cultivo de arroz, mas também essas se verifica nas zonas
que foram permitidas para tal prática e com a condição de as populações não
entrarem nas zonas reservadas. Este parque, de acordo com suas informações, tem
uma área de 1067, 67 km2, portanto está limitada pelas bacias dos rios
Cubidjam, rio Cacine e rio Balana ao norte.
Cortes
de cibes e árvores para cultivo de arroz registam-se em cacine e bedanda
O setor de Cacine não está abalado pelo corte de
troncos de madeiras, mas sim de cibes e, igualmente, a desmatação num momento
em que se aproxima a época das chuvas para o cultivo de arroz (n pampam). Esta
prática de desmatação para o cultivo de arroz, preocupa muito os conservadores
das florestas que trabalham, em colaboração com as Organizações Não
Governamentais, para a proteção da mesma.
Durante a nossa viagem para os setores de Cacine e
Bedanda constatamos cortes das matas e queimada dos lugares desmatados para o
cultivo de arroz. A nossa reportagem entrou em contacto com um conservador da
floresta na seção de Sanconha (Cacine) concretamente na povoaçãao de Gamprimo,
Seco Biai que se mostrou muito preocupado com a situação, assim como pela
presença dos caçadores de búfalos provinientes da Guiné-Conakry.
Biai explicou à nossa reportagem que na sua povoação
existem três grandes florestas, onde se registam movimentações dos animais,
mais particularmente dos búfalos. Informou igualmente que a sua povoação teve
sorte de albergar as três grandes florestas daquela zona, designadamente Nkoma,
Badjassugu e Bissiló, afirmado ainda que naquelas florestas existem espécies de
“paus de sangue e bissilão”, pelo que está com medo de que um dia as empresas
interessadas por essas árvores venham devastar essas florestas.
Este conservador convidou-nos a visitar a floresta
de Nkoma que dista alguns quilómetros da tabanca, a fim de constatar “in loco”
as pegadas dos búfalos, facto que pudemos testemunhar. Constatamos as pegadas
dos bufalos na sagrada floresta de Nkoma, num local onde costumam descansar.
Biai assegurou ao nosso jornal que a floresta de
Nkoma é um lugar muito sagrado desde os tempos dos seus antepassados, pelo que
não se permite corte nenhum tipo de árvores naquela mata ou mesmo a desmatação
para o cultivo de arroz.
“Este lugar é muito sagrado se deitarmos o fogo aqui
começa logo a chover e a pessoa que pós o fogo sofrerá as consequências
rapidamente”, contou o conservador da floresta, que, entretanto se mostrou
preocupado para o fenómino do corte das espécimes não chegue um dia as suas
florestas.
Entretanto, contactamos o administrador do setor de
Cacine, Eduardo Lobo de Pina, que confirmou a nossa reportagem que o corte de
cibe se verifica no seu setor bem como cortes das florestas para o cultivo de
arroz. Todavia, sustentou que os cortes de cibe se verificam mais na povoação
de Campês, como também em algumas povoações nos arredores da seção de Sanconha.
Lobo de Pina contou que o corte de árvores para
extração de carvão é uma actividade quase inexistente no seu setor, tendo
afirmado ainda que o corte dos troncos de madeiras também não se regista no
setor de Cacine.
“Verifica-se
uma destruição massiva da floresta em tombali”
Já no término dos nossos trabalhos na Região de
Tombali, a nossa reportagem falou com o Governador na qualidade de responsável
máximo, Bocar Seide (Lemos) que confirmou igualmente a nossa reportagem a
existência de cortes que considera de “abusiva” dos troncos de madeira na sua
região, mas, sobretudo no setor de Quebo.
Assegurou, no momento, que se está a verificar uma
destruição massiva da floreta de Tombali em detrimento dos interesses de um
punhado de pessoas, tendo sustentado ainda que a destruição da floresta está a
mexer muito com a vida social e a situação económica das populações locais que aproveitam
muito da floresta para a sua sobrivivência.
Lembrou, neste particular, que por causa dos cortes
que se verificam no setor de Quebo, concretamente nas matas de Sancuali
(Colobia) isto faz com que os animais se entrem em pânico e movimentam-se de um
lado para outro.
“Há um elefante que recentemente deu luz nas matas
de Sancuali, mas devido aos barrulhos das máquinas dos cortes, não conseguiu
tranquilizar-se, assim acabou por andar de um lado para outro, o que constitui
um perigo para as populações que circulam naquela zona. Havia vários tipos de
animais nesta zona, mas com as ondas dos cortes de troncos nas florestas, já
não se consegue ver mais esses animais”, explicou.
O Governador da Região de Tombali afirmou que o mais
grave é que as autoridades florestais emitiram licenças e autorizações à
empresas para fazerem cortes de troncos no Centro Frutícola de Coli. Sublinhou
que o corte dos troncos na floresta de Coli é um ato criminoso e o ator da
emissão da licença para o corte naquela mata deve ser responsabilizado
criminalmente.
Lemos esclareceu que as autoridades florestais,
inclusive as empresas de cortes dos troncos nem sequer contactam as autoridades
regionais e muito menos setoriais, a fim de apresentarem as respetivas licenças
de cortes que os permitem entrarem numa determinada zona.
“Recebemos sempre as informações, através de
populações que os chineses estão numa zona a fazer cortes, mesmo que queiramos
impedir o corte não vamos ser obdecidos. Também existem elementos da Guarda
Nacional que os protege nos seus trabalhos. Imaginem um comandante da Guarda
Nacional é que me apresentou uma vez a licença da empresa chinesa que ia operar
em Quebo, pode-se imaginar até onde chegou esta situação?”, lamentou impotente.
Há que ficar bem claro que alguns CRIMES não poderão jamais beneficiar de perdão numa eventual iniciativa futura visando a VERDADE e a RECONCILIAÇÃO na Guiné-Bissau. E um destes crimes é esta devastação criminosa das nossas florestas. Sim porque este é um crime contra a base de todo o sistema gerador da vida e da subsistência da nossa e das futuras gerações. Aquelas florestas pertencem aos nossos descendentes. Temos a obrigação de protegê-las, assim como nossos antecedentes as protegeram e as entregaram para nós. Não podemos perdoar aqueles que, dentre nós, cometeram o crime de vender as florestas em benefício próprio. Precisamos Identificá-los, nomeá-los e traduzi-los à justiça e a duras penas.
ResponderEliminarEstou plenamente de acordo contigo
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