Aconselha-se moderação ao Sr. Presidente da República, para que as confrontações sejam evitadas, sobretudo, a nível das Instituições da República.
Seria interessante que o Sr. Presidente da República
partilhasse publicamente uma declaração dos seus bens patrimoniais, antes de
acusar outros de terem isto ou aquilo com base no exercício de práticas de
corrupção!
A cada intervenção, uma constatação; uma triste
constatação de desabafos em jeito de vingança, de alguém que, pese embora ter
sido eleito para o cargo de Presidente da República, foi amplamente
descaracterizado e confrontado com alegadas acusações públicas/institucionais e
consequentes juízos de uma sociedade habituada ao "diz que diz"
sobretudo quando decidiu avançar com a sua candidatura presidencial...
Podemos compreender e aceitar o desagrado do homem,
do ser humano, do cidadão que se dá a conhecer por José Mário Vaz, tendo em
conta os seus direitos, onde se inclui o respeito pelo seu bom nome e o da sua
família, como é direito de todo e qualquer cidadão.
Porém, não se compreende como é que, por um lado, o
actual Presidente da República, o Dr. José Mário Vaz, fala em perdão, em
reconciliação, em deixar de lado o passado que nos divide, mas não perde
nenhuma oportunidade para descarregar a carga negativa acumulada, sobretudo com
o processo judicial desencadeado contra a sua pessoa e que muitos consideraram
como tendo sido uma estratégia para impedir a sua candidatura presidencial,
precisamente contra estruturas do sector judicial.
É que as afirmações do Sr. Presidente da República
são, na verdade, autênticos ataques em jeito de vingança, contra todos aqueles
que, directa ou indirectamente avançaram com o Processo Judicial do alegado
desvio de fundos angolanos de milhões de euros, destinados à Guiné-Bissau, numa
altura em que o actual Presidente da República era Ministro das Finanças do
Governo deposto com o golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.
Sr. Presidente da República, Dr. José Mário Vaz, tal
como faz insinuações, que também podem ser consideradas gratuitas, por qualquer
um, relativamente à ostentação de sinais de riqueza, dos oficiais de diligências,
relacionando-os explicitamente com a corrupção, o compadrio, etc., etc., assim
também se pode voltar a "abrir" o dossier do seu processo outrora
sustentado, inclusive, pelo Procurador-Geral da República que acaba de ser
exonerado...
Sr. Presidente da República, Dr. José Mário Vaz, não
deixe que o desejo de vingança, de retaliação, de humilhação aos que, certo ou
errado puseram em causa o seu bom nome, se é disso que se trata, enquanto não
era Presidente da República e de todos os guineenses, se apodere de si, pois se
isso vier a acontecer, sabemos todos, de antemão, que teremos um Presidente da
República vingativo e disposto a fazer "cobranças", com todos os
meios à sua disposição, para se sentir na pele de respeitável ditador...
Aconselha-se moderação ao Sr. Presidente da
República, para que as confrontações sejam evitadas, sobretudo, a nível das
Instituições da República.
Se o Sr. Presidente da República se digna a acusar
outros, publicamente e desnecessariamente, certamente sujeita-se a ser acusado
e desrespeitado publicamente, por outros, na mesma medida, e aqui, a diferença
é que, o cidadão Dr. José Mário Vaz , não sendo Presidente da República, sendo
acusado ou humilhado por terceiros, o caso não abrange, não melindra o país.
Porém, sendo actualmente Presidente da República, quiçá, de todos os
guineenses, aconselha-se uma outra postura da sua parte, até, para não contrariar
as mensagens de perdão, de reconciliação, etc., etc., que tem tentado passar
aos guineenses... Ou não passa tudo isso de "conversa fiada"...?!
Outrossim, das suas insinuações sobre os oficiais de
diligências, o Sr. Presidente demonstra que, por um lado desde sempre conhece a
podridão que existe na Guiné-Bissau, em matéria de corrupção, que não apenas
restrito ao sector judicial, mas a toda a Administração Pública guineense, sem
contudo, alguma vez tenha denunciado o assunto.
Se a corrupção se resumisse a alguns oficiais de
diligências, certamente que não teríamos tanta necessidade de nos
preocuparmo-nos com o problema, Sr. Presidente.
Se não fosse em nome da vingança, certamente jamais
o Sr. Presidente abordaria a questão da corrupção, aliando-a exclusivamente,
nas suas recentes intervenções, ao sector judicial...
O tempo, Sr. Presidente da República, Dr. José Mário
Vaz, encarregar-se-á de nos mostrar a todos, evidências das raízes que
sustentam a ÁRVORE da corrupção na Guiné-Bissau!
Nota: Os
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necessariamente, às opiniões neles expressas.
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