O novo presidente da Liga Guineense dos
Direitos Humanos (LGDH) e o seu elenco directivo foram hoje investidos nas funções
para um mandato de quatro anos.
Os empossados foram eleitos no 3º
Congresso Ordinário dessa organização realizado no passado dia 16 de Maio do
ano em curso.
Ao presidir a cerimónia do empossamento,
o Procurador-geral da República (PGR), Hermenegildo Pereira disse que é uma
honra e orgulho estar a presidir a tomada de posse da nova direcção da LGDH,
sobretudo na qualidade do representante máximo do Ministério Público que tem
como missão fundamental a defesa dos direitos humanos.
A PGR disse reconhecer que a LGDH tem
feito trabalho meritório para todos os cidadãos no capítulo de reconhecimento e
salvaguarda dos direitos humanos, e deixou um compromisso público em conjunto
com a Liga de tudo fazer para que haja o respeito pelos direitos humanos no
país.
“Todos nós sabemos que a promoção e a
defesa dos direitos humanos é uma tarefa que não pode ser encarada de forma
isolada nem por uma única direcção, uma vez que os mesmos são multifacetados
abrangendo em consequência vários componentes da vida do próprio homem “ disse a
PGR.
Hermenegildo Pereira reconheceu que em
vários momentos a luta pelos direitos humanos na Guiné-Bissau, foi relegada
única e exclusivamente a própria LGDH, como se ela fosse a única entidade
vocacionada a intervir na área em causa, tendo lamentado a ausência completa do
Estado enquanto entidade com obrigação primária para a sua protecção.
“Vamos denunciar todas as violações dos
direitos humanos como temos feito até aqui. A lei deve continuar a ser cego,
mudo e surdo isto é punindo o culpado e isentando o inocente “disse
Hermenegildo Pereira.
Por seu turno, o Presidente cessante da
LGDH igualmente Presidente da Mesa do Conselho Nacional dos Órgãos Eleitos,
Luís Vaz Martins acrescentou que a tomada de posse dos novos dirigentes da LGDH
é um exemplo que deve ser seguido como referência para consolidação de uma
sociedade que se pretende democrática e pluralista.
Vaz Martins disse que a organização voltou a
ocupar o seu lugar cimeiro e de vanguarda na promoção e protecção dos direitos
humanos na Guiné-Bissau.
“Foram oito longos anos de exposição
permanente ao perigo, mais gratificante para qualquer defensor dos direitos
humanos, sabendo de ante mão que representa a esperança dos que sofrem em silêncio
condicionado pela apatia e indiferença de um Estado que chegou a ser ausente”,
informou.
Por último, o novo Presidente da LGDH,
agradeceu aos presentes para depois afirmar que a cerimónia se reveste de uma
importância capital, uma vez que simboliza a passagem de testemunho de Luís Vaz
Martins que representa a geração dos activistas mais antigos para uma nova
geração.
Augusto Mário da Silva disse ter uma
noção clara dos desafios que a sua organização tem pela frente e do movimento
de esperança que a sua eleição ao cargo do Presidente da LGDH representa,
salientando que vai fazer tudo o que estiver ao seu alcance para não defraudar
a confiança nela depositada.
O novo homem forte da LGDH reconheceu os
trabalhos feitos pela direcção cessante liderada pelo Luís Vaz Martins pela sua
visão de liderança e que väo servir de inspiração a nova chefia nos próximos
tempos.
“O Luís Vaz Martins soube descobrir
talentos e teve a coragem de apostar na juventude, tendo estabelecido um
entrosamento feliz entre a experiencia do passado e a dinâmica da nova geração
que traduziu no sucesso do seu consulado.
A expressão máxima desta afirmação é a
forma como ele conseguiu resgatar a organização dos escombros onde se
encontrava preservando a coesão interna e colocando a organização num patamar
mais elevado no panorama das entidades da sociedade civil” elogiou Augusto
Mário.
Augusto Mário adiantou que apesar dos
avanços conseguidos nos últimos anos a Guiné-Bissau continua a pertencer a
lista dos países com índices do desenvolvimento muito aquém da média mundial
situação provocada pelas cíclicas crises político militares sobretudo nos
últimos dezasseis anos.
“Estes cenários preocupantes são
caracterizados pela baixa qualidade de vida dos guineenses marcados pela
impunidade generalizada, desemprego crónico, fraco poder de compra e limitado
acesso aos serviços básicos essenciais “lamentou.
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