terça-feira, 24 de novembro de 2015

A Guiné-Bissau não está como está por falta de recursos humanos qualificados/competentes…

Por, Fernando Casimiro (Didinho)

A Guiné-Bissau não está como está por falta de recursos humanos qualificados/competentes para o exercício de qualquer actividade nos diversos ramais da Administração Pública.

Podem pedir ajuda a quem quiserem para "ensinar" o que acharem que os próprios guineenses desconhecem, que isso redundará apenas em mais dependências, mais desconsideração e menos valorização dos quadros nacionais!

Volvidos 42 anos desde a proclamação da independência nacional, nenhum dos regimes políticos e de governação, na Guiné-Bissau, ousou criar mecanismos de aconselhamento nas diversas vertentes do Desenvolvimento, englobando quadros nacionais de referência, para que servissem de conselheiros a ter em conta na projecção e implementação de Programas de Desenvolvimento e versando as realidades concretas do nosso país, sobretudo, as realidades sociais e culturais.

Os sucessivos Governantes guineenses têm desvalorizado a força da Intelectualidade na Projecção, Construção e Desenvolvimento da Guiné-Bissau. Há como que um sentimento de ciúme e rivalidade para com todos quantos não se submetem ao poder político, porquanto apenas terem a Guiné-Bissau e os guineenses como suas causas.

Os diversos actores das sucessivas governações na Guiné-Bissau quiseram sempre manipular tudo e todos, e quando alguém pensa diferente, ou não compactua com a forma como se tem destruído o país, por maior que seja a sua referência técnica ou cidadã é de imediato diabolizado e excluído de toda e qualquer participação sobretudo nos debates de interesse nacional, sob diversas formas e com a conivência até de sectores da Sociedade Civil e da Comunicação Social.

Como ser humano não recuso nenhuma ajuda para aprender o que não sei, porém, como guineense, sinto muita tristeza por saber que, a Guiné-Bissau continua a pedir ajuda para quase tudo, quando nem sempre precisa de ajuda para uma série de situações.

Volvidos 42 anos desde a proclamação da nossa independência já era altura de estarmos a contribuir para ajudar a Humanidade!

Vejo muitos países orgulhosos dos seus jovens cientistas em variadíssimas áreas do conhecimento. Na Guiné-Bissau, 42 anos volvidos, não há condições práticas para a afirmação da Ciência, mas ainda assim, temos vários cientistas espalhados pelo mundo.

Quem pensa neles, bem como na possibilidade e nas vantagens de servirem a Guiné-Bissau e os guineenses?

O nosso problema está na Consciência cidadã; no Compromisso de cada guineense para com a Guiné-Bissau, em suma, na Atitude Cidadã face aos comportamentos mesquinhos de lesa-pátria dos sucessivos actores da Governação Nacional.

Não temos sido suficientemente conscientes dos nossos direitos e deveres de cidadania para ajudarmos a inverter o rumo da desgraça traçada por todos quantos apenas estão comprometidos com os seus interesses pessoais e familiares e não com o Interesse Nacional.

Todos esses que estão ou estiveram no Poder, porque assim o nosso povo eleitor quis, é verdade. Porém, o que é que motiva o voto do eleitor na Guiné-Bissau, quando a manipulação de consciências impede a liberdade de pensamento e de acção dos cidadãos?

Temos que deixar de ser ciumentos e egoístas; devemos assumir uma postura com visão e espírito de relacionamento, assentes numa unidade umbilical que nos caracterize como Guineenses, independentemente das nossas diferenças!

Estamos a caminho de meio século da proclamação da nossa independência, não aceito as desculpas vagas sobre os porquês de estarmos como estamos!

Continuo a acreditar na Guiné-Bissau e nas capacidades do nosso povo, mas deixei de acreditar nos nossos políticos e governantes!

Não darei mais nenhum benefício da dúvida a nenhuma autoridade política ou governativa do meu país até que provem que são capazes de trabalhar pela Paz, pelo Progresso e pelo Bem-Estar Comum, na Guiné-Bissau!


Positiva e construtivamente,

Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas. 

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